O vinho talvez tenha sido descoberto por acaso. É um produto natural decorrente da fermentação de uvas amassadas. Temos na Bíblia (Gênesis 9:20-25) a menção à primeira videira. Noé, herói do Dilúvio, ancora sua arca no Monte Ararat (atual Turquia). Logo planta uma parreira e com as uvas faz, acidentalmente, o vinho. Os filhos o encontram sem roupa, caído no chão em sua tenda e o recompõe com uma túnica.
No teto da Capela Sistina, no Vaticano, existe um célebre afresco de Michelangelo Buonarroti (1568-1646), inspirado na embriaguez de Noé. Há também um mosaico do século 11 na Basílica di San Marco, em Veneza, a mais deslumbrante igreja bizantina da Europa ocidental, que o apresenta ao lado de uma videira, segurando numa mão um cacho de uva e, tendo na outra uma taça com vinho.
Reverendos russos, do Centro Científico-Cristão Parthenit, avaliaram o porre de Noé à luz das reações físico-químicas e afirmam que as condições atmosféricas pós-dilúvio teriam influenciado seu metabolismo alcoólico. Arriscam dizer que foi a primeira embriaguez da raça.
Com o avanço da genética, cientistas da Universidade da Pennsylvania empenham-se em desvendar a “Hipótese Noé”, e buscam o local onde as primeiras vinhas teriam sido domesticadas. O importante é que há 7 mil anos havia parreiras na mesma Turquia de Noé e descobrindo a “parreira-mãe”, será mais fácil traçar a expansão dos vinhedos pelo mundo e suas linhagens.
Cristina, sommelière.
Referências:
Tão antigo quanto o ser humano – JOHNSON, HUGH
Artigo S/A O Estado de S. Paulo
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