Os ingleses inventaram o vinho espumante no século 17, quando o cientista Christopher Merret descobriu que se adicionasse açúcar ao vinho já pronto, levaria a uma segunda fermentação, resultando em um vinho com borbulhas. Porém, os britânicos pouco puderam se beneficiar dessa descoberta, pois o clima frio e úmido das terras inglesas não favorecia a produção de uvas maduras para um vinho de qualidade. Algumas décadas depois, um monge francês chamado Dom Pérignon adaptou a idéia e criou uma bebida de sucesso: o Champagne.
Até pouco tempo atrás, falar em espumante inglês poderia soar como uma brincadeira. Mas com o fenômeno do aquecimento global na última década, aliado a melhores técnicas de produção, os britânicos talvez consigam dar o troco. Há um ano, um pequeno produtor de espumante inglês, chamado Nyetimber Estate, foi nomeado “o melhor espumante do mundo” em uma degustação de prestígio na Itália, derrotando dezenas de espumantes como Louis Roederer, Bollinger e Pommery. Isso nos mostra que as borbulhas inglesas estão em ascensão.
Dados oficiais indicam que a última década foi a mais quente dos últimos tempos no mundo. Para os produtores ingleses, isso levou a frutas mais maduras e concentradas, adequadas para a produção de espumante. Do ano de 2000 até 2008 o número de produtores cresceu de 363 para 416. Alguns dizem, inclusive, que 2009 foi a melhor colheita que jamais viram.
No entanto, muitos connoisseurs insistem que nenhum vinho espumante consegue atingir a finesse e os sabores do Champagne, feito somente na região de Champagne. Mas ao mesmo tempo, o espumante inglês começa a “estourar” algumas borbulhas francesas. Alguns espumantes já ganharam dezenas de prêmios internacionais e foram, inclusive, servidos no aniversário de 80 anos da rainha Elizabeth.
A produção anual de Champagne chega a 320 milhões de garrafas e é gigantesca perto das 1,4 milhão de garrafas de espumantes produzidas pelos ingleses. Ainda assim, alguns representantes de grandes casas de Champagne como Louis Roederer, Pol Roger e Duval-LeRoy chegaram a visitar algumas vinícolas na Inglaterra – os seus pequenos rivais.
O aumento da temperatura também ajudou os produtores franceses, mas se a tendência continuar, isso pode representar uma ameaça. O Reino Unido é um dos maiores importadores de Champagne no mundo, mas hoje a demanda por espumantes locais está “pegando”.
Recentemente, tive a oportunidade de degustar um espumante inglês trazido por um primo, a quem recorri para essa experiência. Confesso que, em acordo com meus colegas confrades que compartilharam do momento, fui surpreendida, não somente com a novidade, mas com um vinho espumante muito bem elaborado, elegante e com uma riqueza de aromas muito interessante. Esse foi o Chapel Down English Rose Reserve Vintage, produzido na pequena vila de Tenterden em Kent. Talvez ainda longe das características marcantes de um grande Champagne, mas digno de reconhecimento no mapa vinícola mundial.
Chapel Down: www.englishwinesgroup.com
Nyetimber Estate: www.nyetimber.com
Ridgeview Estate: www.ridgeview.co.uk
Referência: The Wall Street Journal, 21 de maio de 2010, Gautam Naik.
Estudos tem mostrados que Inglatera tem praticamente o mesmo clima que a regiao de champagne tinha ha 25 anos atraz e que o solo é muito parecido.
Cris, sou dos que acham muito difícil que os ingleses cheguem perto de Champanhe, já que nem os próprios franceses de regiões muito mais próximas e semelhantes conseguem chegar.
Mas não deixa de ser uma boa notícia os ingleses começarem a produzir seus próprios espumantes e, quem sabe, assim deixarem mais garrafas de champanhe para nós (rs)!
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