Degustar é provar com atenção, procurando analisar as qualidades do objeto degustado. Degustar e beber um vinho são coisas distintas: beber é ingerir um líquido e degustar é submetê-lo a nossos sentidos para julgá-lo e descrevê-lo.
Alguns pré-requisitos para degustação são: a taça, que deve ter um bojo com espaço suficiente para que se possa girar o vinho e desprender seus aromas, um pano de fundo claro para observar o vinho, água e pão para limpar o paladar entre um vinho e outro. Se for usar a mesma taça ao mudar de um vinho para o outro, gire um pouco do novo vinho dentro da taça e despeje-o. Isso chama-se “avinhar” o copo.
Os órgãos fundamentais para degustação são: visão, olfato e paladar, capazes de captar os estímulos sensoriais emitidos por grande parte das mais de quinhentas substâncias que existem no vinho. As sensações visuais são quase instantâneas. Já as olfativas e gustativas necessitam de estímulos que variam de pessoa para pessoa e podem ser aumentados com um treino.
Comece a análise visual segurando a taça pela haste. Evite sustentá-la pelo bojo, pois o calor da mão aquecerá o vinho. Com a taça na altura dos olhos, contra um ponto luminoso, você pode perceber as partículas em suspensão, o que define o grau de limpidez e sanidade do vinho. Se o vinho está turvo, pode indicar que deveria ter sido decantado ou mostrar a existência de alguma doença do vinho.
A cor define os tipos de vinhos: tinto, branco ou rosado. Suas nuances podem variar de púrpura, rubi, granada e alaranjados para os tintos, e esverdeado, palha, dourado e âmbar para os brancos. Essas nuances nos informam sobre a idade ou a evolução dos vinhos. Normalmente a cor dos tintos clareia com o tempo, enquanto a dos brancos escurece.
Outro aspecto importante é a intensidade, que é reação do vinho à reflexão da luz e que define o corpo do vinho. Um vinho de cor intensa é um vinho encorpado e o de cor pouco intensa é um vinho de menos corpo.
O álcool é um fator que influi no aspecto fluido e móvel do vinho e pode ser percebido quando é girado dentro do copo. Nesse movimento, uma parte do líquido sobe pelas as paredes da taça e escorre até a base em forma de gotas que originam linhas irregulares, chamadas de lágrimas do vinho. Isso se deve ao fato de o álcool evaporar-se mais rapidamente que a água do vinho. Quanto maior o teor alcoólico, mais abundantes são as lágrimas do vinho.
Na degustação, chamam-se aromas as sensações olfativas. Existem mais de cento e vinte substâncias aromáticas nos vinhos. Aproxime a taça ao nariz e cheire. Isso permite apreciar os aromas mais voláteis. A seguir, faça um movimento de rotação com a taça para agitar o vinho e aumentar a superfície de evaporação. Dê algumas aspiradas rápidas e deixe a imaginação funcionar.
Por fim, chegamos à análise gustativa. Prove em pequenas quantidades e deixe o vinho passear por toda a boca, sentindo-o por todos os lados da língua, bochecha e gengiva. Com o líquido ainda na boca, aspire um pouco de ar com os lábios semiabertos. Essa técnica permite sentir o “retrogosto”.
É importante ter em mente que em uma degustação nunca há unanimidade em relação ao vinho degustado. Cada um tem um paladar e o melhor vinho sempre é definido por maioria.
Então, fica a minha dica: comece a degustar vinho e não simplesmente beber. Você irá descobrir sensações nunca antes imaginadas.
Referência: Vinhos, O Essencial; Jose Ivan Santos
cris
amei! parabens! o jose ivan santos (tio ivan) é um querido amigo do moa e meu, e meu paciente tb! vc precis conhece-lo!
mari
Que bacana Mari, li vários livros dele e sou uma grande fã. Se pudermos marcar qualquer dia, ficaria feliz em conhecê-lo. Beijos.