Hoje tive o privilégio de participar de um evento bastante exclusivo promovido pela Associação Brasileira de Sommeliers em São Paulo, com apoio da importadora Viníssimo. A proposta era simples, porém, bem diferente. Uma palestra sobre a arquitetura de grandes vinícolas espanholas acompanhada de degustação de alguns de seus rótulos que chegam em primeira mão ao Brasil. A palestra foi ministrada por Jesús Marino Pascual, arquiteto responsável pelas magníficas obras construídas na rota dos vinhos espanhola.
Quem já viajou pelo mundo vinícola e pode conhecer produtores do novo e velho mundo tem uma imagem bastante distinta do que é o novo e o velho mundo. Pensamos em novo mundo e vemos construções modernas com seus tanques de inox, processos automatizados e jovens enólogos estudados aplicando seus experimentos para fazer um bom vinho. Quando pensamos em velho mundo, vemos construções antigas, mas muito bem conservadas, como os velhos Chateaux franceses ou as Maisons de Champagne, com tanques de madeira, seleção manual das uvas e uma produção muito cuidadosa, transmitida de geração em geração por pessoas que cresceram em meio às videiras. Claro que estou generalizando, mas quando colocamos num embate é mais ou menos isso que pensamos. Mas o interessante é perceber que, cada vez mais, temos visto o velho mundo tirar o melhor proveito do melhor que tem a oferecer de sua tradição secular agregando arquiteturas grandiosas, como são seus vinhos. E isso é um grande atrativo especialmente para quem tanto ama o enoturismo.
Foram quatro vinícolas apresentadas. A bodega Dinastía Vivanco, fundada pela família Vivanco em 1915 e reconstruída com nova arquitetura na última década. A bodega, além de vinícola, é também um museu da cultura do vinho. Vimos a bodega Darien, que ganhou o prêmio “Best of Wine Tourism 2009”, arquiteturas e jardins. A vinícola possui em um de seus ambientes um museu de cerâmica que expõe diversas ânforas que eram usadas há séculos atrás para o armazenamento de vinho. Vimos também a Bodega Irius, em Somontano, que nasceu de um sonho de uma família Riojana que saiu mundo a fora para desenhar o projeto da vinícola e torná-la uma realidade em 2000. Outra vinícola que pudemos conhecemos foi a Bodega Antión, que possui em sua sede um hotel com 12 suítes e uma sala para conferência.
Dados apresentados por Jesús Marino nos mostram que após a construção das novas sedes, o número de visitas às bodegas triplicou e a exposição das bodegas mundo à fora aumentou significativamente. É claro que tudo isso tem um custo bastante alto, com investimentos de 20 a 40 milhões de euros, mas há o apoio do governo espanhol e investidores de indústrias poderosas no país que objetivam um renascimento da imagem da indústria vinícola espanhola no mundo e, é claro, todos os louros que vem junto a isso.
Tivemos a oportunidade de experimentar vinhos de dois dos produtores. A surpresa foi muito boa:
Barón de Oja Crianza DOC 2006 – Antión
100% Tempranillo
Rioja, Espanha – 13,5%
Preço: R$98,74
Notas: Aromas de doce de abóbora e chocolate. Em boca, leveza e elegância. Muito agradável.
Antión Selección DOC 2005 – Antión
Rioja, Espanha – 13,5%
100% Tempranillo
Preço: R$190,00
Notas: Aromas de frutas negras, chocolate e cedro. Em boca, corpo médio, boa acidez, boa intensidade de frutas e longa persistência. Muito bom.
Absum Varietales 2008 – Irius
Somontano, Espanha – 13,5%
50% Tempranillo, 35% Merlot, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Syrah
Preço: R$107,70
Notas: Aromas de frutas negras maduras, coco e toques florais. Em boca, frutas maduras, bom corpo e persistência. Muito bom.
Irius Selección 2004 – Irius
Somontano, Espanha – 13,5%
Tempranillo, Merlot e Cabernet Sauvignon
Preço: R$308,55
Notas: Aromas de doce de abóbora e fundo terroso. Em boca, ótimo corpo, riqueza de frutas e retrogosto tostado. Excelente!
Se você planeja conhecer vinícolas Espanholas, deixo aqui a dica. Mas se pretende simplesmente conhecer seus vinhos, em breve os rótulos mencionados estarão disponíveis na Viníssimo.
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