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Descorchados 2018

O Lançamento:

Foi lançado na última terça-feira, dia 10 de abril, em São Paulo, o maior guia de vinhos da América Latina. O evento, promovido pela INNER, aconteceu no Villaggio JK, na Vila Olímpia, e contou com a presença de enólogos, produtores, importadores, imprensa, profissionais do ramo e consumidores apaixonados pelo vinho.

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O Guia:

Em sua 20ª edição, com mais de 1.200 páginas, o guia é a maior referência do que está acontecendo no cenário do vinho por essas bandas do Cone Sul.
Nele são apresentados vinhos de quatro países: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. Dividido em capítulos que tratam de cada país separadamente, o guia dá um panorama de cada vale ou região, falando de seus respectivos clima e solo, principais uvas, vinícolas, além dos modismos e tendências, destacando, é claro, os melhores tintos, brancos e espumantes de cada país, os vinhos revelação do ano, os melhores em cada cepa ou estilo, os melhores por vale ou região e ainda uma lista de vinhos com estimativa de preços. São cerca de 4.500 vinhos, todos avaliados, pontuados e organizados por Patricio Tapia e sua prestimosa equipe de degustadores.

Destaques da feira:

Brasil

Vários espumantes brasileiros foram premiados, dentre eles:
1- Adolfo Lona — “Orus Edição Especial Silvia 1972, Nature Rosé Clair”. (93 pontos)
2- Casa Valduga — “Sur Lie Nature 30 meses, Chardonnay e Pinot Noir”. Vinho não clarificado, sem “degorgement”, daí seu aspecto turvo. Vinho revelação. (93 pontos)
3- Casa Valduga — “130 Special Edition Blanc de Noir Brut”. (92 pontos)

Pela primeira vez, nesta edição, o Guia Descorchados traz a avaliação de vinhos tranquilos brasileiros. Eis os melhores pontuados abaixo:

Vinhos tintos:

Os dois tintos mais bem pontuados do Brasil são da vinícola Miolo e aparecem na lista dos 10 melhores vinhos do guia.

1- “Miolo Single Vineyards Touriga Nacional 2017”. Lançamento! (93 pontos)
2- “Vinhas Velhas Tannat 2015”. (93 pontos)

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1- Pizzato — “Pizzato 1.3 Sémillon 2017”. (92 pontos)
2- Luiz Argenta — “Cave 8 anos Chardonnay 2010”. Vinho revelação (92 pontos)

Vinho laranja:

1- Era dos Ventos — “Era dos Ventos Peverella 2014”. Guarda de 5 anos ou mais! (94 pontos)

Argentina

Vinhos tintos:

1- Gen Del Alma — “Seminare Malbec 2016”. Campeão em pontuação no ano passado, esse vinho confirma mais uma vez sua estrutura sólida, os taninos firmes e finos, cheio de cerejas, violeta e ótima acidez! (99 pontos)
2- Zuccardi — “Piedra Infinita Gravascal Malbec 2015”. Vinho revelação. (98 pontos)

Vinhos brancos:

1- Catena Zapata — “Adrianna Vineyard White Bones Chardonnay 2015”. Vinho de grande complexidade, com toque salino e cheio de mineralidade. (97 pontos)
2- La Giostra Del Vino — “Saltimbanco, Sauvignon Blanc 2016”. Premiado em outras edições do guia, este Sauvignon tem aromas de pêssego e tangerina, com sabores cítricos, um toque de fruta madura e muita acidez. Pode-se guardar por três ou quatro anos. (96 pontos)

Vinhos espumantes:

1- Chakana — “Ayni Nature Sparkling Wine Pinot Noir”. Espumante Rosado, com 18 meses sur lie. Complexo, com aromas intensos de frutos e viva acidez. (94 pontos)
2- Chandon — “Barão B Brut Rosé 2014”. Mescla de Chardonnay , Pinot Noir e Malbec. É encorpado, com profundidade de sabores, notas frutadas, especiadas e toque herbáceo. (94 pontos)

Chile

Vinhos tintos:

1- Vinhedos de Alcohuaz — “RHU 201, 2013”. Blend de Syrah (64%), Garnacha e Petit Syrah. Guarda de até 10 anos! (98 pontos)
2- Vinhedo Chadwick — “Vinhedo Chadwick Cabernet Sauvignon 2015”. (98 pontos)

Vinhos brancos:

1- Errázuriz — “Las Pizarras Chardonnay 2016”. Guarda de três anos ou mais! (97 pontos)
2- Tabalí — “Talinay Sauvignon Blanc 2017”. (97 pontos)
3- Ventolera — “Rare Cuvée Chardonnay 2013”. Vinho revelação. (96 pontos)

Melhor espumante:

1- Morandé — “Brut Nature Chardonnay, Pinot Noir “. (94 pontos)

Uruguai

Vinhos tintos:

1- Bodega Família Deicas — “Deicas Valle de los Manantiales Tannat 2016”. (95 pontos)
2- Bodega Garzón — “Pétit Clos Cabernet Franc 2016”. Vinho revelação. (94 pontos)
3- Bodega Bouza — “Parcela Única B6 Tannat 2016”. (94 pontos)

Vinhos brancos:

1- Bodega Garzón — “Single Vineyard Albariño 2017”. (93 pontos)
2- Pizzorno Family Estates — “Reserva Sauvignon Blanc 2015”. (92 pontos)

Vinhos espumantes:

1- Bodegas Carrau — “Dixième Brut Nature Chardonnay “. (92 pontos)
2- Pizzorno Family Estates — “Pizzorno Rosé Brut Nature Pinot Noir 2016”. (92 pontos)

Esperamos ter transmitido aqui uma ideia do que foi o evento de lançamento do Guia Descorchados 2018. Fruto de um trabalho de muito fôlego, o Guia é um catálogo completo que norteia com segurança as escolhas de consumidores e profissionais do ramo do vinho.

Maria Uzêda.

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Quando falamos em Chile e seus grandes vinhos, Errazuriz é certamente um nome para ser lembrado. Em viagem a esse país, tive a oportunidade de conhecer a vinícola, que tem uma sede grandiosa e moderna, e aprender um pouco mais sobre seus vinhos e sua história.

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A história da vinícola teve início em 1870 quando a família de origem basca Errazuriz, fundadora da primeira companhia de iluminação no Chile e de grande influência nesse país, decidiu diversificar seus negócios e iniciou a produção de vinhos. Dom Maximiano Errazuriz, seu fundador, foi um grande visionário, quando na contramão das demais vinícolas que se expandiam no entorno de Santiago, decidiu ir mais adiante, a 100km ao norte da capital, onde encontrou um terroir excepcional no Vale do Aconcágua e na mesma década lançou seu primeiro vinho.

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Com 300 hectares de terras plantadas, a vinícola Errazuriz ganhou importante relevância no desenvolvimento da região onde se iniciou um pequeno povoado chamado de Vila Errazuriz, com uma igreja, uma escola e casas para os trabalhadores.

Quase 60 anos depois, no entanto, o Chile vivenciou um turbulento período em sua história, com uma série de reformas políticas, entre elas, medidas que visavam o controle do consumo de álcool no país, que comprometeram a produção e a evolução tecnológica da vinícola. Somente em 1975 o país retomou o livre comércio, abrindo portas não apenas para uma nova etapa de modernização da produção, mas especialmente para o ganho de visibilidade dos vinhos chilenos mundo a fora.

Em 1983 um importante personagem surgia na história da vinícola. Eduardo Chadwick, filho de Dom Alfonso Errazuriz Chadwick, quinta geração da família, aprimorou seus conhecimentos com estudos em Bordeaux, tomou a frente dos negócios da família e investiu em tecnologia e na produção de vinhos de nível mundial. Chadwick foi responsável pela criação da primeira joint-venture na história do vinho chileno, associando-se a Robert Mondavi, da vinícola Mondavi nos Estados Unidos, para criação de um vinho de excelência: o Seña.

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De produção biodinâmica, o Seña teve sua primeira safra em 1995 e se tornou um vinho ícone da casa. É produzido a partir de 5 castas: Cabernet Sauvignon, Carmenère, Petit Verdot, Merlot e Cabertnet Franc e vem ganhando altas pontuações e inúmeras premiações em avaliações mundiais desde seu lançamento.

Outros vinhos ícones da Errazuriz são o Dom Maximiano, assinatura da casa, produzido a partir das uvas Caberbet Sauvignon (75%), Carmenère, Petit Verdot e Malbec e o KAI, que significa planta em língua indígena, é 100% Carmenère, uva símbolo chilena, que precisa de muito sol para obter sua melhor expressão e que encontra no Aconcágua as condições ideais.

Não poderíamos falar da Errazuriz, sem mencionar a uva Syrah, pois a vinícola foi pioneira na produção de vinhos desta cepa no Chile e apresenta um belo exemplar no vale do Aconcágua, com uma proposta de ser um vinho mais frutado e mais fácil, sob o rótulo La Cumbre.

A Errazuriz, que celebra este ano 147 anos de existência, tornou-se a oitava maior vinícola em produção no Chile, produzindo 16 milhões de garrafas anualmente e a terceira em faturamento. Para seus vinhos ícones, há todo um tratamento especial que ajuda a garantir um elevado padrão de qualidade. A produção acontece por gravidade, processo que inicia no alto da cantina, de cima para baixo, com o intuito de causar menos stress nos cachos. Além disso, não fazem batonage para não pressionar muito as uvas e não pegar o sabor amargo das sementes e fermentam a frio para obter os melhores sabores, coloração e aromas. Não é à toa que seus vinhos são ricos e cheios de complexidade, proporcionando aos enófilos do mundo todo uma experiência deliciosa.

Alguns dos vinhos degustados na visita à sede:

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Max Reserva Errazuriz Chardonnay 2014

Apresenta aromas de frutas tropicais maduras. Em boca, bom corpo, sabores delicados de abacaxi, frescor e certa untuosidade. Usam bem pouca barrica para manter a característica da fruta. Muito bem produzido.

Aconcagua Costa Syrah 2014

Aromas de frutas negras e vermelhas maduras, lembrando cerejas e framboesas com notas de especiarias. Em boca, corpo médio e boa acidez, muita fruta e certa mineralidade. Muito bom!

KAI Carmenère 2013

Aromas de frutas negras e vermelhas com notas vegetais delicadas e tabaco. Em boca, apresenta bom corpo, taninos aveludados, sabores intensos de frutas negras e vermelhas, acidez média. 14,5% álcool. Excelente exemplar da Carmenère!

Errazuriz Dom Maximiano 2013

Excelente complexidade no nariz, lembrando frutas vermelhas, como cerejas, framboesa e cassis, com notas de tabaco e especiarias. Em boca, apresenta bom corpo e acidez, taninos marcantes. Está um pouco jovem ainda, mas evoluirá muito bem. É uma pérola que vale ter na adega para uma ocasião especial.

Para quem deseja visitar a vinícola, basta acessar o site, escolher o modelo de visita e degustação desejado e confirmar a reserva. Para quem planeja passar pela região, é certamente um passeio que não pode ficar de fora.

Um brinde,

Cristina Xavier.

 

 

 

 

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Aconteceu pela primeira vez, em São Paulo, no Espaço Traffô, um evento promovido por um grupo de vinhateiros independentes do Chile, com o apoio do ProChile e assessoria da Destination Wine. Estiveram presentes as 32 vinícolas que hoje compõem esse grupo, com a participação de seus respectivos representantes, proprietários e enólogos que apresentaram seus produtos, contaram suas histórias e interagiram com o público convidado de uma forma muito simpática.

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O MOVI CHILE (Movimento de Vinhateiros Independentes do Chile), que nasceu em 2009, é uma associação de pequenos produtores familiares, com experiências variadas e muita diversidade na filosofia de fazer vinho. Quem se associa ao grupo deve trazer algo a mais, uma contribuição ao projeto MOVI. Inovar, pesquisar e desenvolver o que já está estabelecido e conhecido é palavra de ordem, visando a produção de vinhos de alta qualidade, em pequenas quantidades de forma artesanal e independente, expressando o melhor de seu “terroir”.

O MOVI NIGHT foi uma noite de deleite e gratas surpresas. A exposição estava dividida em três grupos de vinhos ou três “Flights”.

No Flight A, vimos o “Novo Chile” com ótimos exemplares de Sauvignon Blanc, Pinot Noir e Syrah. Especial destaque para:

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1- “D” La Recova 2015, um Sauvignon Blanc do Vale de Casa Blanca, com 92 pontos na edição Descorchados 2016.

2- “Kingstone Family Vineyards” 2013, um excelente Pinot Noir do Vale de Casa Blanca.

3- “Starry Night” 2010, um maravilhoso Syrah do Vale do Maipo.

4- “Polkura” 2010, espetacular blend de Colchágua elaborado com Syrah, Viognier, Malbec, Grenache e Cabernet Sauvignon.

No Flight B, degustamos os “Clássicos Recarregados”, com vinhos mais encorpados e com muita personalidade que incluía Carmenères e fabulosos blends. Veja abaixo alguns destaques:

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1- “Peumayen” Gran Reserva 2014, 100% Carmenère, do Vale do Aconcágua.

2- “Rucumilla” 2011, um impressionante vinho orgânico elaborado com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Syrah.

3- “Flaherty” 2013, um maravilhoso blend do Vale do Aconcágua, com 16 meses de barrica. Seu produtor, o californiano Ed Flaherty, que estava presente no evento, é um dos membros fundadores do MOVI CHILE.

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4- “Montelig” 2009, um espetacular blend da Von Siebenthal, fundada em 1998 por Mauro von Siebenthal, advogado suíço aficcionado por vinho.

5- “Casa Bouzá” 2013, excepcional blend feito com uvas orgânicas Carmenère, Syrah e Cabernet Sauvignon, de vinhedos próprios no Vale do Maipo.

No Flyght C, o tema era “O Antigo agora é o Novo”, e apresentou vinhos produzidos desde o Atacama até o Vale do Maule. Eis alguns deles:

1- “Armidita” 2013, 100% Moscatel, vinho de sobremesa originário da região desértica do Atacama.

2- “Lot 47”, Garage Wine 2013, 100% Carignan.

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3- “Ins Tinto”, Garage Red Wine 2013, blend elaborado com Cabernet Sauvignon, Carmenère, Syrah e Petit Verdot do Vale do Maule, com 12 meses de barrica francesa, ganhou 93 pontos na edição Descorchados 2016.

Nessa primeira edição do MOVI NIGHT, pudemos constatar o quanto os vinhateiros independentes do Chile trabalham de forma séria, moderna e entusiástica e estão prontos para levar adiante a sua história. Parabéns a todos os integrantes do MOVI CHILE que se empenham em produzir vinhos com a capacidade de nos emocionar.

Maria Uzêda

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A história da Viña San Esteban tem início com José Vicente e seu filho Horácio, viticultores de família com tradição de muitas gerações na produção de uvas no vale do Aconcágua, que acreditando na qualidade e potencial de suas uvas e terroir, vislumbraram a produção de vinhos de alto nível com a essência do Aconcágua. Horácio, chileno formado em enologia em Bordeaux, adquire experiência nos vinhedos de Bordeaux e Califórnia, ampliando seus conhecimentos na produção de vinhos. Quando retorna ao Chile, além de toda bagagem, vem trazendo tecnologia inovadora para a região e, em 1974, nascia a Viña San Esteban.

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Localizada a 870m do nível do mar, a Viña San Esteban, conhecida também como In Situ por sua linha de vinhos mais famosa, tem hoje cerca de 150 hectares e produção de 3 milhões de garrafas por ano. Com a proposta de oferecer a essência do vale do Aconcágua em uma garrafa, os vinhos da San Esteban são focados no mercado exterior e chegam às adegas de enófilos de mais de 20 países.

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Além de suas lindas vinhas, numa romântica paisagem entre as cadeias dos Andes e a cordilheira da Costa, a propriedade possui algo a mais de especial. Em meio a seus vinhedos, existem sítios arqueológicos com petroglifos que datam de 1.000 anos atrás. Este atrativo inspirou a criação da marca da Viña San Esteban e pode ser visitado com agendamento prévio.

Na visita à propriedade, degustei alguns de seus vinhos:

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In Situ Sauvignon Blanc Reserva 2015

De coloração amarelho palha, apresentou aromas de maracujá, limão e notas herbáceas. Fácil de beber, frutado, ótima acidez e muito frescor.

In Situ Cabernet Sauvignon Reserva 2014

De coloração vermelho rubi intenso, apresentou aromas de frutas negras com notas de pimenta preta e cedro. Fácil de beber, bastante frutado, boa acidez e taninos macios.

In Situ Gran Reserva Carmenère 2014

14 meses de estágio em barrica francesa

De coloração vermelho carmim, apresentou ótima intensidade aromática, com aromas de cerejas negras e amoras com notas de pimenta preta. Em boca, bom corpo e média acidez.

In Situ Gran Reserva Cabernet Sauvigon 2014

14 meses em barrica francesa

De coloração vermelho rubi intenso, apresentou aromas de cerejas negras, amoras e pimenta preta. Em boca, bom corpo e acidez elevada.

Para quem desejar visitar a vinícola, basta enviar um e-mail e agendar um horário.

Viña San Esteban: www.insitu-travel.cl

Endereço:  Avda. la Florida 2220, San Esteban – Los Andes

Contato: insitu@vse.cl, +56 342 482842

Um brinde!

Cristina A. Prado

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Há alguns meses participei de uma degustação organizada pela MOVI Chile (movimento dos pequenos vinhateiros do Chile) que tinha como proposta apresentar à imprensa vinhos de algumas vinícolas boutique. Fiquei realmente surpreendida com a qualidade dos vinhos e decidi incluir algumas das vinícolas em meu roteiro ao Chile.

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A primeira visita foi a Von Siebenthal, onde fui recebida pelo Mateo. Toda a história da vinícola começa com um personagem chamado Irineu, um artista suíço que se apaixonou por uma chilena e decidiu construir sua vida neste país de belíssimas riquezas naturais. Um dia, compartilhou com um amigo suíço algumas fotos e histórias deste país. E foi assim que, em 1998 o advogado Mauro deixou seu país com seu filho Mateo e chegou ao Chile com uma bagagem cheia de sonhos.

Localizada no vale do Aconcágua, a Von Siebenthal tem hoje 32 hectares de vinhas e produz seus vinhos a partir das uvas tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Cabernet Franc, Syrah e Petit Verdot, e Viogner para seu único vinho branco.

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Aos pés dos Andes, o vale do Aconcágua está localizado a cerca de 80 km para o norte de Santiago. É uma região com grande oscilação de temperatura entre o dia e a noite, muito vento e pouca chuva ao longo do ano, o que permite um amadurecimento adequado das uvas e ajuda a prevenir o desenvolvimento de fungos.

O vinho símbolo da vinícola, de maior reconhecimento e expressão é o Parcela #7, com produção anual de 100 mil garrafas. Já seu vinho ícone é o Toknar, com 24 meses em barricas de carvalho francês e americano e estrutura para ser guardado por até 25 anos. Mas a novidade da vinícola é o Viogner, que passa de 12 a 14 meses em barrica e que, conforme ressaltou Mateo, tem estrutura suficiente para harmonizar com carne vermelha.

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Os vinhos da Von Siebenthal estão focados principalmente no mercado exterior, sendo exportados para mais de 30 países. O Brasil é o seu segundo maior mercado, logo após a China, mas seus vinhos podem ser encontrados também nos principais restaurantes de Santiago.

Ao final da visita, Mateo apresentou o Parcela #7 e o Carabantes Syrah:

Parcela #7 2012

Carbernet Sauvignon, Petit Verdot, Cabernet Franc e Merlot

14 meses em barris de carvalho

De coloração rubi, apresentou aromas de frutas negras maduras, como groselhas, e notas de pimenta preta. Em boca, acidez elevada, taninos elegantes e muita fruta.

Carabantes 2012

Syrah

18 meses em barris de carvalho

De coloração violácea, apresentou aromas explosivos de frutas negras maduras, como cassis e ameixa, com notas de mentol e chocolate. Em boca, corpo cheio, média acidez e taninos macios.

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Para quem deseja conhecer a vinícola, é necessário agendamento prévio que pode ser feito por e-mail ou telefone.

Von Siebenthal:

E-mail: latorre.soledad@gmail.com

Telefone: +56 9 9459 6173

Um brinde!

Cristina A. Prado.

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Em recente viagem ao Chile, tive a oportunidade de conhecer os vales de Casablanca e Aconcágua, no entorno de Santiago, e visitar algumas de suas vinícolas. A primeira visita foi à Emiliana, que está há 50 minutos de carro de Santiago, sentido Valparaíso.

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Quem me recebeu foi a Angélica, guia de visitas, e o Josué, hospitality manager, que, super atenciosos, compartilharam um pouco sobre a história e filosofia da vinícola e me apresentaram alguns de seus vinhos.

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Com cerca de 20 anos de história, a Emiliana é hoje a maior vinícola orgânica do mundo e cultiva suas uvas nas principais regiões vinícolas do Chile. Como filosofia, diz-se que um vinhedo orgânico é um organismo vivo autossustentável: um sistema fechado que se mantém saudável com o uso da própria fauna, flora e minerais em seu favor. Não utiliza pesticidas ou qualquer produto químico em suas vinhas, mas produz uma série de ervas e grãos que são utilizados em compostos que ajudam a fortalecer e proteger os vinhedos de pragas.

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Além disso, a presença de animais, como galinhas, que ajudam a comer larvas e insetos, joaninhas criadas localmente, que se alimentam de pulgões e pequenos insetos, lhamas, que na época adequada são soltas pelos vinhedos para ajudar na redução das folhagens das vinhas e abelhas, que ajudam na polinização da flora da região, ajudando a manter o ecossistema saudável.

DSC_5355Já o biodinamismo, filosofia também seguida pela Emiliana em alguns de seus vinhedos, acredita num equilíbrio energético entre todos seus elementos, considerando a posição dos astros como direcionadores do calendário do vinhedo. Este calendário é desenhado por um engenheiro agrônomo junto a um astrônomo. Diz-se que a posição dos astros influencia na energia da natureza e existem alguns momentos energéticos específicos que irão definir o melhor momento para fertilização de solo e vinhedo, poda e colheita, por exemplo.

Além de todo o cuidado com a natureza, a Emiliana acredita ser fundamental manter a paixão de seus colaboradores pelo trabalho para que isso se reflita na qualidade de seus vinhos. Oferece uma série de benefícios para os trabalhadores e seus familiares, como assistência médica e a possibilidade do uso das terras para produção de verduras e frutas.

A Emiliana produz seus vinhos brancos a partir das uvas Chardonnay, Viogner, Marsanne, Roussane e Sauvignon Blanc, enquanto para as tintas, Merlot, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Mouvèdre e Syrah.

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No vale de Casablanca, que é uma região fria mesmo no verão, o clima é adequado para a produção de excelentes brancos, pois permite às uvas mais tempo para amadurecer e desenvolver seus aromas e sabores. A Pinot Noir é também uma uva que se adaptou muito bem à região.

Os vinhos degustados nesta visita foram:

Novas Viogner 2013, Casablanca

De coloração amarela com reflexos dourados, apresenta aromas de flores brancas com notas de damasco e pêssego maduro. Em boca, corpo e acidez médios. Boa untuosidade. Muito bom!

Adobe Gewurztraminer 2015, Rapel

De coloração amarelo palha, apresenta aromas intensos de lichia, flores e frutas brancas maduras. Em boca, a sensação se repete. É um exemplar bem típico da Gewurztraminer.

Novas Carmenère, Cabernet Sauvignon 2013, Cochagua

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Coloração rubi intensa, apresenta aromas de frutas vermelhas e negras maduras. Em boca, apresenta boa estrutura, acidez, taninos macios e muita fruta com um discreto toque vegetal. Está delicioso!

Coyam 2012, Colchagua

Syrah, Carmenère, Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec e Mouvèdre

Coloração rubi intensa, apresenta aromas de ameixa, groselha e amoras negras. Em boca, bom corpo e acidez, com taninos marcantes. Vinho ícone da casa, passou 13 meses em carvalho 80% francês e 20% americano. Pode ser guardado por até 15 anos. Excelente vinho!

Gê 2012, Colchagua

Carmenère, Syrah, Cabernet Sauvignon

Coloração rubi intensa, apresenta aromas de frutas negras maduras, como ameixa e amora, com notas de chocolate e pimenta preta. Em boca, bom corpo e acidez, com taninos marcantes. Vinho ícone da casa, produzido a partir de vinhas velhas, com 16 meses de passagem em carvalho francês. Pode ser guardado por até 20 anos. Excelente vinho!

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Conhecer mais de perto o admirável trabalho realizado por esta vinícola foi, certamente, uma experiência e tanto, e reforça todo o romantismo e misticismo que há por trás de cada garrafa de vinho que abrimos, nos surpreendendo e nos enchendo de prazer.

A Emiliana recebe visitas diariamente em sua sede no vale da Casablanca, com agendamento prévio. Se estiver pela região, recomendo o passeio.

Emiliana Vinhos Orgânicos

Site: www.emiliana.cl

No Brasil, você pode encontrar os vinhos da Emiliana nos sites www.vinomundi.com.br e www.worldwine.com.br

Um brinde!

Cristina A. Prado

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A confraria Bem de Vinho se reuniu esta semana para degustar às cegas e avaliar alguns exemplares da vinícola chilena Escudo Rojo, localizada no vale do Maipo. Sempre muito divertido e instrutivo, o encontro incluiu uma proposta de harmonização, que tornou a noite ainda mais agradável e surpreendente.

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Gustavo Buffa, Maria Uzêda, Arlene Colucci, Rafael Porto, Fernanda Vianna e Cristina Almeida Prado.

A Escudo Rojo foi fundada em 1997 pela família Rothschild, dona do famoso Château Mouton Rothschild e da marca global Mouton Cadet. A família buscava expandir seus negócios para novos terroirs e encontrou no Chile o local ideal. Usando todo seu conhecimento adquirido ao longo dos anos, com a tradição e a cultura da família, somando-se a modernas técnicas de produção, a Escudo Rojo nasce originando vinhos com a mesma excelência que seus vinhos bordaleses, mas com a vivacidade e exuberância do terroir Chileno.

O Chile é um país privilegiado para produção de vinhos por sua diversidade de solos, a água cristalina e o frescor proveniente dos Andes e as barreiras naturais de seu território que servem de proteção contra o ataque de pragas e doenças. Esse conjunto permite originar uvas de altíssima qualidade, especialmente no Valle do Maipo, que é uma das principais regiões produtoras no Chile.

A Escudo Rojo é hoje uma marca global e encanta apreciadores de vinhos mundo a fora. Confira o descritivo dos vinhos apresentados no encontro da confraria Bem de Vinho e as notas de degustação:

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Rothschild quer dizer “escudo vermelho” em alemão, mesmo significado de Escudo Rojo, que é o emblema do brasão da família.

Escuro Rojo Rosé 2011

País: Chile

Região: Maipo

Castas: 66% Syrah, 21% Cabernet Sauvignon e 14% Carmenère

Graduação Alcoólica: 14%

Notas: De coloração rosada com reflexos brilhantes. No nariz abre com algumas notas intensas de morangos silvestres frescos e romã, com toques de especiarias. Em boca, revela generosos sabores de cereja e framboesa. Um vinho envolvente e delicioso.

Escudo Rojo Carmenère 2012

País: Chile

Região: Maipo

Casta: 100% Carmenère

Graduação Alcoólica: 14%

Notas: De coloração rubi com reflexos violáceos, apresenta aromas de frutas negras como cereja, com notas de hortelã, pimentão verde e especiarias. Em boca, apresenta taninos aveludados com toque de baunilha, frutas maduras e especiarias. Muito bom!

Envelhecimento: 50% barris de carvalho com 1 ano de idade durante 6 a 8 meses.

Escudo Rojo Syrah 2011

País: Chile

Região: Maipo

Casta: 100% Syrah

Graduação Alcoólica: 14%

Nota de degustação: De coloração rubi intenso, apresenta aromas de frutas negras como cereja e ameixa preta com notas de baunilha. Em boca, revela taninos marcantes, corpo médio, uma riqueza de frutas negras maduras com toque herbáceo. Está delicioso!

Envelhecimento: 50% barris de carvalho com 1 ano de idade de 6 a 8 meses.

Escudo Rojo Blend 2011

País: Chile

Região: Maipo

Castas: 40% Carmenère , 38% Cabernet Sauvignon, 20% Syrah, 2% Cabernet Franc.

Graduação Alcoólica: 14%

Nota de degustação: De coloração rubi intenso, revela aromas poderosos de frutas negras maduras, como cereja e amora com notas de chocolate e baunilha. Em boca, apresenta toques de mate e frutas maduras, bom corpo e maturidade tânica. Expressa todo o caráter do terroir do Chile, combinando o caráter do Cabernet Sauvignon com arredondamento da Carmenère e poder aromático da Syrah. Está muito bom!

Envelhecimento: 50% barris de carvalho com 1 ano de idade de 6 a 8 meses.

Rothschild quer dizer “escudo vermelho” em alemão, mesmo significado de Escudo Rojo, que é o emblema do brasão da família.

Mais informações sobre os vinhos no site da Devinum ou através do e-mail cristina@sommeliere.com.br.

Um brinde à vida!

Cristina Almeida Prado.

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