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Posts Tagged ‘Baron Philippe de Rothschild’

A confraria Bem de Vinho se reuniu esta semana para degustar às cegas e avaliar alguns exemplares da vinícola chilena Escudo Rojo, localizada no vale do Maipo. Sempre muito divertido e instrutivo, o encontro incluiu uma proposta de harmonização, que tornou a noite ainda mais agradável e surpreendente.

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Gustavo Buffa, Maria Uzêda, Arlene Colucci, Rafael Porto, Fernanda Vianna e Cristina Almeida Prado.

A Escudo Rojo foi fundada em 1997 pela família Rothschild, dona do famoso Château Mouton Rothschild e da marca global Mouton Cadet. A família buscava expandir seus negócios para novos terroirs e encontrou no Chile o local ideal. Usando todo seu conhecimento adquirido ao longo dos anos, com a tradição e a cultura da família, somando-se a modernas técnicas de produção, a Escudo Rojo nasce originando vinhos com a mesma excelência que seus vinhos bordaleses, mas com a vivacidade e exuberância do terroir Chileno.

O Chile é um país privilegiado para produção de vinhos por sua diversidade de solos, a água cristalina e o frescor proveniente dos Andes e as barreiras naturais de seu território que servem de proteção contra o ataque de pragas e doenças. Esse conjunto permite originar uvas de altíssima qualidade, especialmente no Valle do Maipo, que é uma das principais regiões produtoras no Chile.

A Escudo Rojo é hoje uma marca global e encanta apreciadores de vinhos mundo a fora. Confira o descritivo dos vinhos apresentados no encontro da confraria Bem de Vinho e as notas de degustação:

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Rothschild quer dizer “escudo vermelho” em alemão, mesmo significado de Escudo Rojo, que é o emblema do brasão da família.

Escuro Rojo Rosé 2011

País: Chile

Região: Maipo

Castas: 66% Syrah, 21% Cabernet Sauvignon e 14% Carmenère

Graduação Alcoólica: 14%

Notas: De coloração rosada com reflexos brilhantes. No nariz abre com algumas notas intensas de morangos silvestres frescos e romã, com toques de especiarias. Em boca, revela generosos sabores de cereja e framboesa. Um vinho envolvente e delicioso.

Escudo Rojo Carmenère 2012

País: Chile

Região: Maipo

Casta: 100% Carmenère

Graduação Alcoólica: 14%

Notas: De coloração rubi com reflexos violáceos, apresenta aromas de frutas negras como cereja, com notas de hortelã, pimentão verde e especiarias. Em boca, apresenta taninos aveludados com toque de baunilha, frutas maduras e especiarias. Muito bom!

Envelhecimento: 50% barris de carvalho com 1 ano de idade durante 6 a 8 meses.

Escudo Rojo Syrah 2011

País: Chile

Região: Maipo

Casta: 100% Syrah

Graduação Alcoólica: 14%

Nota de degustação: De coloração rubi intenso, apresenta aromas de frutas negras como cereja e ameixa preta com notas de baunilha. Em boca, revela taninos marcantes, corpo médio, uma riqueza de frutas negras maduras com toque herbáceo. Está delicioso!

Envelhecimento: 50% barris de carvalho com 1 ano de idade de 6 a 8 meses.

Escudo Rojo Blend 2011

País: Chile

Região: Maipo

Castas: 40% Carmenère , 38% Cabernet Sauvignon, 20% Syrah, 2% Cabernet Franc.

Graduação Alcoólica: 14%

Nota de degustação: De coloração rubi intenso, revela aromas poderosos de frutas negras maduras, como cereja e amora com notas de chocolate e baunilha. Em boca, apresenta toques de mate e frutas maduras, bom corpo e maturidade tânica. Expressa todo o caráter do terroir do Chile, combinando o caráter do Cabernet Sauvignon com arredondamento da Carmenère e poder aromático da Syrah. Está muito bom!

Envelhecimento: 50% barris de carvalho com 1 ano de idade de 6 a 8 meses.

Rothschild quer dizer “escudo vermelho” em alemão, mesmo significado de Escudo Rojo, que é o emblema do brasão da família.

Mais informações sobre os vinhos no site da Devinum ou através do e-mail cristina@sommeliere.com.br.

Um brinde à vida!

Cristina Almeida Prado.

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Uma seleção especial de vinhos da empresa Baron Philippe de Rothschild é algo perfeito para uma degustação memorável numa noite de encontro de confrades. Tivemos a oportunidade de experimentar seis rótulos: três tintos da linha Mouton Cadet Réserve de regiões distintas (um Médoc, um Graves e um Saint Émilion), um tinto Baron Nathaniel (de Pauillac), um Mouton Cadet Réserve branco de Graves e um Sauternes.

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Saber que a região de Bordeaux possui o maior nicho de “terroirs” do planeta, que na margem esquerda (Pauillac, Médoc e Graves por exemplo), o solo mais pedregoso privilegia o plantio da Cabernet Sauvignon, ao passo que, na margem direita (Saint Émilion e Pomerol por exemplo), o solo principalmente de calcário com argila faz da Merlot a rainha dessa parte de Bordeaux, e que por conta disso os vinhos provenientes da margem esquerda podem ser mais minerais, potentes, concentrados e longevos, enquanto os da margem direita, em geral, trazem fruta mais suave e frescor e estilo mais maduro, ajuda bastante num momento de apreciação e análise de um Bordeaux. Por isso resolvemos fazer a degustação dos tintos às cegas, uma vez que cada um deles era proveniente de sub-regiões distintas de Bordeaux. Já os brancos, deram seu “show” à parte.

Falaremos a seguir de cada um, com as respectivas notas de avaliação:

1- RÉSERVE MOUTON CADET 2011 – MÉDOC

Castas: 50% Cabernet Sauvignon, 45% Merlot e 5% Cabernet Franc

De coloração rubi com reflexos violáceos, possuía aromas de frutas vermelhas e geléia de framboesas; em boca frutado, notada acidez e taninos elegantes.

2- RÉSERVE MOUTON CADET 2009 – GRAVES ROUGE

Castas: 50% Cabernet Sauvignon e 50% Merlot

A coloração púrpura com reflexos atijolados mostrava uma aparência de evolução. Aromas etéreos, medicinais; em boca frutas secas, traços metálicos e um toque balsâmico mostravam um vinho em franco declínio.

3- RÉSERVE MOUTON CADET 2012 – SAINT ÉMILION

Castas: 90% Merlot e 10% Cabernet Sauvignon

Vinho de coloração brilhante, rubi com reflexos violáceos; aromas de frutos vermelhos em compota e notas de caramelo; em boca, frutado, leve toque de especiarias, equilíbrio e taninos refinados.

4- BARON NATHANIEL 2011 – PAUILLAC

Castas: 80% Cabernet Sauvignon, 10% Merlot e 10% Malbec, Cabernet Franc e Petit Verdot.

Vinho de coloração rubi intenso com reflexos púrpura; aromas de frutas negras, de baunilha, de especiarias, couro e notas tostadas; em boca, as frutas negras, boa acidez, redondo, encorpado e potente, com final persistente. Um vinho que mostra bem as características do seu terroir e pode ser guardado.

5- RÉSERVE MOUTON CADET 2011 – GRAVES

Castas: 50% Semillon, 45% Sauvignon Blanc e 5% Muscadelle

Coloração amarelo palha brilhante; aromas de frutas cítricas e o característico “xixi de gato”, denunciando sua mineralidade; em boca, boa acidez, um cítrico de “grapefruit”, toques minerais e florais, equilíbrio e boa persistência.

6- RÉSERVE MOUTON CADET 2010 – SAUTERNES

Castas: 85% Semillon e 15% Sauvignon Blanc

Vinho de coloração dourada; aromas de mel com toque floral; em boca, compota de laranja, mel, ótima acidez, untuosidade, bom equilíbrio e longo e prazeroso final de boca.

Sejam os elegantes vinhos do Médoc ou os frutados Merlots de Saint Émilion; seja um branco mineral e crocante de Graves ou um dourado sensual de Sauternes, os vinhos da Baron Philippe de Rothschild degustados nessa noite de confraria nos deixaram a sensação de que a vida pode parecer a festa que gostaríamos que fosse.

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Maria Uzêda, Fernanda Vianna, Cristina Almeida Prado, Arlene Colucci, Gustavo Buffa e Rafael Porto

Você pode encontrar os vinhos degustados nas seguintes lojas:

http://www.reidoswhiskys.net.br

http://www.lojadebebidas.com.br

Mais informações no site da importadora Devinum.

Um brinde à vida!

Maria Uzêda.

 

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O mundo dos vinhos conta histórias fascinantes de personagens que realizaram grandes feitos, deixaram suas marcas e que até hoje são lembrados e celebrados. Na semana passada, nós do blog Sommelière, tivemos a oportunidade de nos encontrar com Sebastien Nore (Diretor de Vendas Global) e Thibaut de Braquilanges (Gerente de Exportações), da Baron Philippe de Rothschild. Este feliz encontro nos permitiu conhecer mais sobre a trajetória desta gigante companhia, seus personagens heróicos e suas conquistas.

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Símbolo da família Rothschild: cada seta representa um dos filhos de Mayer Rothschild.

A história da família Rothschild tem início no século XVIII numa Alemanha ainda não unificada, com Mayer Amschel Rothschild, homem de negócios bem sucedido especializado em troca de moedas. Mayer teve 5 filhos, preparou-os com seus conhecimentos e os enviou cada um para um centro comercial europeu: Londres, Paris, Nápoles e Viena, e o quinto filho permaneceu na Alemanha. Rothschild, que significa escudo vermelho, viria a se tornar um reconhecido nome de família, ligado a banqueiros e homens de negócios, com forte influência nas cortes e governos por toda a Europa.

Um dos filhos de Mayer, Nathan, que vivia em Londres, mudou-se para Paris e em 1853 decidiu comprar uma vinícola para poder servir seu próprio vinho a seus ilustres convidados. Foi então que comprou um Château em Bordeaux, o qual chamou de Château Mouton Rothschild. Nathan, no entanto, nunca se envolveu na produção vinícola ou mesmo teve interesse em tornar seus vinhos comerciais. Foi somente com seu bisneto, Philippe Rothschild, já no século XX, que a história do Château viria a mudar de curso.

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Château Mouton Rothschild

Philippe Rothschild adquiriu o Château e criou sua própria empresa em 1933, a Baron Philippe de Rothschild. Sua busca contínua por qualidade e sua habilidade com negócios permitiram o sucesso de sua empresa. Philippe teve um papel muito importante no mundo dos vinhos e um de seus feitos históricos foi a iniciativa de engarrafar seus vinhos no próprio Château, coisa que na época era feita pelos négociants. Logo, inúmeros Châteaux seguiriam sua ideia.

Philippe foi responsável por garantir os mais altos padrões de produção para o Château Mouton Rothschild, o que lhe permitiu em 1973 alcançar o título de Premier Cru Classé. Foi também o idealizador dos criativos rótulos personalizados com obras de artistas contemporâneos para o Château Mouton Rothschild, cujas artes originais podem ser encontradas no Museu de Arte do Vinho no Château. Além disso, foi o criador do Mouton Cadet, o primeiro vinho regional de Bordeaux, que associado ao prestígio do Château, se tornou mundialmente conhecido.

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Primeiro rótulo a levar o título de Premier Cru Classé

Com o falecimento de Philippe em 1988, sua filha, a Baronesa Philippine, assumiu a companhia, dando continuidade ao legado de seu pai. Philippine permitiu a expansão do portifólio da companhia, que passou a trabalhar uma gama de vinhos para uma diversidade de públicos. A companhia firmou, inclusive, uma parceria com a Mondavi Wines e com a Concha y Toro, passando a produzir vinhos também na Califórnia (o renomado Opus One) e no Chile (o premiado Almaviva e o Escudo Rojo). Em 2012, sua produção total atingiu 25 milhões de garrafas.

Mas nas últimas semanas, o mundo dos vinhos chorou a morte de Philippine, personagem carismática e muito estimada, que tanto contribuiu para tornar as mesas dos enófilos mundo a fora, mais viva. Sebastien nos afirma que, com seu falecimento, a companhia pretende dar sequência ao trabalho desenvolvido, mantendo o espírito da família, sua tradição e cultura.

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Baronesa Philippine de Rothschild

Se você pretende fazer uma visita ao Château Mouton Rothschild, a recomendação de Thibaut é procurar com antecedência uma agência local. As visitas incluem um tour guiado pelo Château, degustação de seus rótulos e visita ao Museu da Arte do Vinho. Você pode se informar diretamente no Office de Tourisme de Bordeaux.

Agradecemos a Baron Philippe de Rothschild e a Devinum por nos conceder esta entrevista exclusiva.

Um brinde a Philippine!

Cristina Almeida Prado.

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