Essas são as diferentes denominações para um mesmo vinho fortificado produzido no sul da Espanha: o Jerez. O Processo de produção e envelhecimento do Jerez somente pode ser feito numa única área conhecida como triângulo de Jerez, composto por três cidades: Jerez de La Frontera, Sanlúcar de Barrameda e El Puerto de Santa Maria. Outros municípios como Chipiona, Trebujena, Rota, Puerto Real, Chiclana e Lebrija têm seus vinhedos, produzem seus vinhos, mas não fazem o Jerez.
Na Espanha, o mecanismo de produção de vinhos é rígido e controlado por rigorosa regulamentação e restrições comerciais. Há delimitação de Zona de Crianza (envelhecimento) e Zona de Produción. Há também tipo de bodegas: as Bodegas de Produción ficam situadas fora do triângulo de Jerez, podem produzir vinho e vendê-lo para Zona de Crianza e elaboram vinho para venda sem D.O.; as Bodegas de Crianza y Almacenistas (armazéns) ficam situadas dentro da Zona de Crianza, envelhecem o vinho com D.O. e são obrigadas por lei a vendê-lo para as Bodegas de Crianza y Expedición (exportadores). Estas por sua vez, ficam situadas dentro da Zona de Crianza, envelhecem, vendem e exportam vinho com D.O.
As variedades de uvas autorizadas na região são a Palomino Fino (principal uva que produz o melhor Jerez), a Pedro Ximenes (produz vinhos doces e xarope para vinho licoroso) e a Moscatel (que produz vinho doce).
A elaboração do vinho Jerez se dá graças a uma combinação perfeita de natureza (clima excepcional, solo de albariza), tradição (método de solera) e tecnologia (vinho base impecável).
Quando o vinho base está pronto para fermentação, é classificado em categorias: pálidos e ligeiros ou mais estruturados e encorpados. Uma segunda classificação se segue baseada no grau de fortificação (adição de destilado de vinho). Vinhos pálidos e ligeiros são, deliberadamente, fortificados a 15% e serão maturados sob a camada protetora de uma espontânea levedura própria do Jerez, chamada Flor. Esses vinhos são submetidos à crianza 100% biológica e darão origem ao Jerez Fino. Vinhos encorpados são, deliberadamente, fortificados a 17% e são maturados em contato com o ar, pois as barricas de carvalho americano onde são colocados, com capacidade de 600 litros, são preenchidas com apenas 500 litros. Esses vinhos são submetidos à crianza 100% oxidativa e darão origem ao Jerez Oloroso. Então cada vinho, de acordo com sua categoria, inicia sua jornada através do sistema de solera onde é submetido, por no mínimo três anos, a sucessivas misturas (blends) e estágios de envelhecimento. O sistema de solera é a base do Jerez.
Ao final de todo o processo de envelhecimento, obtém-se vários tipos de vinhos de Jerez: Jerez Fino, Manzanillas, Amontillados, Oloroso e Palo Cortado.
O Jerez Fino é um vinho delicado e menos encorpado, de coloração amarelo pálido, com aromas de brioche e fermentados e em boca, seco, notas de amêndoas, ligeiro amargor e vago toque de sal.
O Manzanilla é igualmente fino, seco, pálido, com uma leve diferença no aroma que nos lembra a flor de camomila.
O Amontillado é também fino e seco, porém mais escuro e mais complexo.
O Oloroso é um vinho mais encorpado, seco, escuro, cortante, glicérico, gordo e amargoso.
O Palo Cortado é considerado uma raridade, por isso, muito caro. É classificado entre um Amontillado e um Oloroso.
Fino ou Oloroso, o fato é que parecem participar de uma mesma equação, ou, se preferir, de um mesmo poema que somente a mão do home é capaz de produzir e nos fazem sentir mais vivos do que nunca. Experimente!
Maria Uzeda de A. P. Xavier
Gostei do artigo da nova relatora.
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