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Posts Tagged ‘Vinhos americanos’

Continuando meu relato sobre as vinícolas do Oregon, trago aqui mais duas sugestões imperdíveis:

“Trisaetum”:

trisaetum-oregon-enoturismoFundada em 2003 por Andrea e James Frey, essa vinícola é especializada na produção de Rieslings e Pinot Noirs. O nome Trisaetum deriva dos nomes dos dois filhos do casal: Tristen e Tatum. Esta é mais uma empresa familiar instalada no coração do vale de Willamette.

A Trisaetum utiliza uvas provenientes de seus vinhedos localizados em diferentes áreas viticulturais (AVAs): Yamhill-Carlton, Ribon Ridge e Dundee Hill. Em sua linha de produção estão os brancos “Trisaetum Riesling” e os tintos “Trisaetum Pinot Noir”, estes elaborados com uvas de diferentes vinhedos e envelhecidos em barris de carvalho em cave subterrânea por 12 a 20 meses antes de engarrafar. Há também os Pinot Noirs da “Trisaetum Artist Series”, uma coleção de edição limitada com rótulos especialmente desenhados a cada ano pelo próprio enólogo, proprietário e artista, James Frey.

James é artista plástico e imprime sua arte com paixão nos vinhos que produz, deixando sua marca pessoal. O visitante que chega na sala de degustação se surpreende ao ver que está dentro de uma Galeria de Arte. Isso mesmo, a sala de degustação fica dentro da bela galeria onde estão expostos os trabalhos de James. Devo dizer que a experiência aí é inusitada e encantadora!

A Trisaetum produz também uma caprichosa linha de espumantes feitos pelo método Champenoise.

trisaetum-oregon-enoturismo-galeria-de-arte

A sala de degustação é aberta ao público, mas se preferir, eles oferecem degustação privada, com harmonização de queijos e frios, que requer agendamento com 48 horas de antecedência e custa 60 dólares. Contatos podem ser feitos pelo e-mail alice.ingraham@trisaetum.com, ou pelo site www.trisaetum.com

“Rex Hill”:

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Essa vinícola entrou na minha lista de visitação por acaso. Folheando um jornal de circulação local, fiquei sabendo que a Rex Hill tinha sido premiada recentemente pela revista americana The Wine Advocate encabeçada pelo famoso crítico de vinhos Robert Parker. O prêmio reconhece a Rex Hill como uma das oito vinícolas extraordinárias da América.

A Rex Hill ficou conhecida pelos seus complexos e elegantes Pinot Noirs, no entanto, também produz sedutores brancos elaborados com Chardonnay, Riesling e Pinot Gris.

Fundada em 1982, foi adquirida em 2007 pela A to Z Wineworks que reduziu sua produção para focar somente em vinhos de alta qualidade, utilizando os princípios da biodinâmica em seus vinhedos.

Na agradável sala de degustação da Rex Hill, por 15 dólares você pode degustar 4 diferentes vinhos:

1- “Seven Soils Chardonnay 2015” – um vinho aromático, sedoso, com álcool bem integrado, resultante de passagem por barril de carvalho francês.

2- “Willamette Valley Pinot Noir 2014” – um blend de uvas de vários terroirs, é um vinho com boa fruta e taninos delicados.

3- “Shea Vineyard Pinot Noir 2014” – com 92 pontos da Wine Advocate, esse vinho apresenta mais corpo que o anterior, bem equilibrado, boa adstringência e final longo.

4- “Francis Tannahill Sundown 2013” – um inusitado blend de Grenache e Syrah provenientes do sul do Oregon; de coloração rubi intenso, com notas minerais e taninos robustos.

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Ao final da degustação, o simpático gerente Jonathan Lampe me serviu mais um rótulo: “Rex Hill Jacob-Heart Estate Vineyard Pinot Noir 2014”. Vinho de coloração rubi intenso, muito rico, cheio de frutos maduros, com bom corpo, notas tostadas, um toque terroso, bem estruturado e balanceado. Belo vinho!

Para saber mais acesse: www.rexhill.com

Finalizamos assim mais um relato de viagem em que demos uma pincelada sobre o encantador quadro vitivinícola do vale de Willamette, compartilhando com os amigos leitores experiências e dicas do mundo do vinho.

Maria Uzêda.

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A paixão por vinhos nos leva, muitas vezes, a destinos surpreendentes. Assim foi minha passagem pelo Oregon, em recente viagem aos EUA.

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Localizado entre dois grandes estados produtores de vinho, Califórnia ao Sul e Washington ao Norte, o estado do Oregon é o segundo maior produtor de vinhos do país e é um destino pouco explorado pelos enófilos.

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A mais destacada região é a de Willamette Valley onde as condições de clima e solo são altamente favoráveis ao plantio da Pinot Noir, cepa responsável pelos melhores vinhos do Oregon. Willamette Valley possui a maior concentração de vinícolas e vinhedos do estado e inclui seis sub-regiões: Dundee Hills, Yamhill-Carlton, Ribbon Ridge, MacMinnville, Chehalem Mountains e Eola-Amity Hills.

oregon-wineries-vinho-sommeliereA história da viticultura do Oregon começou a ser escrita por pioneiros vinhateiros que, seguindo práticas tradicionais da Borgonha e utilizando técnicas e clones europeus, descobriram que a região era soberba para o cultivo da Pinot Noir. Na década de 70, o vinho “South Block” Pinot Noir 1975, produzido por David Lett, da Eyrie Vineyards, foi parar nos noticiários, quando, numa degustação às cegas na França em 1979, ficou entre os dez finalistas do concurso. Recentemente, em 2016, a região recebeu a maior honra concedida pela renomada revista “Wine Enthusiast” tendo sido nomeada a “Wine Region of the Year”.

Um dos motivos que diferenciam o Oregon de outros estados é o fato de que muitas de suas vinícolas são empresas familiares, predominantemente rurais e surpreendentemente pequenas, mas com grandes ideias. O que aliás, explica o slogan adotado por eles que diz: “Small is Beautiful”.

Hoje, novas gerações de viticultores e empreendedores estão forjando novos caminhos na indústria vinícola local, sem abdicar das tradições de seus antecessores, dando continuidade ao espírito daqueles pioneiros.

oregon-wineries-vinho-enoturismo2Dirigindo pelas estradas rurais da região de Willamette, o turista deve se guiar pelas placas azuis para encontrar seu destino. Elas sinalizam a direção para as vinícolas que geralmente são acessadas por estradas vicinais. São inúmeras as razões para se explorar o coração dessa região: centenas de vinícolas dispostas a oferecer experiência única aos visitantes (algumas requerem agendamento), belíssimas paisagens, inúmeras salas de degustação espalhadas pelas pequenas cidades do entorno (Dundee, McMinnville, Newberg, Carlton, Amity, Dayton, Sheridan, etc), refinados restaurantes (“SubTerra”,por exemplo, em Newberg), charmosos Bed and Breakfast, sem falar no museu “Evergreen Aviation and Space”, que abriga o maior avião da história da aviação, o “Spruce Goose”, construído pelo milionário Howard Hughes e merece ser visitado. É também interessante informar que, no Oregon, não há taxa de imposto sobre os produtos comprados.

Para os amigos amantes do vinho, fica então aqui a minha sugestão de viagem. Inclua o Oregon em seus planos e deixe-se levar por seus instintos numa prazerosa e inesquecível “eno-aventura” que só o vinho é capaz de proporcionar. No próximo post, falarei sobre as vinícolas que visitei no Oregon. Não percam!

Maria Uzêda.

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Existem algumas situações que acontecem em nossas vidas que são realmente impagáveis. E eu acredito, sinceramente, que quando mandamos uma energia para o mundo, ela volta para nós, nos surpreendendo com momentos quase inacreditáveis. No entanto, na correria do dia a dia, não nos permitimos canalizar essa energia e muitas vezes ela se perde ou é gasta em outras coisas de menor valor. Mas quando estamos em uma situação de descanso e relaxamento, nos abrimos para o cosmos e isso naturalmente acontece.

cachos-de-uvas-vinhos-tintos Quando estive na Califórnia em visita às vinícolas, fui muito bem assistida em quase todas elas. Afinal, os americanos são muito bons de serviço e turismo. Algumas me deram uma atenção mais especial, sabendo que sou profissional do meio, outras não ligaram tanto. E as visitas iam seguindo esse padrão, até que no último dia, visitando a Mondavi, recebi de nosso guia uma dica valiosíssima. Disse que tinha um grande amigo brasileiro, Marcelo, sommelier de uma vinícola chamada Quintessa, logo ali na região. Já tinha minha agenda toda programada para o dia, mas pensei que seria muito interessante se conseguisse uma visita com o brasileiro. Certamente um brasileiro morando nos Estados Unidos por sabe lá quanto tempo, me receberia muito bem. E assim mudei minha rota para ver se o encontrava na Quintessa.

Chegando lá, me perguntaram se eu tinha reserva e me informaram que as visitações estavam lotadas até as próximas semanas. Acabei deixando um bilhete para ele, me apresentando e avisando que voltaria mais tarde. Segui com minha agenda e retornei após o almoço, somente para descobrir que ainda não haviam entregado o bilhete. Confesso que por um instante pensei se valeria à pena insistir. Mas meu feeling me disse que sim. Fiquei esperando até que conseguissem resgatar o Marcelo por um rápido instante e ele, todo atrapalhado, me cumprimentou, pediu desculpas pela correria e perguntou se eu poderia voltar no fim do dia que ele me receberia com o maior prazer. Era tudo o que eu precisava escutar.

Retornei no fim do dia, quando a vinícola já começava a encerrar suas atividades. Marcelo apareceu com um jipe, abriu a porta e me convidou a entrar. E assim saímos para um passeio na vinícola.

vinícola-quintessa-vinhos-boutique A Quintessa foi fundada em 1989 por um casal de chilenos apaixonados por vinho na região de Rutherford, em Napa. Com 280 acres de extensão, uma diversidade geográfica, diferentes microclimas e tipos de solo, a propriedade tinha todo o potencial para produzir um vinho de criação singular. Assim, o casal iniciou um trabalho tendo em conta práticas agrícolas que mantivessem a saúde e vitalidade da propriedade, incluindo toda a sua fauna e flora. Hoje a vinícola segue os preceitos e técnicas da biodinâmica e produz vinhos que refletem as características de seu terroir.

Já havia lido e estudado sobre os conceitos da biodinâmica, mas essa foi minha primeira experiência em uma vinícola desse estilo e com uma filosofia tão bonita. A biodinâmica é uma prática que busca trabalhar as energias que criam e mantém a vida na propriedade. Isso significa tratar a propriedade como um organismo vivo, buscando um equilíbrio para a videira e para o solo através de um cultivo orgânico, do uso de preparos naturais como fertilizante e energizante e considerando o compasso dos ciclos naturais da terra e do cosmos.

recanto-vinícola-quintessa-harmonizações Conforme caminhava pela propriedade e ouvia as histórias do Marcelo, reparava em cada detalhe encantador desse organismo vivo. Borboletas voando ao redor das flores, um coelho saltitante passeando por entre as videiras e, acredite, um veado cruzando nosso caminho. “Daqui nada sai e nada entra”, me falou Marcelo. A propriedade é auto-sustentável. Não se utiliza tratores, pesticidas artificiais, nem aditivos químicos em seus vinhos e todo fertilizante ou pesticida é produzido ali mesmo, com elementos da própria natureza. A seleção das melhores uvas é feita manualmente e todo o processo de vinificação é feito por gravidade. As uvas são recebidas em um ponto mais alto e as etapas da vinificação acontecem verticalmente, até que o vinho descanse nas barricas, no ponto mais baixo da vinícola. Essa prática reduz o consumo de energia e a poluição do ambiente com maquinários.

Subimos e descemos morro, passamos por um lago, onde a proprietária Valéria construiu um pequeno templo de meditação chinês, passamos por um bosque e subimos novamente até o ponto mais alto da vinícola. Ali, a paisagem era estonteante e era possível ver uma boa parte da vinícola e suas parcelas. O recanto é utilizado para visitas especiais com harmonização de pratos locais com os vinhos da casa.

Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot e Carmenère são plantados e vinificados separadamente, por parcela, totalizando quase 100 vinhos diferentes que depois são combinados e transformam-se em um único vinho. Um trabalhão!

Depois de muitas histórias, dicas e descobertas, finalmente fomos à degustação:

Quintessa 2005, Rutherford, Napa

18 meses em barrica, 14,9%

Aromas intensos de frutas negras maduras com fundo de baunilha e toques de especiarias. Em boca, taninos elegantes, bom corpo e longa persistência.

Quintessa 2006, Rutherford, Napa

18 meses em barrica, 14,6%

Aromas de frutas negras com notas de café e baunilha. Em boca, taninos equilibrados, bom corpo e complexidade.

Quintessa 2007, Rutherford, Napa

19 meses em barrica, 14,6%

Aromas de frutas negras, notas de café e especiarias. Em boca, bom corpo, intensidade e taninos marcantes.

A experiência na Quintessa foi rica e única. Não somente foi uma visita com o calor aconchegante do Brasil ou que aguçou meus sentidos em cada gole com a expressão do terroir, mas foi também uma nova percepção da interação do ser humano com a natureza e o cosmos. Assim encerrei minha visita à região dos vinhos na Califórnia.

Saiba mais: http://www.quintessa.com

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“Uma refeição sem vinho é como um dia sem sol”.

Robert G. Mondavi
logo Robert Mondavi WineryQualquer apaixonado por vinhos que já tenha bebido um bom californiano certamente já ouviu falar em Robert Mondavi. Considerado um marco na história vinícola americana, Mondavi construiu um império e foi responsável por importantes inovações que viriam a colocar os Estados Unidos no mapa vinícola mundial e elevar o Novo Mundo à categoria de produtor de grandes vinhos.

A história da família Mondavi tem início com Cesare Mondavi, que vindo da Itália na época da Lei Seca americana, comprou terras na Califórnia para plantar e vender uvas. Com o fim da Lei Seca, comprou uma pequena vinícola em Napa e passou a fazer vinho de garrafão. Seus filhos, Robert e Peter viriam a trabalhar com o pai nos negócios da família.

Naquela época, o mercado de vinhos de garrafão era dominado pelas grandes vinícolas, como a Gallo, por exemplo. E não era um mercado lucrativo para as pequenas vinícolas. Foi quando a família comprou uma vinícola antiga chamada Krug, que foi totalmente renovada.

Sede Vinícola Robert MondaviCom o falecimento do pai, Robert e seu irmão começaram a divergir sobre o futuro da vinícola. Robert queria investir na produção de vinhos de alta qualidade, enquanto seu irmão preferia seguir um caminho mais conservador. Assim, os irmãos se separaram e em 1966, Robert Mondavi fundou sua própria vinícola, a Robert Mondavi Winery e foi em busca do seu sonho: produzir vinhos californianos de alta qualidade, que pudessem ser equiparados aos melhores vinhos do mundo.

A nova vinícola já utilizava muitas das inovações que Robert havia introduzido a Califórnia. Algumas delas que foram fundamentais para a evolução e crescimento do mercado vinícola americano, tais como a utilização de equipe especializada em viticultura e vinificação, separadamente, o aperfeiçoamento do vinhedo para extrair todo o potencial da uva, investimento em tanques de fermentação a frio e rolhamento a vácuo, a utilização de pequenas barricas de carvalho francês e a utilização de rótulos com o nome do varietal que compunha o vinho.

fumé blanc Robert mondavi WinerySeu primeiro vinho produzido foi um Chenin Blanc, mas foi somente com o lançamento de seu primeiro Sauvignon Blanc, com uma nova fórmula que produziu um vinho diferente do que era conhecido nas terras da Califórnia, que seus vinhos começaram a ganhar destaque. Mondavi chamou seu vinho por um nome utilizado na região do vale do Loire, na França, mas nada conhecido nos Estados Unidos – Fumé Blanc – o que tornou o vinho um sucesso ainda maior.

Nos anos seguintes, a vinícola ganhou notoriedade com seu Cabernet Sauvignon e até 1975 seus vinhos já eram distribuídos por todo o país. Logo começaram a exportar. A reputação do vale de Napa foi ainda melhorada quando o Barão Phillipe de Rothschild anunciou planos para colaborar com Robert Mondavi na produção de um vinho super premium, que viria a se chamar Opus One. Na época, o consumo de vinhos premiun aumentava consideravelmente e o comprometimento de Robert Mondavi com a qualidade de seus vinhos o tornava uma marca forte na indústria do vinho.

Mondavi continuou a expandir e comprou outras vinícolas, como a Woodbridge, no segmento de vinhos finos de baixo custo.

Na década de 90 iniciou-se a transição da empresa para uma nova geração e os filhos de Robert Mondavi, Tim e Michael, assumiam os negócios da família.

A partir daí, os Mondavi começaram a investir em publicidade com o intuito de estimular o consumo de vinhos nos Estados Unidos. E nos anos que seguiram, grandes investimentos foram feitos não somente nos vinhos, mas em arquitetura, experiências enoturísticas e um retorno às técnicas tradicionais de produção de vinho. Além disso, criou-se o Centro Americano de Comida, Vinho e Artes (COPIA), um museu dedicado à cultura do vinho e comida, com diversas atrações que viriam a dar maior destaque para a região e tornar-se um centro referência.

Hoje a vinícola recebe mais de 350.000 visitantes por ano e possui cerca de oito opções de visitação e degustação de seus vinhos. Além disso, a Mondavi fechou uma Parceria com a Arboleda, vinícola Chilena e a Rosemount, Australiana numa colaboração de promoção e vendas de seus vinhos nestes mercados.

Robert teve um importante papel na promoção dos vinhos da Califórnia. Ele acreditava que a região tinha o potencial de produzir vinhos do mesmo nível dos países do velho mundo. Hoje pode descansar em paz, sabendo que deixou um legado inestimável para a indústria de vinhos americana e fez de sua paixão um exemplo a ser seguido.

Confesso que minha experiência de visitação na Robert Mondavi foi surpreendente. Pensando em uma vinícola de tal porte, em que o agendamento de visitação é feito online, não imaginava receber um atendimento tão caloroso e amigável, quase personalizado, como foi o que recebi pelo Tom, guia de visitação. Foi uma aula sobre a história da vinícola e uma excelente oportunidade para degustar e conhecer mais sobre seus principais vinhos.

Notas de Degustação Robert Mondavi Winery:

 

Robert Mondavi Winery Fumé Blanc 2008

6 meses de barrica, 14,5%

Aromas de limão, pêssego, maracujá e leve amanteigado. Médio corpo, boa persistência e acidez. Excelente!

Preço na vinícola: $40,00

Robert Mondavi Winery Pinot Noir 2008

12 meses de barrica, 15,5%

Aromas de cerejas maduras, especiarias e um leve toque de baunilha. Em boca, cheio, bom corpo com notas de especiarias. Muito bom.

Preço na vinícola: $60,00

cabernet sauvignon reserve Robert MondaviRobert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon Reserve 1999

94 pts Wine Spectator

14 meses de barrica. 14,1%

Aromas de frutas negras, notas de cassis, baunilha e doce de abóbora. Enche a boca, ótima acidez. Está perfeito!

Preço na vinícola: $140,00

Robert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon Reserve 2002

92 pts Robert Parker

14 meses de barrica. Aromas de frutas negras, baunilha e caramelo. Excelente corpo.

Preço na vinícola: $140,00

Robert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon Reserve 2005

92 pts Wine Spectator

14 meses de barrica. Aromas de frutas negras e licorosos, com toque de azeitona preta e baunilha. Em boca, taninos bastante presentes e acidez marcante. Pode esperar.

Preço na vinícola: $140,00

Robert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon Reserve 2006

96 pts Wine Spectator

14 meses de barrica. Aromas de frutas negras e leve toque de azeitona preta. Taninos bastante presentes. Ótimo potencial de guarda.

Preço na vinícola: $135,00

Robert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon Reserve 2007

14 meses de barrica. Aromas de frutas negras, cedro e especiarias. Em boca, frutas negras, bom corpo, taninos agradáveis. Vai evoluir muito bem.

Preço na vinícola: $130,00

Aqui no Brasil você encontra vinhos da coleção Robert Mondavi Private Selection, uma linha intermediária da Robert Mondavi na Wine.com.br.

Saiba mais:

Vinícola Robert Mondavi: www.robertmondavi.com

COPIA: www.openroad.tv/index.php?categoryid=16&p25_id=303

Wine: www.wine.com.br

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O segundo dia de Sonoma amanheceu nublado. Saí para uma corrida pelas ruas de Santa Rosa, apreciando o cenário das casas bem ao estilo filme americano, com seus gramados bem cuidados, jardins floridos, paredes bem pintadas, varandas espaçosas e muitas vezes, com brinquedos que foram deixados ali no dia anterior, e que ninguém se preocupou em guardar. As ruas vazias em um domingo pela manhã transparecem uma vida tranqüila, até mesmo bucólica levada pela população dali. Dá até vontade de ficar umas horinhas a mais na cama. Mas a agenda do dia já estava cheia, então tomei a estrada e segui para o Russian River Valley, onde comecei o dia de visitações.

Iron Horse Vineyard vinhos espumantes americanos

A primeira vinícola visitada foi a Iron Horse. Famosa pela produção de seus vinhos espumantes e especialmente, por serem o fornecedor de espumantes da Casa Branca. A área de degustação é externa, com uma vista bem bonita dos vinhedos. A vinícola já estava em época de colheita e foi possível ver as uvas chegando, passando pela desengaçadeira e mesa de seleção de frutas. Mas o melhor de tudo foi sentir o aroma do suco da uva começando a fermentar. Adoro!

Então dei início à degustação dos espumantes da casa, dos mais básicos aos mais elaborados. Alguns destaques abaixo:

Iron Horse Fairy Tale Cuvée 2006, Russian River, Sonoma

Aromas e sabores defumados com toques florais. Longa persistência em boca.

Esse espumante foi produzido exclusivamente para a Disney e a partir de uvas Pinot Noir. Preço na vinícola: $50,00

Iron Horse Brut LD 2002, Russian River, Sonoma

Aromas de damasco e figo e um fundo de leveduras e pão. Vinho de degorgement tardio, é feito a partir das uvas Pinot Noir e Chardonnay. Muito bom. Preço na vinícola: $85,00

Iron Horse  Joy! 1996, Russian River, Sonoma

Aromas de leveduras e funghi seco. Longa persistência e ótima complexidade. Excelente. Preço na vinícola: $160,00

 www.ironhorsevineyards.com

Apesar de impressionarem bastante, foi difícil não comparar com o que temos aqui, já que o espumante, em minha opinião, é o ponto forte do Brasil. Levaria sim uma ou duas garrafas de espumantes de lá, mas o preço deles é muito superior às boas alternativas que temos no nosso mercado. É inevitável comparar, inclusive num país onde se vende Champagne mais barato que na França. Foi interessante conhecer e saber que eles fazem bem. Agora é torcer para os preços abaixarem, para que o produto seja mais competitivo e apareça em outros mercados.

pequeno Bacco Kendall Jacksons Saindo de lá, segui para a Kendall Jackson’s, uma das grandes vinícolas de Sonoma. Sua sede assemelha-se a um chateau francês, antigo, mas bem conservado, com jardim florido e uma estátua do pequeno Bacco. Preparada para uma degustação cortesia para profissionais da área, acabei me surpreendendo com uma proposta de harmonização de pratos com os vinhos da casa. Achei a vinícola muito preparada para receber visitantes, além de ser uma das poucas que não exige agendamento prévio. A harmonização incluía um material explicativo sobre todos os vinhos a serem degustados com espaço para o visitante fazer as suas notas.  Alguns destaques da casa foram:

Kendall Jackson’s Highland Estates Camelot Chardonnay 2007, Sonoma

Notas tostadas, açúcar queimado, mel e caramel. Em boca, toques de mel, boa persistência e médio corpo. Muito bom. Preço na vinícola: $27,00

Kendall Jackson’s Late Harvest Chardonnay 2006, Sonoma

Aromas de limão e mel. Em boca, uma suave doçura, toques de mel e boa acidez. Muito bom. Preço na vinícola: $22,50.

www.kj.com

Kenwood Vineyards vinhos americanos O tempo se abria, compondo uma linda tarde de sol e céu azul. Parti para a Kenwood, uma das grandes também. Suas videiras estavam carregadas de fruta madura, eles ainda não tinham iniciado a colheita. A sede parece um grande galpão de madeira e lá dentro, uma lojinha e balcão de degustação. Em geral, achei os vinhos ligeiros, mais para o dia-a-dia e com preços bons. Senti falta de uma equipe mais preparada para falar sobre os vinhos servidos. Ali, o que mais me chamou a atenção foi o Zinfandel, que até então não havia provado nenhum que se destacasse.

Kenwood Reserve Chardonnay 2009, Sonoma

Aromas de pêssego maduro, mel e um fundo de caramelo. Em boca, cítrico com notas tostadas. Muito bom. Preço na vinícola: $20,00

Kenwood Jack London Zinfandel 2008, Sonoma

Aromas herbáceos, de mate e frutas negras. Em boca, notas de groselha. Muito bom. Preço na vinícola: $20,00

www.kenwoodvineyards.com

Gundlach Bundschu vinicola americana O fim de tarde se aproximava e ainda tinha mais uma visita agendada, na vinícola Gundlach Bundschu, que foi uma experiência muito boa. A vinícola foi fundada em 1858 e é uma das mais antigas vinícolas familiares da Califórnia. Depois de muitos anos produzindo e vendendo uvas, perceberam que a qualidade de suas uvas era muito boa e a partir de 1969 começaram a produzir seus próprios vinhos. Hoje a vinícola produz quase 30.000 cases por ano. E com uma qualidade impressionante. Fui muito bem atendida pela Linda, atenciosa e prestativa, que dirigiu a degustação e tirou dúvidas sobre os vinhos apresentados. Alguns destaques:

Gundlach Bundschu Chardonnay 2008, Sonoma

Aromas de baunilha com notas de mel e limão. Em boca, toques de caramelo, boa acidez e corpo. Excelente. Preço na vinícola: $27,00.

Gundlach Bundschu Zinfandel 2008, Sonoma

Aromas de cerejas maduras e ameixa com notas de pimenta. Em boca, taninos aveludados e médio corpo. Muito bom. Preço na vinícola: $30,00.

www.gunbun.com

Uma volta pela cidade de Sonoma encerrou o dia. Há uma praça principal no centrinho, cercada por lojinhas, restaurantes e um empório onde se pode degustar e comprar queijos e vinhos da região, muito interessante. Além disso, neste empório pude experimentar um sorvete de abóbora surpreendente. Lembrando que outubro é o mês da bruxas e o mês das abóboras. Por fim, almocei em um restaurante italiano com um cardápio bastante variado e com propostas de dar água na boca. Comi um coelho delicioso e ainda fui surpreendida com uma taça de Pinot Noir cortesia da vinícola do dono do restaurante. A harmonização casou muito bem. E o dia foi realmente uma boa experiência.

Della Santina’s Restaurante – www.dellasantinas.com

Acompanhe nos próximos posts as descobertas no Vale de Napa.

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Sonoma Coast Mapa de áreas vinícolas A 62 km ao norte da famosa Golden Gate, em São Francisco, está o charmoso condado de Sonoma. Foi ali que se plantaram as primeiras vinhas européias da Califórnia, no século XIX. A região é muito maior do que a vizinha Napa e abrange uma variedade mais ampla de áreas de cultivo.

Beirando a costa do Pacífico e ao mesmo tempo protegida por uma cadeia montanhosa, Sonoma sofre influência dos ventos frios que sopram do Pacífico pela Baía de San Pablo ao sul da região e das aberturas nas cadeias montanhosas, que favorecem a formação de uma característica neblina. Assim, na região sul que sofre maior influência dessas neblinas produz-se variedades de clima frio, que dão vinhos mais leves e delicados. Enquanto que nas regiões mais ao norte, o vinho é típico de clima quente, mais robusto.

As principais regiões produtoras são Russian River, Dry Creek e Alexander Valley. Russian River, mais ao sul, é a região mais fria em conseqüência de uma falha na cordilheira e da influência do rio Russian, que corre pela região até alcançar o Pacífico. A região produz excelentes Chardonnay e Pinot Noir. O vale de Alexander, mais ao norte, é mais quente e tem originado, além de bons Cabernet Sauvignon, outras variedades como a Syrah, Grenache e Sangiovese. Fazendo divisa com o vale de Alexander, a oeste, fica o Dry Creek valley, quente e seco, próprio para Cabernet Sauvignon e Zinfandel.

Minha chegada à região na manhã de 02 de outubro foi marcada pela característica neblina de verão. Aqui começava minha jornada pelos vinhedos da Califórnia. Uma parada no Visitor Center de Santa Rosa me ajudou com mapas dos roteiros vinícolas, informações sobre horários de visitação, degustações, indicações de lugares para comer, etc. Com o dia já pré-agendado, o que é muito importante se você quer visitar as vinícolas mais badaladas, comecei com uma visita a Simi Winery, onde fui recebida pela Nadine, que nos guiou pelas caves, vinhedos e sala de degustação.

SIMI WINERY

A SIMI é uma das vinícolas mais antigas da região. Fundada em 1848 por Giuseppe Simi, um italiano vindo da Toscana, que desenvolveu o negócio familiar até que fosse comprado pelo Grupo Constellation Brands, detentor de grandes marcas de bebidas pelo mundo. A vinícola produz 150.000 cases de vinho por ano e seu maior consumo se dá nos próprios Estados Unidos.

Segui para a degustação onde puder provar uma série de vinhos da casa. Sauvignon Blanc, Chardonnay, Zinfandel, Cabernet Sauvignon e até um Riesling Late Harvest. Aqui já pude perceber um destaque da região: a Chardonnay. Foi interessante provar e fazer o comparativo de uma Chardonnay do vale de Alexander e na seqüência, um Chardonnay de Russian River. É notável a diferença de corpo, acidez e frescor de uma região mais fria para outra mais quente.

Destaques:

SIMI Chardonnay 2007, Alexander Valley, Sonoma

13 meses de barrica francesa. 14,5%

Aromas de mel, manteiga, caramelo tostado e um fundo de peras. Em boca, muito caramelo. Média persistência. Bem interessante. Preço na vinícola: $30,00.

SIMI Chardonnay 2007, Russian River, Sonoma

13 meses de barrica francesa. 14,5%

Aromas de mel, manteiga e certo floral. Em boca, untuoso e cítrico. Boa personalidade. Muito bom. 90 pts. WE. Preço na vinícola: $30,00.

SIMI Zinfandel 2008, Dry Creek Valley, Sonoma

8 meses em carvalho francês e americano.

Aromas frutados, cerejas e um toque de pimenta. Muita fruta em boca. Corpo médio e média persistência. Muito bom.

J VINEYARDS

Segui então para a próxima experiência, uma harmonização no famoso Bubble Room da J Vineyards. A J é uma vinícola mais jovem, fundada em 1986 por Judy Jordan. No princípio, era especializada em vinhos espumantes, mas logo percebeu que seu terroir era muito bom para a produção de varietais de clima frio, como a Chardonnay e Pinot Noir, que hoje são também destaques da vinícola.

Fui recebida pela Courtney, sommelière da casa e responsável pela organização de uma incrível experiência enogastronômica. Sentei em um sofá aconchegante, na companhia de um casal americano muito simpático e logo demos início à seqüência de harmonizações.

Destaques:

J Vineyards Chardonnay 2007, Russian River Valley

Estágio de 10 meses em barrica.

Aromas de manteiga, baunilha e amêndoas torradas, com um toque de limão. Boa complexidade em boca – cítrico e untuoso. Acidez equilibrada. Excelente. Preço na vinícola: $28,00.

Harmonizado com peixe da região.

harmonização J vineyardsRobert Thomas Vineyards, Pinot Noir 2006, Russian River Valley

Aromas de cerejas com toque de canela. Boa persistência. Bom. Preço na vinícola: $50,00.

Harmonizado com hambúrguer de cordeiro com molho de queijo.

Nicole’s Vineyard Pinot Noir 2006, Russian River Valley

Aromas intensos de ameixas e frutas negras maduras e um toque de canela. Em boca, frutado e taninos aveludados. Excelente. Preço na vinícola: $50,00.

Harmonizado com tiras de filé de carne.

Back Door Vineyard, Pinottage 2007, Russian River

Aromas de cassis e groselha. Em boca, muita groselha. Corpo leve e média persistência. Muito bom. Preço na vinícola: $38,00.

J Vintage Brut Late Degorgement 1999, Russian River

Aromas de funghi secchi, damasco e notas cítricas. Em boca, bom corpo e toques de caramelo. Excelente. Preço na vinícola: $65,00.

A visita a J foi realmente uma experiência e tanto. Não apenas pela cordialidade da equipe, pela beleza da vinícola e de sua sede, ou pela qualidade dos vinhos, onde se percebe o carinho e dedicação com que são feitos, mas por todo ambiente criado para uma harmonização e por todo pensamento dado às combinações de pratos com seus vinhos para uma inesquecível experiência sensorial.

JORDAN VINEYARDS

cave Jordan com sistema anti-terremotoA próxima visita foi na vinícola Jordan, da mesma família da J. Fundada em 1972, a vinícola construiu seu nome com seus Chardonnay e Cabernet Sauvignon, de qualidade reconhecida internacionalmente. A Jordan produz hoje uma média de 90.000 cases por ano.

Nossa hostess nos levou a uma visita às caves, construídas a base de um sistema de proteção contra terremotos e depois, a uma degustação harmonizada com queijos da região.

Destaques:

Jordan Chardonnay 2008, Russian River, Sonoma

4 meses em barrica.

Aromas de maracujá com notas mineirais. Leveza e refrescância. Muito agradável. Preço na vinícola: $29,00.

Jordan Cabernet Sauvignon 2003, Sonoma

12 meses em carvalho francês e americano. 13,5%.

Aromas de amoras e frutas negras maduras. Em boca, ótimo corpo com toques de especiarias e pimenta. Muito bom. Preço na vinícola: $59,00.

Jordan Cabernet Sauvignon 2006, Sonoma

12 meses em carvalho francês e americano. 13,5%.

Aromas de cerejas e franboesas. Em boca, bastante frutados, taninos um pouco agressivos. Pode esperar. Muito bom. Preço na vinícola: $52,00

loja de vinhos J Vineyards A impressão que ficou do primeiro dia de visitação às vinícolas em Sonoma foi que os americanos estão muito bem preparados para receber turistas. O que achei que foi realmente um diferencial e que, em outras viagens a regiões vinícolas em que estive praticamente não vi foi a importância que eles dão à combinação de seus vinhos com a comida.

Analisando o mercado americano como um todo, o que eu entendo é que eles têm uma visão interessante de marketing e buscam vender são somente um produto ou um produto bom, mas criar uma experiência. É a indústria americana do turismo e do entretenimento que consegue atrair um grande público de todos os cantos do país. Crítica ou elogio? Entenda como quiser. O que importa é que eles estão vendendo bem.

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Hall Wines Napa Valley

Hall Wines Napa Valley

 Aos meus leitores, minhas desculpas pela ausência nas últimas semanas. Saí de férias em viagem a Califórnia, nos Estados Unidos, e retornei com inúmeras histórias e experiências para compartilhar. Com tanta informação e conhecimento fervilhando em minha mente, pingarei a cada semana um pouco do que vi, conheci e experimentei na deslumbrante Califórnia.

Pouco ouvimos falar dos vinhos americanos aqui no Brasil. Os mais curiosos, que freqüentam eventos da área sim já devem ter experimentado. Mas a maior fama desses vinhos vem da repercussão da famosa degustação de Paris em 1976, evento que premiou às cegas vinhos americanos sobre os famosos Grand Cru franceses. Ou, quem sabe, pelo filme Sideways, que promoveu, em 2004, a Pinot Noir californiana mundo afora.

Além disso, é de lá que vem nomes importantes como Robert Mondavi, empresário que fundou uma das maiores produtoras do país, que fez história e gerou polêmica no velho mundo; e Robert Parker, crítico de vinho que virou referência mundial – sendo também um marco na história do vinho.

Joseph Phelps Vineyards napa Valley

Joseph Phelps Vineyards

 Os Estados Unidos são hoje o quarto maior produtor de vinhos do mundo, ficando atrás apenas da Espanha, Itália e França. Mas se eles produzem tanto vinho assim, para onde vão que a gente não acha? Apesar do volume total considerável de vinho produzido, há um consumo interno bastante representativo, que gira em torno de 10L per capita. É curioso observar que, da mesma forma como acontece nos países que possuem grande tradição, quando buscamos pela seção de vinhos num mercado ou mesmo num Liquor Store nos Estados Unidos, o que se vê, basicamente, é o vinho americano. E alguma coisa de França e Itália lá nos fundos da loja. Assim, fica fácil entender porque esses vinhos dificilmente chegam até nós.

A história do vinho americano é longa e cheia de sobressaltos. Teve início com a colonização no século XVI.  Quando os ingleses chegaram aos Estados Unidos ficaram bem impressionados com a quantidade de uvas que já se plantava naquelas terras (eram mais de 12 espécies). Imaginou-se que o vinho seria uma das boas coisas do novo mundo, mas as uvas ali cultivadas, quando vinificadas, tinham sabor esquisito. E as diversas tentativas de se plantar videiras européias em solo americano foram por um longo tempo em vão, até que se descobrisse porque elas não vingavam naquelas terras – a presença de uma praga que viria, tempos depois, avassalar as videiras de todo o velho mundo: a phyloxera.

Decanter antiquado Hall Wines napa Valley Mas as dificuldades não pararam por aí. Veio a peste negra, a guerra civil e por fim, a Lei Seca, que proibiu a venda e o consumo de qualquer bebida alcoólica de 1918 a 1933. E assim, os Estados Unidos descobriram o vinho caseiro, e sua produção ilegal espalhou-se por diversas regiões no país.

Apesar de todas as barreiras, a produção vinícola floresceu e tem dado bons frutos, com destaque para Califórnia, Oregon e Washington na costa oeste e Nova Iorque, Pensilvânia e Virginia na costa leste.

 Hoje o país é bastante preparado para o enoturismo, especialmente nas regiões de Napa e Sonoma – as estrelas da Califórnia. Visitas guiadas, degustações de diversos rótulos (de lançamentos aos library wines), harmonizações, áreas de picnic com paisagens deslumbrantes para os vinhedos e um serviço exemplar. Para quem ainda não conheceu e deseja fazer a experiência, acompanhe as novidades nos próximos posts com os pareceres e as dicas de cada uma das regiões. E viaje comigo nas descobertas do mundo vinícola. Tim-tim!

Referências: The World Atlas of Wine; Robinson, Jancis and Johnson, Hugh.

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