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Archive for the ‘Histórias de Vinho’ Category

vinhos-da-frança-borgonhaA França é um dos principais países produtores de vinho no mundo, com produção de mais de 7 bilhões de garrafas por ano e consumo per capita em torno de 45L. Sua história com os vinhos é secular, com registros que datam da época dos gregos e romanos, o que lhes concede tamanha tradição e reputação até os dias de hoje. Mas falar em vinho francês para muitos pode parecer uma coisa bem complicada. Então vamos simplificar.

Uma das questões que ouço com frequência é por que nos rótulos dos vinhos franceses quase nunca encontramos o nome das uvas. Existe uma explicação muito simples para isso. São diversas as regiões francesas produtoras de vinhos e a maioria delas produz vinhos de corte, ou seja, com mais de uma uva, ao invés dos varietais a que estamos acostumados por aqui, que usam somente um tipo de uva. Mas para cada região há um conjunto de regras que diz quais uvas podem ser cultivadas ali, além dos cuidados que se deve ter no manejo dos vinhedos e na elaboração dos vinhos. Seguir estritamente essas regras ou não, irá implicar em uma qualificação e um nível de classificação  desses vinhos.

Os vinhos podem ser classificados, de forma geral, como Vin de Table, ou Vin de France na nova regra, que são vinhos mais simples e levam no rótulo apenas o nome do produtor e designação França. Em seguida vêm os Vin de Pays, que na nova regra chamam IGP (Indication Géographique Protegée) e levam em seus rótulos o nome da região produtora. São vinhos considerados de melhor qualidade e passam por critérios de avaliação para receber essa classificação. E os vinhos de qualidade superior são os AOC (Appellation d’Origine Controlée) ou AOP na nova regra (Appellation d’Origine Protegée), que seguem uma série de normas estritas para receber tal classificação.

A coisa começa a complicar um pouco mais quando entramos na classificação dos vinhos AOC, que estabelece um nível de superioridade principalmente em função do terroir, ou microclima, e do nível de cuidado do produtor, que quando excepcionais, produzem vinho únicos, expressivos e longevos, mas que acabam chegando no Brasil a preços exorbitantes. Como exemplo, na Borgonha os vinhos produzidos em terroirs mais nobres são classificados como Grand Cru, seguidos pelos Prémier Cru, os Village que levam o nome da vila em que são produzidos e os Régional que levam o nome da região da Borgonha. Mas deixaremos isso para outro capítulo.

As principais regiões produtoras da França são:

regiões-produtoras-de-vinho-frança-Bordeaux, que em geral produz vinhos de maior complexidade e corpo, tendo como as principais uvas de sua composição a Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc – sem esquecer o famoso vinho de sobremesa Sauternes que fica ao sul de Bordeaux e que utiliza as uvas Semillion, Sauvignon Blanc e Muscadelle;

-Borgonha, produz vinhos elegantes feitos com a exigente uva Pinot Noir, vinhos Beaujolais frescos e frutados elaborados com a tinta Gamay e vinhos brancos ricos e minerais com a uva Chardonnay e está dividida em sub-regiões como Chablis, Côte de Nuit, Côte de Beaune, Côte Chalonnaise/Mâconnais e Beaujolais.

-Champagne, famosa ao redor do mundo por seus vinhos espumantes, pode ser considerada a mais rigorosa AOC da França e por isso a indicação AOC não aparece nos seus rótulos, já que todos os vinhos que levam o nome Champagne são obviamente produzidos na região, seguindo as regras da denominação de origem. Os Champagne são produzidos exclusivamente com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier;

-Vale do Loire, região  famosa pelos aromáticos brancos Sancerre, Pouilly-Fumé e Vouvray, utilizando variedades como a Sauvignon Blanc e Chenin Blanc;

-Vale do Rhône, região que acompanha o rio Rhône e suas encostas, possui mais de 20 sub-regiões e produz vinhos desde os mais simples até os vinhos míticos como os Chateauneuf-du-Pape e os Hermitage. O estilo dominante dos tintos vem das uvas Syrah, Grenache e Mourvèdre, corte típico da região.

-Languedoc-Roussillon, região ao sul da França e a oeste da Provence, onde os tintos imperam. Esta AOC exige por lei a utilização de cinco cepas sulistas: a Syrah, a Mourvèdre, a Carignan, Grenache e Cinsault.

vinhos-da-provance-frança-Provence, a primeira região produtora de vinhos rosés AOC na França, é responsável pela produção de metade das AOCs rosés francesas. Tem como principais variedades de uvas tintas a Grenache, Syrah, Mourvèdre, Cinsault, Carignan e Tibouren

-Alsácia, região que compartilha a cultura francesa com a alemã, é especialmente diferente das outras regiões vinícolas da França. Produz vinhos brancos de excepcional acidez, frutados e concentrados, que tiram seus nomes das cepas locais: Gewürztraminer, Riesling, Muscat Blanc e Pinot Gris (fato incomum na França). A tinta da região é a Pinot Noir que gera apenas 9% da produção total.

Ufa! Espero que tenha ajudado. Agora a dica é entender quais regiões produzem vinhos no estilo que mais lhe agrada e começar a “traduzir” os rótulos quando for escolher seu próximo vinho. Nas próximas semanas falarei um pouco mais em detalhe sobre algumas importantes regiões que tive a oportunidade de visitar e compartilharei a experiência.

Santé!
Cristina Almeida Prado

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A notícia de que o “VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil”, ocorrido entre os dias 8 e 11 de abril no Vale dos Vinhedos, deixou Portugal em segundo lugar a ganhar mais medalhas, dentre os 18 países que concorreram às premiações, só vem ratificar o grande destaque internacional que esse país vem obtendo com seus vinhos.

vinhos-do-tejo-portugal

Quem compareceu à mostra de “Vinhos do Tejo” que aconteceu no Hotel Tivoli Mofarrej no dia 13 de março passado, teve a oportunidade de constatar que Portugal está realmente fazendo bonito no mundo dos vinhos. Com o apoio da editora INNER, responsável pela REVISTA ADEGA, a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, promoveu um encontro que incluiu várias Master Classes e uma dezena dos principais produtores da região do Tejo.

A região do Tejo, antes denominada Ribatejo, sempre se destacou como sendo o coração agrícola do País e por muito tempo passou uma imagem de região de vinhos a granel, com grandes volumes e preços baixos. Essa imagem vem sendo mudada radicalmente. Uma nova estratégia de marketing, a começar pela mudança do nome da marca (hoje, vinhos do Tejo), vem estimulando os produtores vinícolas do Tejo a buscar alta qualidade em seus vinhos, graças à utilização de tecnologia moderna nas cantinas e à valorização da riqueza de suas castas autóctones, aliadas ao cuidado com o solo e o plantio, objetivando abrir novas frentes de mercado com projeção nacional e internacional.

Rio Tejo, em Portugal, vinhos-do-tejo A região vinícola do Tejo abrange as sub-regiões de Tomar, Santarém, Cartaxo, Coruche, Chamusca e Almerim e é influenciada pelo clima sub-mediterrâneo e pelo maior rio português, o Tejo, gerando vinhos brancos ricos, frutados e de ótima acidez, e tintos complexos e elegantes.
A principal uva branca da região é a Fernão Pires que, em corte com outras castas brancas como Arinto, Verdelho, Viognier e Sauvignon Blanc, dá excelentes vinhos frescos e aromáticos. As principais tintas nativas como a Trincadeira e a Touriga Nacional são combinadas com cepas internacionais como a Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Syrah, gerando grandes vinhos.
Selecionamos aqui alguns dos melhores vinhos degustados na mostra de VINHOS DO TEJO e seus produtores:

CASA CADAVAL:
“Padre Pedro Reserva 2012” – vinho branco elaborado com as castas Viognier (90%) e Arinto (10%).
“Padre Pedro Reserva 2010” – vinho tinto elaborado com as castas Touriga Nacional, Trincadeira, Alicante Bouschet e Merlot.

mythos-e-casal-da-coelheira-reserva-2011-vinho-do-tejo CASAL DA COELHEIRA:
“Casal da Coelheira Reserva 2011” – vinho elaborado com as castas Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Touriga Franca.
“Mythos” – elaborado com as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Cabernet Sauvignon.

QUINTA DO CASAL BRANCO:
“Falcoaria Reserva 2011” – castas: Castelão, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Touriga e Alicante Bouchet.

CASAL DO CONDE S.A.:
“Quinta da Arrancosa 2013” – castas: Moscatel
“Casal do Conde Reserva 2011” – castas: Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon.

FALUA:
“Conde de Vimioso Reserva 2011” – castas: Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah e Aragonez.

QUINTA DA LAPA:
Destaque para o único espumante da mostra, “Quinta da Lapa Espumante Bruto”, elaborado pelo método tradicional com a casta Arinto, muito equilibrado, com boa espumação e perlage intenso.

É bom ficarmos de olho nos vinho de PORTUGAL. Eles estão chegando no Brasil com toda personalidade e conquistando cada vez mais espaços em nossas prateleiras.

Maria Uzêda

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indianas-cores-cultura-simbologia-vinho

Quando pensamos em Índia, logo nos lembramos do fabuloso Taj Mahal, uma das 7 maravilhas do mundo. Lembramos de um país muito populoso, que exporta talentos nas áreas da ciência e engenharia, e de sua riqueza cultural, com suas cores, simbologias e deuses. Mas quem iria pensar que a Índia é também um produtor de vinho? Sim, a Índia produz vinhos e tive uma grata surpresa ao conhecer os vinhos indianos quando estive em viagem naquele país.

Os primeiros registros da produção vinícola na Índia datam de cerca de 4 milênios antes de Cristo quando comerciantes Persas trouxeram uvas para a região. Mas foi somente na época da colonização por portugueses e britânicos que sua produção foi estimulada e amplamente difundida para consumo local.

India_Wine_regionsAo final do século XIX veio a filoxera, uma praga que ataca a raíz da videira, e devastou vinhedos por todo o território. Somando-se a isso, com a independência da Índia, movimentos religiosos começaram a incitar a “lei seca” e alguns estados de fato proibiram o consumo de bebidas alcoólicas.

O cenário, definitivamente, não era favorável. Mas por volta de 1980, sob influências internacionais e com o crescimento da classe média e consequente aumento da demanda pela bebida, iniciou-se uma nova fase na história da indústria de vinhos na Índia.

A Índia é um país com uma ampla diversidade de clima e solo, e as videiras se adaptaram muito bem nas regiões de montanhas, onde há uma boa amplitude térmica, o ar é mais fresco e há proteção natural contra o vento. Algumas das mais importantes áreas produtoras são Maharashtra, Karnataka e Andhra Pradesh onde estão localizados importantes produtores como a Sula (www.sulawines.com) e Grover Vineyards (www.grover-vineyards.com). Algumas das uvas destaque são a Cabernet Sauvignon, a Syrah e a Sauvignon Blanc. Os vinhedos ainda são jovens, mas já mostram o seu potencial e não duvido que em poucos anos já seja possível encontrar vinhos indianos disponíveis no mercado.

Compartilho a seguir as notas de alguns dos vinhos que degustei:

vinhos-indianos-sula-wines-grover-vineyards

-Sula Brut, Nashik
Produzido a partir do método champegnoise, possui aromas de levedura com notas defumadas e um toque de mel. Em boca, frescor, bom corpo e acidez equilibrada. Demonstrou muita personalidade e foi o meu eleito.
Preço: $11,00

-Sula Dindori Reserve Shiraz 2012, Nashik
12 meses em carvalho
Um vinho fácil de beber, apresentou aromas de frutas vermelhas com notas de madeira, corpo médio acidez equilibrada e baixa persistência. É um vinho para tomar sem compromisso no dia a dia.
Preço: $14,00

-Sula Rasa, Shiraz 2010, Nashik
Produzido apenas nos melhores anos, o Rasa apresentou aromas de couro, café, com notas de caramelo e baunilha. Em boca, boa acidez, corpo médio e boa persistência. Mostrou-se um bom vinho.
Preço: $20,00

-La Resérve 2011, Grover Vineyards, Cabernet Sauvignon-Shiraz, Nashik
6 meses em carvalho francês
Produzido com a consultoria de Michel Roland, mostrou-se muito agradável e redondo. Com aromas de ameixa preta e chocolate, notas de madeira e um fundo quase químico, lembrando esmalte. Corpo médio e equilibrado. Acredito que agradaria bastante ao paladar brasileiro.
Preço: $12,00

-Sette 2009, Fratelli Wines, Cabernet Sauvignon-Cabernet Franc e Sangiovese, Akluj
14 meses em carvalho francês
Com aromas de couro, pimentão verde e notas herbáceas, em boca, ótimo corpo, boa adstringência e complexidade. Evoluiu bem na taça. Foi meu tinto favorito.
Preço: $31,00

Viajar pela Índia, conhecer fortes e palácios históricos, vivenciar a enogastronomia e desvendar os segredos e riquezas da cultura indiana foi uma experiência singular. Só então entendi porque a chamam de Incredible India.

Cheers!

Cristina Almeida Prado.

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Para os amantes do vinho, promover uma degustação em casa é um caminho perfeito para compartilhar, discutir e descobrir novos vinhos com os amigos.

Planejar uma degustação é relativamente fácil. Faça a lista de convidados, escolha um tema e separe todo o material necessário: a toalha que deve ser branca para melhor observação da coloração do vinho, as taças, jarras de água, pãezinhos e azeite. Se quiser sofisticar, capriche na decoração e distribua fichas de avaliação.

Regras e tipos de degustação:

DEGUSTAÇÃO DE VINHOS 1- A mais tradicional regra é partir do vinho mais leve para o mais encorpado; do seco ao mais doce.

2- Procure limitar os vinhos escolhidos a tintos, estritamente, ou a brancos.

3- Estipule uma faixa de preço e solicite a cada convidado que traga o vinho de sua preferência. Essa é uma boa forma de você compartilhar com os amigos seu vinho favorito, descobrir novos vinhos para adicionar a sua lista e, é claro, baratear sua despesa como anfitrião.

4- Degustação Varietal: escolha uma variedade de uva e experimente-a, diversificando a região de origem. Seria muito interessante, por exemplo, degustar um Chardonnay francês, um australiano, um californiano e um brasileiro.

5- Degustação Vertical: escolha um vinho de determinada vinícola e procure as variadas safras desse mesmo vinho. Isso permitirá que seus convidados descubram as diferenças daquele vinho de ano para ano, isto é, a que condições climáticas estiveram sujeitas aquelas uvas e seus reflexos no produto final.

6- Degustação Horizontal: escolha uma safra e uma variedade de uva, mas diferentes produtores. Isso permitirá aos seus convidados perceber o quanto variam os vinhos de produtor para produtor e quão drasticamente podem mudar, dependendo de onde e como foram produzidos.

DEGUSTAÇÃO ÀS CEGAS 7- Degustação às cegas é aquela geralmente adotada nos grandes concursos internacionais de vinhos e exaustivamente praticada pelos entendidos de vinhos. Para esse tipo de degustação, cubra cada garrafa completamente, a fim de que os convidados não possam identificar o que estão provando. Evita-se, dessa forma, qualquer tipo de ideia preconcebida a respeito de qualquer vinho, permitindo que o convidado faça sua avaliação baseado no mais importante fator: sua apreciação, segundo seu paladar pessoal e suas experiências sensoriais individuais. Numere cada garrafa, assim como cada taça, servindo o vinho número 1 na taça número 1, e assim por diante. Nesse tipo de degustação, aconselha-se que sejam distribuídas fichas de avaliação. Peça a todos que registrem suas observações. No final, todos compartilham suas anotações, discutem suas ideias e procuram chegar a uma conclusão, podendo inclusive eleger o vinho que mais agradou a todos e classificá-los numa determinada ordem. Só então revele a identidade dos vinhos degustados. Essa é uma divertida, prazerosa e instrutiva brincadeira.

Se você está pensando em reunir os amigos e degustar alguns vinhos, escolha uma das dicas acima e comece a planejar seu evento. Lembre-se de que para uma memorável ocasião, não importa o quanto você quer se aprofundar no assunto ou até onde você quer chegar; planejamento é o nome do jogo e a única maneira de assegurar que seu evento será um sucesso.

Cheers!!!

Maria Uzêda

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A Exigente Shiraz

Na última edição do ano de 2011, a Confraria dos Amigos da ABS se reuniu em dezembro para mais uma experiência inesquecível. Mantendo o ritual de sempre, fizemos uma degustação às cegas de quatro rótulos, todos elaborados com a mesma uva: a Syrah.

Muito se fala dessa uva que gera vinhos tão adoráveis. Diz-se que é cepa originária do norte do Rhône, na França, onde obteve seus primeiros êxitos em célebres apelações como Hermitage, Crozes-Hermitage e Côte Rotie, por exemplo, que produzem vinhos excepcionais e de grande longevidade.

Não se pode esquecer da lenda, segundo a qual Jesus teria tomado um vinho dessa uva na última ceia, uma vez que ela era plantada em toda Jerusalém naquela época.

A grande verdade é que, nos dias de hoje, a uva Syrah, típica de clima quente, teve excelente adaptação na Austrália onde é grafada Shiraz. Considerada uva emblemática desse país, encontra-se aí uma das maiores áreas de plantio de Shiraz do mundo. Presente em quase todas as áreas vinícolas australianas, ela tem sua maior expressão nos vales Barossa e Maclaren de onde saem vinhos corpulentos, de elevado teor alcoólico com sabores maduros de amora, uva passa, chocolate e alcaçuz, com taninos redondos e profundos. “Penfolds Grange”, “Henscheke Hill  of Grace” “Astralis Shiraz”  são exemplos de excelentes vinhos  provenientes dessas regiões.

No vale do “Hunter” ela assume uma característica própria, refletindo aquele “terroir” com toques terrosos e queimados do sol. Em “Clare Valley”, uma das regiões mais frias dentro do calor australiano, a Shiraz exala aromas de framboesas e cerejas.

Qualquer que seja a região de onde provêm, os vinhos australianos sempre surpreendem.

Confraria dos Amigos da ABS

Nosso encontro ocorreu no agradável espaço do Empório  Adelaide, localizado em Alto de Pinheiros,  na rua Leão Coroado,  onde estiveram presentes os amigos Rafael Porto, Arlene Colucci, Gustavo Buara, Almir dos Anjos, Yuri Bernard, Cristina Xavier e Maria Uzêda. Degustamos então quatro vinhos australianos de áreas vinícolas variadas.

Eis as suas fichas técnicas:

1- Produtor: Mitchelton

Região: South Australia – Victoria

Safra: 2006

Teor alcoólico 14,5%

Preço: R$149,00

2 – Produtor: Mitolo Jester

Região: Maclaren Valley

Safra: 2009

Teor alcoólico: 14%

Preço: R$150,00

3 – Produtor: Knappstein

Região: South Australia – Clare Valley

Safra: 2005

Teor alcoólico 14,5%

Preço: R$159,00

4 – Produtor: Ebenezer – Barosa Valley State

Região: South Australia – Barosa Valley

Safra: 2005

Teor alcoólico: 14,5%

Preço: R$224,00

Os vinhos degustados possuíam estilos distintos, refletindo características da região de onde provinham, no entanto traziam um caráter comum aos vinhos australianos: presença forte da fruta, riqueza de extrato, aromas profundos e potência em álcool.

Ao final da degustação, o grupo classificou os vinhos com a seguinte colocação:

Vinhos Australianos ShirrazQuarto lugar: “Ebenezer”

Terceiro lugar: “Knapstein”

Segundo lugar: “Mitchelton “

Primeiro lugar: “Mitolo”

Eleito por 7 votos a 1, o Mitolo, que é vinho premiado e bem pontuado internacionalmente, se mostrou um vinho de coloração rubi intenso, exalando aromas de frutas vermelhas frescas, especiarias (anis) e baunilha, com um fundo herbáceo e leve tostado; em boca, a confirmação das frutas, bom corpo, taninos macios, boa acidez, deixando a sensação agradável típica de um vinho equilibrado e elegante.

Como afirma a escritora de vinhos e jornalista Carolyn Hammond, “o vinho australiano é o brilho do Sol em uma taça”.

Para as pessoas que nunca experimentaram um vinho da Austrália, fica aqui o nosso estímulo e sugestão para um momento de prazer.

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Retrospectiva do Blog Sommelière em 2011

A sala de concertos da Ópera de Sydney tem uma capacidade de 2.700 pessoas. Este blog foi visitado cerca de 22.000 vezes em 2011. Se fosse a sala de concertos, eram precisos 8 concertos egostados para sentar essas pessoas todas.

Em 2011 foram publicados 16 novos artigos, aumentando o arquivo total para 51 artigos. Foram carregadas 61 imagens, ocupando um total de 78mb. É cerca de uma imagem por semana.

O dia com mais tráfego foi 9 de novembro, com 155 visitas. O artigo mais popular nesse dia foi Ranking dos 50 Melhores Vinhos da América do Sul.

Alguns visitantes vieram à procura, sobretudo por temperatura, uva, bandeira do mexico, sommeliere, e cortiça.

De onde vieram?

América do Sul

  • 99,3% Brazil
  • 0,3% Chile
  • 0,2% Argentina
  • 0,1% Uruguay
  • 0,0% Peru
    Europa

  • 72,1% Portugal
  • 5,8% France
  • 3,8% Italy
  • 2,4% The United Kingdom
  • 2,3% Belgium

América do Norte

  • 79,9% The United States
  • 11,8% Mexico
  • 4,7% Canada
  • 1,8% El Salvador
  • 1,2% Panama
    Ásia

  • 34,6% Japan
  • 23,1% Philippines
  • 23,1% TW
  • 7,7% Hong Kong
  • 3,8% India
    Oceania

  • 50,0% New Zealand
  • 42,9% Australia
  • 7,1% Guam
    África

  • 50,0% Angola
  • 25,0% Mozambique
  • 25,0% Cape Verde
Países que mais acessaram: Brasil, Portugal e Estados Unidos
 
Quem foram?

O artigo mais comentado em 2011 foi Highlights ExpoVinis 2011 – Um rápido passeio pelas descobertas da grande feira de vinhos

Os 5 comentadores mais ativos:

Atrações em 2011

Estes são os artigos mais visitados em 2011.

1 Ranking dos 50 Melhores Vinhos da América do Sul 5 comentários março 2010

2 Por que os vinhos estragam depois de alguns dias? 5 comentários maio 2010

3 As Riquezas da África do Sul 3 comentários fevereiro 2010

4 Pronto para montar sua adega? 0 comentário abril 2010

5 Tamanho é documento? 0 comentário julho 2010

Aos leitores do blog Sommelière, meu agradecimento por toda confiança e carinho. Desejo um 2012 repleto de boas surpresas. Um brinde!

Cristina Almeida Prado.

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Existem inúmeros tipos de uvas utilizadas para a elaboração dos principais vinhos do mundo, as chamadas uvas viníferas. Divididas em tintas ou brancas, cada qual possui características próprias que as diferenciam umas das outras. Algumas, como já foi dito no artigo postado neste blog em 12 de maio, são emblemáticas de uma determinada região, mas podem ser cultivadas em outras partes do mundo com bom resultado. Muitas vezes, no entanto, uma mesma variedade de uva pode dar vinhos com características diferentes, como coloração e aroma, dependendo do clima, do solo em que foi cultivada, do ano da safra e até mesmo do capricho do enólogo.

Confraria ABS Na quarta edição da Confraria dos Amigos da ABS, o grupo enfrentou o desafio de degustar às cegas e avaliar vinhos de diferentes procedências, elaborados com a mesma uva: Pinot Noir.

A Pinot Noir é uma uva de pele fina, com pouco corante e relativamente pouco tanino. É uma varietal muito sensível às condições climáticas e reconhecidamente difícil e exigente. Por isso, vinhos produzidos com essa uva são dispendiosos em sua elaboração, o que geralmente reflete no seu preço final.

Com a Pinot Noir se produzem os grandes Borgonhas, como o Romanée Conti e o Chambertin por exemplo, e todos os tintos da sub região Côte D’Or. Ela entra também na elaboração dos Champagnes e espumantes. Apesar de sua origem francesa, a Pinot Noir tem sido cultivada em outros países como Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e mais recentemente em países sul americanos como Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.

Em nosso encontro, foram degustados quatro vinhos, todos 100% Pinot Noir, sendo dois deles da região de Borgonha, um Neozelandês e um do sul do Brasil. Estavam presentes os colegas Arlene Colucci (Gabinete de Comunicação, ABS), Matias, Rafael Porto (Expand, ABS), Kátia, Maria Uzêda (ABS), Cristina Xavier (SENAC e ABS), Fabio Brito e Gustavo Buara (ABS).

Nuits-Saint-Georges-Confraria-ABS 1. Nuits-Saint-Georges 2008, Borgonha, França

Grand Vin de Bourgogne, Chateau de Beaune, Côte D’Or

Características: vinho de coloração rubi com reflexos atijolados e um halo aquoso, sinalizando grau de evolução aromas de frutas maduras, doce em compota e baunilha; corpo médio com taninos marcantes e boa peristência.

Preço: $49,00

2. Vicar’s Choice 2010, Marlborough, Nova Zelândia

Saint Clair Family Estate, 13,5%

Características: vinho de coloração rubi intenso, com reflexos violáceos; aroma de frutas vermelhas, sutil couro e pimenta; em boca um vinho de corpo médio com leve adstringência e taninos suaves.

Preço: R$83,00 na Grand Cru.

Dadivas-Pinot Noir-Lidio-Carraro 3. Dádivas Pinot Noir 2010, Encruzilhada do Sul, Brasil

Lídio Carraro, 12,5%

Características: vinho de coloração rubi com reflexos atijolados; aromas de madeira verde, mate, chá preto e um fundo marcante de mel; um vinho de corpo médio, equilibrado e com taninos aveludados.

Preço: R$45,00, na vinícola.

4. Joseph Drouhin 2006, Bourgogne, França

Appellation Bourgogne Controlée, 12,5%

Características: coloração granada; leve aroma de fruta com fundo de resina; corpo delicado, leveza, pouca fruta, fácil de beber.

Preço: R$100,00.

Os vinhos degustados nos passaram a noção exata de como uma mesma uva pode resultar em vinhos tão variados, de acordo com a sua procedência. Surpreendeu-nos o vinho Neozelandês por sua agradável refrescência frutada e alegre e seus taninos macios, bem ao gosto do paladar brasileiro de modo geral. Surpreendeu-nos também o vinho nacional por sua fineza e elegância típicas da Borgonha, o que nos levou a confundí-lo com um autêntico francês. Quanto aos dois Borgonhas, o de safra mais recente mostrou bem toda a tipicidade da região, ao passo que o de safra mais antiga pareceu-nos estar esgotando toda sua fase de evolução, começando já a mostrar menos intensidade e a perder a sua fruta.

Saímos do encontro com a feliz sensação de termos desvendado um pouco mais sobre o maravilhoso e envolvente mundo do vinho.

Maria Uzêda.

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Essas são as diferentes denominações para um mesmo vinho fortificado produzido no sul da Espanha: o Jerez. O Processo de produção e envelhecimento do Jerez somente pode ser feito numa única área conhecida como triângulo de Jerez, composto por três cidades: Jerez de La Frontera, Sanlúcar de Barrameda e El Puerto de Santa Maria. Outros municípios como Chipiona, Trebujena, Rota, Puerto Real, Chiclana e Lebrija têm seus vinhedos, produzem seus vinhos, mas não fazem o Jerez.

tio-pepe-jerez Na Espanha, o mecanismo de produção de vinhos é rígido e controlado por rigorosa regulamentação e restrições comerciais. Há delimitação de Zona de Crianza (envelhecimento) e Zona de Produción. Há também tipo de bodegas: as Bodegas de Produción ficam situadas fora do triângulo de Jerez, podem produzir vinho e vendê-lo para Zona de Crianza e elaboram vinho para venda sem D.O.; as Bodegas de Crianza y Almacenistas (armazéns) ficam situadas dentro da Zona de Crianza, envelhecem o vinho com D.O. e são obrigadas por lei a vendê-lo para as Bodegas de Crianza y Expedición (exportadores). Estas por sua vez, ficam situadas dentro da Zona de Crianza, envelhecem, vendem e exportam vinho com D.O.

As variedades de uvas autorizadas na região são a Palomino Fino (principal uva que produz o melhor Jerez), a Pedro Ximenes (produz vinhos doces e xarope para vinho licoroso) e a Moscatel (que produz vinho doce).

A elaboração do vinho Jerez se dá graças a uma combinação perfeita de natureza (clima excepcional, solo de albariza), tradição (método de solera) e tecnologia (vinho base impecável).

solera-vinos-jerez Quando o vinho base está pronto para fermentação, é classificado em categorias: pálidos e ligeiros ou mais estruturados e encorpados. Uma segunda classificação se segue baseada no grau de fortificação (adição de destilado de vinho). Vinhos pálidos e ligeiros são, deliberadamente, fortificados a 15% e serão maturados sob a camada protetora de uma espontânea levedura própria do Jerez, chamada Flor. Esses vinhos são submetidos à crianza 100% biológica e darão origem ao Jerez Fino. Vinhos encorpados são, deliberadamente, fortificados a 17% e são maturados em contato com o ar, pois as barricas de carvalho americano onde são colocados, com capacidade de 600 litros, são preenchidas com apenas 500 litros. Esses vinhos são submetidos à crianza 100% oxidativa e darão origem ao Jerez Oloroso. Então cada vinho, de acordo com sua categoria, inicia sua jornada através do sistema de solera onde é submetido, por no mínimo três anos, a sucessivas misturas (blends) e estágios de envelhecimento. O sistema de solera é a base do Jerez.

colores-y-tipos-de-jerez Ao final de todo o processo de envelhecimento, obtém-se vários tipos de vinhos de Jerez: Jerez Fino, Manzanillas, Amontillados, Oloroso e Palo Cortado.

O Jerez Fino é um vinho delicado e menos encorpado, de coloração amarelo pálido, com aromas de brioche e fermentados e em boca, seco, notas de amêndoas, ligeiro amargor e vago toque de sal.

O Manzanilla é igualmente fino, seco, pálido, com uma leve diferença no aroma que nos lembra a flor de camomila.

O Amontillado é também fino e seco, porém mais escuro e mais complexo.

O Oloroso é um vinho mais encorpado, seco, escuro, cortante, glicérico, gordo e amargoso.

O Palo Cortado é considerado uma raridade, por isso, muito caro. É classificado entre um Amontillado e um Oloroso.

Fino ou Oloroso, o fato é que parecem participar de uma mesma equação, ou, se preferir, de um mesmo poema que somente a mão do home é capaz de produzir e nos fazem sentir mais vivos do que nunca. Experimente!

Maria Uzeda de A. P. Xavier

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alimentacao_romanos-vinho O vinho é uma bebida milenar, produzida e apreciada desde a antiguidade, que passou por inúmeros processos de melhoria, de estudos e descobertas. Mas ainda assim, continua um mistério, provocando surpresas e novas sensações a cada garrafa aberta, que levam o consumidor ao deleite.

Mas por que há tanta variação de um vinho para outro? Existem milhares de motivos que tornam o vinho uma bebida única. Sua variedade, ou a uva que é utilizada na sua produção, que definirá suas características básicas; o microclima ou o terroir, que irá determinar sua personalidade; a safra, ou as condições climáticas de determinado ano, que irão determinar a expressão do vinho; e as características do produtor e do processo de produção, que definirão o estilo do vinho. Mas essas são apenas algumas das variáveis que influenciam no resultado final de um vinho.

Quando falamos das variedades de uvas, são mais de 3.000 plantadas mundo afora. Aquelas que são originais da região onde são plantadas são chamadas de autóctones, como a Cabernet Sauvignon na França, a Sangiovese na Itália ou a Tempranillo na Espanha, enquanto aquelas que não são originais de sua região de produção, mas que, no entanto, se deram muito bem nesta outra região, são chamadas de uvas símbolo, como a Malbec na Argentina, a Carmenère no Chile ou a Tannat no Uruguay. O movimento que vem acontecendo é que os países produtores que não possuem uvas autóctones de grande expressão têm buscado encontrar a sua uva símbolo.

Merlot-uva-símbolo No Brasil, que ainda é um jovem produtor e com pouca tradição, cada vez mais se questiona quais uvas se dão melhor em nosso terroir. Para as brancas, o destaque vai para a Chardonnay, que tem mostrado importante potencial no Rio Grande do Sul, tanto para a produção de vinhos espumantes quanto para vinhos tranqüilos. Enquanto para as tintas, que ainda são as preferidas do consumidor brasileiro, a Merlot tem mostrado bons resultados, obtendo inclusive alguns prêmios em concursos internacionais.

A Merlot é uma variedade bastante plantada pelo mundo e tem uma fama importante na região de Pomerol, onde marca presença na elaboração de vinhos ícones como Chateau Pétrus e o Le Pin, em Bordeaux, na França. É uma uva que gera vinhos de médio corpo, com taninos equilibrados, aromas de café, ameixa madura e pimenta preta, e pode ser harmonizado com aves, caça e massas com molho vermelho.

grupo-confraria-amigos-abs Assim, na terceira edição da Confraria dos Amigos da ABS, lançamos um embate aos grandes Merlots nacionais. Estiveram presentes os amigos confrades Rafael Porto, da Expand, Arlene Colucci e Matias do Gabinete de Comunicação, Almir Luppi do blog Vinho dos Anjos, Maria Uzêda, aluna da ABS e Fabio Brito. A degustação foi feita às cegas e os resultados foram bem interessantes:

Salton Desejo 2006

100% Merlot

RS, Brasil

Características: 12 meses de passagem por barrica, possui aromas de frutas negras maduras e tabaco com notas de café. Em boca, corpo leve e taninos bastante arredondados. Curta persistência e boa acidez. É um vinho muito elegante e fácil de beber.

Preço médio: R$65,00

DNA99 Pizzato 2005

100% Merlot

RS, Brasil

Características: 9 meses de passagem por barrica. Possui aromas de ameixas secas, especiarias, baunilha e um fundo herbáceo. Em boca, taninos marcantes, médio corpo e boa acidez e persistência. Muito bom.

Preço médio: R$100,00

Storia Casa Valduga 2006

100% Merlot

RS, Brasil

Características: 12 meses de passagem por barrica. Possui aromas de frutas vermelhas com notas de coco, baunilha e chocolate. Em boca, corpo médio, taninos maduros, com boa estrutura e persistência. É um vinho diferente e muito interessante.

Preço médio: R$110,00

Merlot Terroir Miolo 2008

100% Merlot

RS, Brasil

Características: Elaborado pelo renomado enólogo Michel Rolland, este vinho possui 12 meses de passagem por barrica, aromas de frutas negras maduras, uvas passas, com notas de couro e baunilha. Possui bom corpo, taninos marcantes e boa persistência. Muito bom.

Preço médio: R$110,00

avaliação-dos-vinhos A colocação, de acordo com a pontuação dos participantes, foi:

1º. Lugar: Merlot Terroir 2008 – Miolo

2º. Lugar: Storia 2006 – Casa Valduga

3º. Lugar: DNA99 2005 – Pizzato

4º. Lugar: Desejo 2006 – Salton

Os vinhos degustados são excelentes representantes da Merlot nacional. Muito bem elaborados, cada um com a sua peculiaridade e atendem bem ao paladar do consumidor. Para quem não conhece, vale experimentar cada um deles e conferir como estamos nos saindo com a Merlot como uva símbolo.

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Hoje tive o privilégio de participar de um evento bastante exclusivo promovido pela Associação Brasileira de Sommeliers em São Paulo, com apoio da importadora Viníssimo. A proposta era simples, porém, bem diferente. Uma palestra sobre a arquitetura de grandes vinícolas espanholas acompanhada de degustação de alguns de seus rótulos que chegam em primeira mão ao Brasil. A palestra foi ministrada por Jesús Marino Pascual, arquiteto responsável pelas magníficas obras construídas na rota dos vinhos espanhola.  

dinastía vivanco rioja

Bodega Dinastía Vivanco

 Quem já viajou pelo mundo vinícola e pode conhecer produtores do novo e velho mundo tem uma imagem bastante distinta do que é o novo e o velho mundo. Pensamos em novo mundo e vemos construções modernas com seus tanques de inox, processos automatizados e jovens enólogos estudados aplicando seus experimentos para fazer um bom vinho. Quando pensamos em velho mundo, vemos construções antigas, mas muito bem conservadas, como os velhos Chateaux franceses ou as Maisons de Champagne, com tanques de madeira, seleção manual das uvas e uma produção muito cuidadosa, transmitida de geração em geração por pessoas que cresceram em meio às videiras. Claro que estou generalizando, mas quando colocamos num embate é mais ou menos isso que pensamos. Mas o interessante é perceber que, cada vez mais, temos visto o velho mundo tirar o melhor proveito do melhor que tem a oferecer de sua tradição secular agregando arquiteturas grandiosas, como são seus vinhos. E isso é um grande atrativo especialmente para quem tanto ama o enoturismo.

bodega Darien Rioja

Bodega Darien

 Foram quatro vinícolas apresentadas. A bodega Dinastía Vivanco, fundada pela família Vivanco em 1915 e reconstruída com nova arquitetura na última década. A bodega, além de vinícola, é também um museu da cultura do vinho. Vimos a bodega Darien, que ganhou o prêmio “Best of Wine Tourism 2009”, arquiteturas e jardins. A vinícola possui em um de seus ambientes um museu de cerâmica que expõe diversas ânforas que eram usadas há séculos atrás para o armazenamento de vinho.  Vimos também a Bodega Irius, em Somontano, que nasceu de um sonho de uma família Riojana que saiu mundo a fora para desenhar o projeto da vinícola e torná-la uma realidade em 2000. Outra vinícola que pudemos conhecemos foi a Bodega Antión, que possui em sua sede um hotel com 12 suítes e uma sala para conferência.

bodega Irius Rioja

Bodega Irius

 Dados apresentados por Jesús Marino nos mostram que após a construção das novas sedes, o número de visitas às bodegas triplicou e a exposição das bodegas mundo à fora aumentou significativamente. É claro que tudo isso tem um custo bastante alto, com investimentos de 20 a 40 milhões de euros, mas há o apoio do governo espanhol e investidores de indústrias poderosas no país que objetivam um renascimento da imagem da indústria vinícola espanhola no mundo e, é claro, todos os louros que vem junto a isso.

Tivemos a oportunidade de experimentar vinhos de dois dos produtores. A surpresa foi muito boa:

bodega antión

Bodega Antión

Barón de Oja Crianza DOC 2006 – Antión

100% Tempranillo

Rioja, Espanha – 13,5%

Preço: R$98,74

Notas: Aromas de doce de abóbora e chocolate. Em boca, leveza e elegância. Muito agradável.

Antión Selección DOC 2005 – Antión

Rioja, Espanha – 13,5%

100% Tempranillo

Preço: R$190,00

Notas: Aromas de frutas negras, chocolate e cedro. Em boca, corpo médio, boa acidez, boa intensidade de frutas e longa persistência. Muito bom.

Absum Varietales 2008 – Irius

Somontano, Espanha – 13,5%

50% Tempranillo, 35% Merlot, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Syrah

Preço: R$107,70

Notas: Aromas de frutas negras maduras, coco e toques florais. Em boca, frutas maduras, bom corpo e persistência. Muito bom.

Irius Selección 2004 – Irius

Somontano, Espanha – 13,5%

Tempranillo, Merlot e Cabernet Sauvignon

Preço: R$308,55

Notas: Aromas de doce de abóbora e fundo terroso. Em boca, ótimo corpo, riqueza de frutas e retrogosto tostado. Excelente!

Se você planeja conhecer vinícolas Espanholas, deixo aqui a dica. Mas se pretende simplesmente conhecer seus vinhos, em breve os rótulos mencionados estarão disponíveis na Viníssimo.

Saiba mais:

www.dinastiavivanco.com

www.darien.es

www.bodegairius.com

www.bodegantion.com

www.vinissimo.com.br

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