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Além de mandar muito bem no futebol, a Alemanha também produz vinhos de altíssima qualidade e é possível encontrar, cada vez mais, bons exemplares no mercado brasileiro.

riesling-uva-alemã-vinhosAs principais uvas cultivadas na Alemanha são as brancas Riesling, Sylvaner, Gewurztraminer e Pinot Gris e a tinta Spätburgunder, que nada mais é que a nossa conhecida Pinot Noir. Seus principais vinhedos estão localizados em encostas de montanhas, à beira de famosos rios como o Reno e o Mosel, por exemplo. Essas regiões são tipicamente de clima frio, com alta oscilação de temperatura entre o dia e a noite no período de maturação das uvas, o que confere a seus vinhos grande intensidade aromática e ótima acidez.

Escolher um bom vinho alemão pode não ser tarefa fácil, pois além de seus nomes serem complicados de pronunciar, possuem uma classificação própria bem diferente do que conhecemos. Entre seus exemplares há brancos e tintos secos, mas a Alemanha é famosa por seus brancos meio secos e doces, vinhos estes muitas vezes raros e que podem chegar a preços altíssimos.

Algumas informações básicas que devemos saber para escolher os vinhos certos são sua classificação de qualidade e o tipo de vinho.

As categorias iniciais são:

-Tafelwein, que é basicamente o vinho de mesa, feito a partir de uvas de qualidade inferior e equivale a um Vin de Table na França.

-Landwein, que tem um nível de qualidade um pouco melhor, podendo ser seco (trocken) ou meio seco (halbtrocken) e equivale a um Vin de Pays na França.

sistema-classificação-vinhos-alemães-pradikat

Os vinhos de mais alta qualidade pertencem às seguintes categorias:

-Qualitätswein bestimmter Anbaugebiete ou simplesmente QbA, que são os vinhos de qualidade de determinada região e equivalem a um AOC ou um DOC.

-Qualitätswein Mit Prädikat ou QmP, que são os vinhos de qualidade com atributos especiais. Existem 6 QmPs e estes vinhos são frequentemente mais doces, mais raros e mais caros:

1) Kabinett, são feitos a partir de uvas maduras e originam vinhos mais leves e menos doces, podendo até serem trocken (secos).

2) Spätlese, são feitos a partir de uvas de colheita tardia e podem originar vinhos meio secos (habtrocken) a doces.

3) Auslese, são feitos a partir de uma seleção de uvas extra maduras e normalmente são vinhos bem doces.

4) Beerenauslese, são feitos a partir de uvas extra maduras e algumas uvas botrytizadas selecionadas manualmente. São vinhos doces, com ótimo equilíbrio entre acidez e doçura.

5) Eiswein, são feitos a partir de uvas muito maduras congeladas naturalmente com a mudança do clima. São também vinhos raros e caros, pois além da seleção especial das uvas, dependem das condições climáticas para serem produzidos.

uvas-botrytizadas-vinho-alemão-sobremesa6) Trockenbeerenauslese (TBA), são feitos a partir de uvas passificadas e botrytizadas e geram vinhos intensamente doces, longevos e excepcionais. São vinhos mais raros e normalmente muito caros.

Agora que você já entende melhor sobre os vinhos alemães e ficou animado com a vitória da Alemanha na Copa, pode se aventurar e escolher o vinho que lhe agrada mais.

Fiz, abaixo, uma Seleção Alemã de bons exemplares que temos disponíveis na internet para lhe ajudar:

Dr. Bürklin-Wolf Riesling QbA Trocken 2011

Região: Pfalz

Uva: Riesling

Tipo: Branco Seco

Teor Alcoólico: 12,5%

Notas: Excelente Riesling alemão com maravilhosa acidez. Aromático, floral, leve e com muito frescor em boca.

Harmonização: Excelente companhia para peixes, ostras, crustáceos, entradas e queijos leves.

Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos

Onde Comprar: Mistral (www.mistral.com.br)

Preço: R$ 108, 56

Dr. Loosen Villa Wolf Pinot Gris Qualitatswein (QbA) Trocken 2012

Região: Pfalz

Uva: Pinot Gris

Tipo: Branco Seco

Teor Alcoólico: 13%

Notas: Coloração palha claro e brilhante. No nariz, fruta cítrica madura, como kiwi, maçã, lima, limão e delicada nota de tosta. Em boca, seco e intenso, com sabores frutados, bom frescor e saboroso final.

Harmonização: Risoto de cogumelos, kani com manga, lagosta à thermidor, carpaccio de salmão defumado, salada de bacalhau, salada caesar, caponata siciliana com torradas, suflê de alho poró, queijos leves.

Estimativa de Guarda: 4 anos

Onde Comprar: Wine (www.wine.com.br)

Preço: R$56,95

Wehlener Sonnenuhr Selbach Riesling Spatlese 2008

Região: Mosel

Uva: Riesling

Tipo: Branco Doce

Teor Alcoólico: 8%

Notas: Os vinhos do famoso vinhedo Wehlener Sonnenuhr foram imortalizados por J.J. Prüm e é considerado um dos melhores terroirs para a uva Riesling. Este Selbach, de excelente relação qualidade/preço, mostra frutado intenso, com doçura e acidez marcantes, deixando o vinho leve e delicado.

Combinações: Aperitivos, frutos do mar, carne branca.

Sugestão de Guarda: Pronto para consumo.

Onde Comprar: Vinci Vinhos

Preço: R$103,23

Dr-Heger-Vitus-Spätburgunder-vinho-alemãoDr. Heger Vitus Spätburgunder QbA 2007

Região: Baden – Kaiserstuhl

Uva: 100% Spätburgunder (Pinot Noir)

Tipo: Tinto seco

Graduação Alcoólica: 13°

Notas: Rubi intenso e límpido. Cheio de charme no olfato que enuncia delicados tons florais de rosa, cerejas confitadas, especiarias, cogumelos e leve fumado. Maravilhosa textura em boca, fina, com taninos garbosos e integrado frescor. Bela persistência.

Amadurecimento: 12 meses em barricas francesas.

Estimativa de guarda: 8 anos

Harmonização: Carnes brancas, aves em geral e preparações trufadas.

Onde comprar: Decanter

Preço: R$138,89

Fritz Haag Trocken 2012

Região: Mosel

Uva: Riesling

Álcool: 8%

Tipo: Branco seco

Notas: Coloração amarelo palha. Aromas de toranja e maçã. Em boca, generoso com um final revigorante.

Potencial de guarda: de 5 a 10 anos.

Onde Comprar: Grand Cru (www.grandcru.com.br)

Preço: R$96,00

Weingut Becker Landgraf Riesling Ölberg Auslese 2011

Região: Reinhessen

Uva: Riesling

Álcool: 10%

Tipo: Branco doce

Notas: Amarelo-ouro claro com delicados reflexos esverdeados. No nariz apresenta notas de frutas em compota, mel, especiarias e toque mineral. Em boca, é potente, cheio, elegante e com final deliciosamente persistente.

Harmonização: A doçura e a acidez marcante deste vinho combinam com uma boa diversidade de pratos. Pode, inclusive, acompanhar uma refeição inteira, desde a entrada até a sobremesa! Como entrada, um suflê de caranguejo; como prato principal, magret de pato com molho de laranja; para a sobremesa, uma torta de maçã.

Onde Comprar: Wine Brands (www.winebrands.com.br)

Preço: R$ 146,00

Weingut Becker Landgraf Spätburgunder Gau-Odernheimer 2012

Região: Reinhessen

Tipo: Tinto seco

Uva: Spätburgunder (Pinot Noir)

Álcool: 13,5%

Amadurecimento: O amadurecimento ocorre em barricas de carvalho sendo 30% novas e o restante de 2º, 3º e 4º usos, por 15 meses. O vinho não é filtrado.

Notas: Delicada cor vermelho-rubi brilhante. No nariz é agradável, com forte presença de frutas do bosque complementadas por leve toque de especiarias e notas terrosas. Em boca, apresenta-se com elegância, com notas que correspondem aos aromas, boa acidez e frescor.

Harmonização: Este delicado Pinot combina com pratos de cogumelos, embutidos, desde eu não sejam demasiadamente condimentados. Experimente combiná-lo com um risoto de cogumelos frescos, barriga de porco fresca, alho e algumas ervas. Fica uma delícia.

Onde Comprar: Wine Brands (www.winebrands.com.br)

Preço: R$137,00

vinho-alemanha-anselmann-gewurztraminer-spatleseAnselmann Gewürztraminer Spatlese 2012

Região: Pfalz

Tipo: Branco doce

Uva: 100% Gewurztraminer

Álcool: 9%

Notas: A variedade de uva Gewurztraminer é tradicionalmente cultivada na Alemanha e muito valorizada por seus vinhos de aroma único. Suas cepas são de muito baixo rendimento. Este vinho de colheita tardia possui um intenso perfume que lembra os mais finos aromas de rosas e acácias. Com notas de frutas secas, mel e com ligeiras notas de cravo e baunilha. Sua maturação tardia de fruta lhe confere um grande corpo e estrutura.

Harmonização: Ideal como aperitivo e vinho de sobremesa. Ótimo acompanhamento para patês e queijos azuis.

Onde Comprar: Meu Vinho (www.meuvinho.com.br)

Preço: R$69,90

Anselmann Spatburgunder (Pinot Noir) Trocken 2011

Região: Pfalz

Tipo: Tinto seco

Uva: Spatburgunder (Pinot Noir)

Álcool: 13,5%

Notas: Possui aromas frutados, lembrando morango e cereja. Vinho rico e vigoroso.

Harmonização: Ideal para carnes vermelhas, selvagens, massas e queijos.

Onde Comprar: Meu Vinho (www.meuvinho.com.br)

Preço: R$69,90

eiswein-icewine-vinho-de-sobremesa-alemãoRiesling Eiswein 2012

Região: Pfalz – Einzellage

Produtor: Weingut Zöller

Uva: Riesling

Tipo: Branco doce, Eiswein (ou icewine)

Teor alcoólico: 8,0 % vol.

Eiswein – vinhos de intensidade Beerenauslese (doce), feito de uvas colhidas e prensadas ainda congeladas. Vinho raro, pois depende explicitamente dos fenômenos naturais para ser produzido. É estritamente necessário que as uvas fiquem pelo menos uma semana em constante temperatura de -5°C a -7°C. Os Eisweine têm doçura e intensidade de uvas passas, mas retém um traço ascendente de acidez. É um vinho sem igual.

Notas: De colocação dourado escuro, é um vinho muito elegante. Possui notas de mel, frutas amarelas maduras.

Harmonização: Ideal para ser apreciado sozinho como aperitivo ou digestivo.

Onde Comprar: Weinkeller (www.weinkeller.com.br)

Um brinde a Alemanha!

Cristina Almeida Prado.

Viajar e apreciar bons vinhos são as maiores paixões que tenho na vida. Em cada novo destino ou em cada garrafa aberta, há um mundo de descobertas, aprendizados e sensações. Quando as duas coisas se juntam, a experiência é inesquecível. Visitar as regiões vinícolas, conhecer suas características, sua história, seus produtores, entender os cuidados despendidos na elaboração de cada vinho e o impacto deste cuidado no resultado final, compartilhar da angústia por que os viticultores passam a cada ano, esperando que o tempo colabore para que se obtenha o melhor de suas uvas e degustar seus melhores vinhos in loco, personifica este líquido que tanto apreciamos e que guarda histórias que muitas vezes nem imaginamos. Compartilho aqui um desses momentos que nós, do blog Sommelière, tivemos em viagem recente à região de Pomerol, em Bordeaux, na França.

Chateau-Pomerol-Eglise-Igreja

Quando falamos em Pomerol, nossa primeira lembrança é o lendário Château Pétrus, marca conhecida globalmente e um dos vinhos mais caros do mundo. Muito tempo foi preciso até que a região chegasse ao nível de reconhecimento e respeito que tem hoje. Pomerol foi uma região tipicamente de vinhos brancos até finais do século 19, quando os altos preços dos tintos tornaram sua produção mais atraente. Somente em 1936 Pomerol recebeu status de AOC, tendo todas suas regras de produção e vinificação regulamentadas, criando assim uma identidade para seus vinhos.

Em sua história, alguns personagens tiveram um papel muito importante para elevar Pomerol a um patamar internacional:

-Jean-Pierre Moueix, que em meados do século 20 adquiriu algumas propriedades em Pomerol, além de uma participação no Château Pétrus e que foi responsável por diversos esforços para melhorar os processos de produção e divulgar os vinhos da região para o mundo.

-Michel Rolland, consultor de vinhos mais assediado do mundo, que nasceu em Pomerol, possui uma vinícola na região e começou carreira prestando consultoria para muitas das vinícolas na vizinhança.

-Robert Parker, um dos críticos de vinho mais conhecidos no mundo e que muito aprecia o estilo dos vinhos produzidos por Michel Rolland.

Assim, com a excepcional safra de 1982 associada à excelência no trabalho de Moueix e Rolland, às críticas de Robert Parker e um momento histórico favorável, foi possível um grande destaque mundial e o devido reconhecimento a Pomerol.

Dentro da AOC de Pomerol, as principais uvas plantadas são a Merlot, em maior expressão, seguidas pela Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, que associadas dão a seus vinhos as notas de ameixa madura com taninos aveludados e a expressão sensual tão característica da região.

Em nossa visita à região, tivemos a oportunidade de conhecer de perto o trabalho de duas importantes propriedades que permitem que a paixão que têm pelo negócio transcenda a seus vinhos, proporcionando a milhares de enófilos momentos inesquecíveis de prazer à mesa.

Château Gazin

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Era um feriado, 0 dia estava frio e nublado, mas tivemos uma recepção calorosa. Logo na entrada da propriedade percebemos que ao lado das bandeiras hasteadas da França e União Européia, havia uma bandeira do Brasil. Quem nos recebeu foi o simpático Nicolas de Bailliencourt, um dos proprietários da vinícola.

A história do Château Gazin data do século 18, quando cavalheiros de São João de Jerusalém e da Cruz de Malta ali se estabeleceram e construíram um hospital com o intuito de receber e abrigar os peregrinos a caminho de Santiago de Compostela e é hoje a sede da propriedade. Somente no século 20, as terras foram compradas pela família Bailliencourt que está atualmente na quinta geração produzindo esses grandes vinhos.

O Château Gazin possui 24 hectares de vinhedos e chega a produzir 100.000 garrafas ao ano, dependendo da safra, e cerca de 80% de sua produção vai para o exterior.

Em nossa visita, conhecemos toda sua estrutura de produção, com os tanques de fermentação em concreto e os cellars onde os vinhos descansam por 18 meses em barricas francesas antes de serem engarrafados. Ao final, seguimos para uma degustação:

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Château Gazin 2009

90% Merlot, 7% Cabernet Sauvignon e 3% Cabernet Franc (14,5% álcool)

Aromas de frutas negras maduras, com notas de menta e especiarias. Em boca, corpo cheio, taninos marcantes e retrogosto frutado. Excelente! Pode ser guardado por até 30 anos.

Château Gazin 2004

85% Merlot, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc (13% álcool)

Aroma animal, lembrando couro, com notas de café. Em boca, toque herbáceo, como mate, corpo cheio e taninos mais domados. Pode ser guardado por cerca de 10 anos.

Onde encontrar no Brasil: Mistral (www.mistral.com.br)

Château Clinet

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De lá, seguimos para o Château Clinet e fomos recebidas pela Monique, gerente de negócios, que nos guiou por toda a estrutura de produção da vinícola, assim como pelos vinhedos, nos contando a história da propriedade.

A propriedade em si, produz vinhos há longos anos. Mas sua história como Château Clinet é bem mais recente e data de 1999 quando a família, que já tinha negócios em agricultura e produzia vinhos em outra região, comprou as terras, deixando-as sob responsabilidade de Ronan Laborde, enólogo que tem como característica marcante a busca incessante pela inovação e a expressão do terroir. Os vinhos do Château Clinet, mesmo com a sua ainda jovem trajetória, são reconhecidos mundialmente como símbolo de excelência e traduzem muito bem as características de um Pomerol.

O Château Clinet possui 11 hectares e sua produção chega a 50.000 garrafas ao ano. Seu primeiro vinho descansa por 16 meses em barricas de carvalho francês e Ronan vem fazendo também experiências com carvalho alemão e austríaco. Até 2006 a vinícola contava com a consultoria de Michel Rolland, mas hoje o segredo de sua produção fica por conta de Ronan.

Seguimos para uma degustação, onde tivemos o prazer de ser acompanhados por Monique e Ronan:

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Ronan by Clinet 2011

100% Merlot (13% álcool)

Suas uvas são provenientes de diversas regiões de Bordeaux. A proposta é de ser um vinho fácil e mais para o dia-a-dia. Com aromas bastante frutados e notas levemente tostadas, possui bom corpo e taninos aveludados. Fácil de beber e muito bom.

Fleur de Clinet 2011

95% Merlot, 5% Cabernet Franc (14% álcool)

Produzido a partir de uvas de diferentes produtores, apresenta aromas frutados, possui taninos macios e retrogosto persistente. Delicioso! Pode ser guardado por mais 5 anos.

Château Clinet 2011

90% Merlot, 9% Cabernet Sauvignon e 1% Cabernet Franc (13,5% álcool)

Apresenta aromas de frutas negras e notas de baunilha. Em boca, boa adstringência e taninos marcantes. Excelente!

Château Clinet 2012

Aromas de frutas negras e compota. Em boca, corpo cheio, taninos marcantes e muito equilibrado. Muito bom.

Onde encontrar: Grand Cru (www.grandcru.com.br)

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Visitar a região de Pomerol e descobrir seus inebriantes vinhos é uma experiência que recomendo aos enófilos de plantão, mas é importante notar que ao contrário do Médoc, região bastante turística com seus grandes Châteaux, em Pomerol os Châteaux mais parecem casas de fazenda e nem sempre é possível encontrar seus nomes na entrada das propriedades. Ali, são poucos os produtores que possuem sala de degustação e apenas alguns estão abertos ao público sem agendamento prévio. Portanto, procure se informar e agendar sua visita com antecedência.

Santé!

Cristina Almeida Prado.

Vega-Sicilia-viñedos-vinhosUma visita à lendária vinícola Vega Sicilia é um privilégio muito especial concedido a poucos, pois não é aberta ao público, e nós, do Blog Sommelière, tivemos o prazer de viver essa experiência que agora compartilhamos com vocês, nossos leitores e amantes do vinho.
Muito bem recebidas e assessoradas pela simpática Yolanda, iniciamos ali o que seria uma inesquecível “viagem” através da história, da tradição e da arte, alicerces sobre os quais ergueu-se essa famosa vinícola, ícone da Espanha: a Vega Sicilia. Conta-se que a origem do nome vem daquela parcela de terra fértil (Vega) próxima ao rio Douro, habitada em tempos remotos pelos monges sicilianos (Sicilia) que ali já faziam vinho.
Localizada na região de Castilla Y Léon, na área da D.O. Ribeira Del Duero, próxima à cidade de Valladolid, a Vega Sicilia possui cerca de 900 hectares dos quais 200 são cobertos por vinhedos cuja maioria das cepas é de Tempranillo, com uma minoria de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec que entram na composição do blend de seus vinhos.
Sua história se inicia em 1848, quando a Família Toríbio Lecanda adquiriu as terras do Marquês de Valbuena, uma propriedade utilizada, na época, para atividades agropecuárias. Em 1864, Eloy, filho de Toríbio, fundou a Bodega, dando início às primeiras produções com cepas procedentes da França.
Ao longo dos anos, a vinícola passou por diversos proprietários, sempre mantendo no entanto, uma inquestionável personalidade, produzindo vinhos concentrados, amadurecidos em carvalho, generosos e extremamente elegantes.
vega-sicilia-unico-bodega-vinhosNo início do século XX, a figura do importante viticultor basco, Domingo Garramiola, foi crucial para alavancar os investimentos e aprimorar a qualidade da produção vinícola, focando no estilo que deu origem a um vinho com fruta profunda e perfumada e tremenda persistência. Assim, em 1915, nascem os dois excepcionais vinhos que conhecemos até hoje: o Valbuena e o Único. Foram lançados, não para seguir o simples propósito de se fazer vinho, mas como uma amostra que simbolizasse o Poder. Por isso, sua distribuição inicial não atendia a uma proposta comercial e sim à classe da alta burguesia e à aristocracia.
Em 1929, a Vega Sicilia teve enorme reconhecimento graças ao prêmio de suas safras 1917/1918, recebido por ocasião da grande Exposição Universal de Barcelona.
Em 1982, a Família Alvarez, atual proprietária, compra a Vega Sicilia e investe para modernizar a Bodega e elevar os vinhos a padrões comerciais competitivos.
tonelaria-Vega-Sicilia-viñedos-vinhos-barricaEm nossa visita, seguimos em companhia da Yolanda, percorrendo todos os ambientes correspondentes a cada etapa da produção dos vinhos e ficamos muito impressionados com as impecáveis instalações, a rigorosa higiene e as inúmeras obras de arte elegantemente integradas a vários espaços. Uma das surpresas ficou por conta da Tonelaria que a Família, caprichosamente, montou na década de oitenta para produzir os barris de carvalho americano onde seus vinhos descansam e evoluem por longos períodos. Ela é equipada com modernas máquinas de precisão e tem artesãos treinados e experientes que passam sua sabedoria profissional de pai para filho.

A Vega Sicilia possui também a vinícola de Alión, adquirida em 1991 com a ideia de se fazer um vinho mais moderno com a tradição da região Ribera Del Duero. Além disso, existem vários outros projetos sendo desenvolvidos em outras regiões. Na região da Hungria, por exemplo, em 1993, inicou-se o projeto da Bodega Tokaj Oremus que produz o Tokaji Aszú 5 Puttonyos, um dos vinhos de sobremesa mais nobres do mundo. Na região de Toro, uma das D.O. de Castilla Y León, o projeto da Bodega Pintia tem produzido o Pintia desde 2001. Outro projeto em Rioja, uma “joint venture” com franceses, produz os vinhos Mácan desde 2009.
Para culminar nossa visita, seguimos para a Sala de Degustação, instalada em meio a um belíssimo jardim (um encanto à parte).
Degustamos cinco vinhos:

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1- “Oremus Mandolas” 2011 – Região de Tokaj.
Casta: Furmint
Vinho branco, com 13,5% de graduação alcoólica, passa 7 meses em barrica de carvalho húngaro, com meses “sur lie”. De coloração amarelo palha, possui aromas doces de mel e frutas brancas maduras; em boca muita leveza e frescor, um abacaxi maduro, um toque cítrico e a mineralidade dos solos vulcânicos da região. A alta acidez permite uma guarda de até seis anos.

2- “Pintia” 2008 – Região de Toro.
Casta: 100% Tinta de Toro (denominação da Tempranillo naquela região), 15% de graduação alcoólica.
Vinho que passa por fermentação malolática, envelhece em barricas novas por um ano e aguarda dois anos em garrafa antes de chegar ao mercado. É um vinho de coloração violeta, com aromas de frutas negras; em boca, é redondo e carnudo, com taninos marcantes. Vinho elegante e potente que pede comida.

3- “Vega Sicilia Valbuena” 2009 – Região Ribera del Duero.
Castas: 90% Tempranillo e 10% Malbec, com 14,5% de graduação alcoólica.
Vinho de coloração rubi com reflexos violáceos. No nariz, aromas fechados de início, liberando aos poucos um tostado e um tabaco; em boca, é bem encorpado, mostrando frutas negras, groselha, coco, baunilha e notas tostadas, com taninos bem presentes. Um vinho para ser bebido lentamente e curtido por horas.

4- “Vega Sicilia Único” 2004 – Região Ribera del Duero.
Castas: 85% Tempranillo e 15% Cabernet Sauvignon, com 14% de graduação alcoólica.
Vinho que só chega ao mercado 10 anos após a safra. Possui coloração rubi com reflexos atijolados e bom halo de evolução. No nariz há frutas negras, um toque terroso e notas tostadas. Em boca, frutas negras em compota, bom corpo, taninos bem domados e coco notório. Vinho de guarda: dentro de 20 a 25 anos, haverá sempre um bom momento para se beber esse vinho.

5- “Tokaji Aszú” 2000 – 5 Puttonyos – Região de Tokaji.
Castas: 60% Furmint, 20% Muscat e 20% Harslevelu.
Vinho doce com aromas complexos, predominando o mel; passa três anos envelhecendo e mais dois a três anos em garrafa antes de chegar ao mercado. Em boca, é untuoso, com uma combinação perfeita entre acidez e doçura, e ao final, uma longa e deliciosa persistência. Excelente!

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Após quase quatro horas de visitação, que nem sentimos passar, a verdade é que saímos de lá apaixonadas por um pedaço da Espanha.
O que adoro sobre vinhos é a história que há por trás deles. Por isso posso dizer que o vinho é um produto evocativo. Falar da Vega Sicilia é uma tarefa particularmente complexa, porque ela é muito mais do que uma grande Bodega com seus respeitáveis vinhos. Trata-se de uma empresa que evoca todo um passado, nos remete a uma trajetória que impõe respeito e deve ser exemplo para qualquer país produtor de vinhos.
No Brasil, você pode encontrar os vinhos da Vega Sicilia na Mistral (www.mistral.com.br).

Maria Uzêda

Place-de-la-bourse-Miroir-D'Eau-bordeaux-wine-regionA região de Bordeaux é produtora dos vinhos mais cobiçados do mundo na atualidade, com garrafas que chegam a custar mais de $1.000,00 e muitas vezes, tem quase sua totalidade vendida “en primeur”, ou seja, antes mesmo de serem colocadas no mercado.

A história dos vinhos em Bordeaux data de cerca de 2.000 anos atrás, tendo seus primeiros registros no tempo dos romanos, quando as primeiras vinhas foram plantadas na região. Mas os vinhos de Bordeaux tiveram sua fama aclamada na idade média, quando a duquesa Eleanor de Aquitânia casou-se com o rei da Inglaterra Henrique II. Essa aliança viria a abrir a região de Bordeaux para o mercado inglês, estimulando seu rápido desenvolvimento e anos mais tarde, abrindo a região para o mundo.

Bordeaux é cortada pelo rio Gironde que divide a região entre “margem esquerda”, composta por Médoc e Graves, e “margem direita”, composta por Libournais, Bourg e Blaye. Há diversas subregiões no Médoc, que incluem Maurgaux, Saint Estephe, Paulliac, Saint Julien e outras menos conhecidas como Moulis e Listrac. Graves inclui as subregiões de Pessac-Léognan e Sauternes. E a região de Libournais inclui as subregiões de Saint Émillion e Pomerol.

bordeaux-wine-regions-mapTodas estas regiões estão submetidas às regras da AOC, que estabelece as uvas permitidas para a região, teor alcoólico, métodos de poda e colheita, rendimento por planta, técnicas de vinificação, entre outras questões. Somente os produtores que seguem estas regras podem carregar em seu rótulo o título de AOC, sendo que existem mais de 50 AOCs na região de Bordeaux (exemplo: Appellation Saint Émillion Controlée).

Os vinhos de Bordeaux são cortes (mistura de mais de uma uva) e há raramente varietais (que usam um único tipo de uva), tanto para tintos quanto para brancos. As uvas permitidas para os vinhos tintos são Merlot, Carbernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot. O uso percentual de cada varietal pode variar de produtor a produtor, mas em geral sabe-se que os vinhos da “margem esquerda” possuem um percentual maior de Cabernet Sauvignon, o que lhes confere potência e complexidade, enquanto os da “margem direita” possuem um percentual maior de Merlot, o que lhes confere características mais aveludadas.

Entender a importância da AOC e o que ela representa para a qualidade dos vinhos é de suma importância. Conhecer as características de cada região e que tipo de vinho produzem também é relevante para a escolha do Bordeaux que lhe agrade mais ao paladar. Mas, além disso, cada região possui sua classificação própria, que ranqueia os produtores conforme nível de qualidade e o que geralmente leva alguns preços para as alturas.

A mais famosa classificação é a do Médoc, conhecida como a Classificação de 1855. Originalmente promovida para selecionar os melhores vinhos do Médoc para a “Exposição Universal de Paris”, avaliou e classificou os 61 melhores produtores da região, chamados de Grand Crus Classés dentro da apelação do Médoc, e permaneceu até os dias de hoje. A mesma classificação ranqueia estes produtores em 5 Premier Crus (os aclamados Chateau Margaux, Chateau Lafite Rothschild, Chateau Latour, Chateau Mouton Rothschild e Chateau Haut-Brion), 14 Deuxiemes Crus, seguidos por 14 Troisiemes Crus, 10 Quatriemes Crus e finalmente 18 Cinquemes Crus.

A região de Graves também desenvolveu sua classificação em 1953, revisada em 1959 e que destaca 16 produtores por seus tintos e brancos excepcionais.

Chateau-Troplong-Mondot-Saint-Émillion-BordeauxJá na região de Saint Émillion, os melhores produtores são classificados em Premier Grand Cru Classé A, com somente 4 produtores, Premier Grand Cru Classé B, que engloba 14 produtores, Grand Cru Classé com 63 produtores e Cru Classé, onde entram os demais. Essa classificação se iniciou em 1950 e é revisada a cada 10 anos.

Saindo da curva, a região de Pomerol, a menor região produtora de Bordeaux, preferiu não entrar no processo de classificação de seus grandes vinhos. Conhecidos como vinhos de taninos mais macios, produzidos predominantemente com a uva Merlot, os vinhos de Pomerol levam em seus rótulos apenas Appellation Pomerol Controlée. Nomes como Chateau Pétrus e Chateau Lafleur, vinhos de altíssima qualidade e preços exorbitantes, colocam a região em evidência para o mundo.

Mas, e quando um vinho de uma região que possui classificação não entra num ranking de Cru Classé, como podemos identificá-lo? Bem, para os vinhos da “margem esquerda” que não entraram na lista dos 61 Crus Classés, mas que possuem um histórico sólido de produção de vinhos de qualidade, estes levam em seu rótulo a classificação Cru Bourgeois. Os demais vinhos para todas as outras apelações entram simplesmente como Bordeaux ou Bordeaux Supérieur e levarão em seu rótulo Appelation Bordeaux Controlée. Estes são geralmente os vinhos mais em conta e muitas vezes muito justos, como é o caso do Mouton Cadet.

saint-emillion-ville-de-bordeaux-vinPara os amantes do vinho e em especial os amantes de Bordeaux, se tiverem a oportunidade de visitar a região, um passeio pela charmosa vila de Saint Émillion é obrigatório. De lá, é possível agendar direto no Office de Tourisme visitação a alguns dos mais importantes produtores. Na cidade de Bordeaux também é possível organizar visitações para todas as regiões no Office de Tourisme. Mas se preferir ficar pela cidade mesmo, há diversos locais para degustar vinhos dos grandes Chateaux em taça, como a Maison du Vin, onde está localizada a escola do vinho, ou na Max Bordeaux e Aux 4 Coins Du Vin, que trabalham com a Enomatic que lhe permitirá degustar grandes vinhos a preços razoáveis.

Fica a dica.

Cristina Almeida Prado.

Lavinia-loja-de-vinhos-enomaticA loja Lavinia foi fundada em 1999 por Thierry Servant e Pascal Chevrot que decidiram desenvolver uma loja de vinho com um conceito inédito no universo da distribuição vinícola, focando na descoberta de novos rótulos e na divulgação de regiões desconhecidas.

A loja impressiona e atrai inúmeros visitantes por sua extensa oferta de vinhos; são mais de 6.500 rótulos. Além disso, põe à disposição dos clientes serviços como vendedores sommeliers, estação de degustação equipada com máquinas Enomatic que nos permitem provar vinhos antes de comprá-los, cursos de iniciação ao vinho, atendimento personalizado a empresas, restaurante, etc.

Existem seis lojas na Espanha (quatro delas em Madri), duas em Paris, duas na Ucrânia e uma na Suíça. Passando pela loja de Paris, no Boulevard de la Madelaine, me surpreendi ao ver na vitrine com um belo destaque o vinho brasileiro “FACES” da vinícola Lídio Carraro, lançado no Brasil como o vinho licenciado oficial da Copa do Mundo 2014.

lavinia-loja-de-vinhos-wine-by-the-glassEm uma das lojas de Madri, fui muito bem atendida pela simpática Antônia que me assessorou na compra de vinho. Aí, aproveitei para adquirir um club card e degustar alguns vinhos disponibilizados na Enomatic.

Provei dois vinhos:

  1. “Châteauneuf-du-Pape”, Domaine de la Vieille Julienne, safra 2009, Vale do Rhône. Um vinho com aromas de chocolate e baunilha, em boca é seco, com corpo médio/alto, taninos potentes, boa persistência ao final, agradável e elegante. Valor da garrafa na loja: 54.90 euros. Valor da dose: 3,10 euros
  2. “Contador”, produtor Benjamín Romeo, safra 2011, La Rioja, 100% Tempranillo. Vinho seco, potente, encorpado, com taninos agressivos, um vinho gastronômico que deve ser guardado por mais alguns anos. Valor da garrafa na loja: 249 euros. Valor da dose: 14 euros.

Essa é uma interessante oportunidade para os amantes do vinho que estiverem de passagem por uma das cidades onde a Lavinia tem loja para aproveitar e provar vinhos mais especiais “by the glass” a preços acessíveis. Além, claro, de encontrar excelentes rótulos com um serviço diferenciado. Fica aqui a nossa dica.

www.lavinia.com

Maria Uzêda

Decifrando a França

vinhos-da-frança-borgonhaA França é um dos principais países produtores de vinho no mundo, com produção de mais de 7 bilhões de garrafas por ano e consumo per capita em torno de 45L. Sua história com os vinhos é secular, com registros que datam da época dos gregos e romanos, o que lhes concede tamanha tradição e reputação até os dias de hoje. Mas falar em vinho francês para muitos pode parecer uma coisa bem complicada. Então vamos simplificar.

Uma das questões que ouço com frequência é por que nos rótulos dos vinhos franceses quase nunca encontramos o nome das uvas. Existe uma explicação muito simples para isso. São diversas as regiões francesas produtoras de vinhos e a maioria delas produz vinhos de corte, ou seja, com mais de uma uva, ao invés dos varietais a que estamos acostumados por aqui, que usam somente um tipo de uva. Mas para cada região há um conjunto de regras que diz quais uvas podem ser cultivadas ali, além dos cuidados que se deve ter no manejo dos vinhedos e na elaboração dos vinhos. Seguir estritamente essas regras ou não, irá implicar em uma qualificação e um nível de classificação  desses vinhos.

Os vinhos podem ser classificados, de forma geral, como Vin de Table, ou Vin de France na nova regra, que são vinhos mais simples e levam no rótulo apenas o nome do produtor e designação França. Em seguida vêm os Vin de Pays, que na nova regra chamam IGP (Indication Géographique Protegée) e levam em seus rótulos o nome da região produtora. São vinhos considerados de melhor qualidade e passam por critérios de avaliação para receber essa classificação. E os vinhos de qualidade superior são os AOC (Appellation d’Origine Controlée) ou AOP na nova regra (Appellation d’Origine Protegée), que seguem uma série de normas estritas para receber tal classificação.

A coisa começa a complicar um pouco mais quando entramos na classificação dos vinhos AOC, que estabelece um nível de superioridade principalmente em função do terroir, ou microclima, e do nível de cuidado do produtor, que quando excepcionais, produzem vinho únicos, expressivos e longevos, mas que acabam chegando no Brasil a preços exorbitantes. Como exemplo, na Borgonha os vinhos produzidos em terroirs mais nobres são classificados como Grand Cru, seguidos pelos Prémier Cru, os Village que levam o nome da vila em que são produzidos e os Régional que levam o nome da região da Borgonha. Mas deixaremos isso para outro capítulo.

As principais regiões produtoras da França são:

regiões-produtoras-de-vinho-frança-Bordeaux, que em geral produz vinhos de maior complexidade e corpo, tendo como as principais uvas de sua composição a Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc – sem esquecer o famoso vinho de sobremesa Sauternes que fica ao sul de Bordeaux e que utiliza as uvas Semillion, Sauvignon Blanc e Muscadelle;

-Borgonha, produz vinhos elegantes feitos com a exigente uva Pinot Noir, vinhos Beaujolais frescos e frutados elaborados com a tinta Gamay e vinhos brancos ricos e minerais com a uva Chardonnay e está dividida em sub-regiões como Chablis, Côte de Nuit, Côte de Beaune, Côte Chalonnaise/Mâconnais e Beaujolais.

-Champagne, famosa ao redor do mundo por seus vinhos espumantes, pode ser considerada a mais rigorosa AOC da França e por isso a indicação AOC não aparece nos seus rótulos, já que todos os vinhos que levam o nome Champagne são obviamente produzidos na região, seguindo as regras da denominação de origem. Os Champagne são produzidos exclusivamente com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier;

-Vale do Loire, região  famosa pelos aromáticos brancos Sancerre, Pouilly-Fumé e Vouvray, utilizando variedades como a Sauvignon Blanc e Chenin Blanc;

-Vale do Rhône, região que acompanha o rio Rhône e suas encostas, possui mais de 20 sub-regiões e produz vinhos desde os mais simples até os vinhos míticos como os Chateauneuf-du-Pape e os Hermitage. O estilo dominante dos tintos vem das uvas Syrah, Grenache e Mourvèdre, corte típico da região.

-Languedoc-Roussillon, região ao sul da França e a oeste da Provence, onde os tintos imperam. Esta AOC exige por lei a utilização de cinco cepas sulistas: a Syrah, a Mourvèdre, a Carignan, Grenache e Cinsault.

vinhos-da-provance-frança-Provence, a primeira região produtora de vinhos rosés AOC na França, é responsável pela produção de metade das AOCs rosés francesas. Tem como principais variedades de uvas tintas a Grenache, Syrah, Mourvèdre, Cinsault, Carignan e Tibouren

-Alsácia, região que compartilha a cultura francesa com a alemã, é especialmente diferente das outras regiões vinícolas da França. Produz vinhos brancos de excepcional acidez, frutados e concentrados, que tiram seus nomes das cepas locais: Gewürztraminer, Riesling, Muscat Blanc e Pinot Gris (fato incomum na França). A tinta da região é a Pinot Noir que gera apenas 9% da produção total.

Ufa! Espero que tenha ajudado. Agora a dica é entender quais regiões produzem vinhos no estilo que mais lhe agrada e começar a “traduzir” os rótulos quando for escolher seu próximo vinho. Nas próximas semanas falarei um pouco mais em detalhe sobre algumas importantes regiões que tive a oportunidade de visitar e compartilharei a experiência.

Santé!
Cristina Almeida Prado

Aconteceu nesta semana a 18º edição da Expo Vinis Brasil, a maior feira de vinhos da América Latina. O evento apresentou 450 marcas e produtores de mais de 11 países. E como de costume, os expositores apresentaram seus melhores rótulos para uma degustação que elege os vinhos TOPs do evento em 10 categorias. O júri foi composto por importantes profissionais do mundo dos vinhos tais como Manoel Beato, sommelier do Grupo Fasano, José Ivan Santos, autor de diversos livros sobre vinhos e Jorge Lucky, membro da Académie Internacional Du Vin e colunista do jornal Valor Econômico.

Anunciados os vencedores, percorri a feira fazendo a “rota dos Top 10” para experimentar e avaliar os vinhos premiados.

Os TOP 10, por categoria:

Espumante Nacional

Grand Legado Brut Champegnoise, Garibaldi, RS

Produtor: Gran Legado (www.granlegado.com.br)

Preço médio ao consumidor: R$50,00

Onde pode ser encontrado: Casa Santa Luzia e Chocolândia

Notas: Aromas de frutas secas e leveduras, em boca leveza e frescor. É um bom exemplar nos nacionais. Vale experimentar.

Espumante Importado

lanson-black-label-champagne-expovinisLanson Black Label Brut, Champagne, França

Produtor: Lanson (www.lanson.com)

Importadora: Barrinhas (www.barrinhas.com.br )

Preço médio ao consumidor: R$190,00

Notas: Aromas cítricos com notas de funghi secchi e leveduras, ótima espumação, acidez em boca, frescor e muita personalidade. Delicioso!

Branco Nacional

Pericó Sauvignon Blanc 2013, Santa Catarina

Produtor: Pericó (www.vinicolaperico.com.br)

Preço médio ao consumidor: R$80,00

Onde pode ser encontrado: www.wineexpress.com.br

Notas: Aromas marcantes de maracujá, leveza, boa acidez e frescor em boca. Está muito bom e o Brasil vem fazendo ótimos brancos. Alguns com preços mais competitivos.

Branco Importado

boschendal-chardonnay-africa-do-sul-expovinisBoschendal Chardonnay 2011, Elgin, África do Sul

Produtor: Boschendal (www.boschendal.com)

Importadora: DGB

Preço médio ao consumidor: Deve chegar a R$140,00

Notas: Aromas marcantes de manteiga e maracujá. Em boca, cítrico, bom corpo e acidez equilibrada. Passou 12 meses por carvalho francês. Está um espetáculo!

Rosado

Remy Pannier Rosé D’Anjou 2013, Loire, França

Importador: Aurora (www.aurora.com.br)

Notas: Aromas de frutas vermelhas com toques cítricos, apresenta frescor, leveza e notas adocicadas. Achei um vinho bom, mas degustei outros mais marcantes durante a feira.

Tinto Nacional

familia-guatambu-rastros-dos-pampas-tannat-expovinisGuatambu Rastros do Pampa Tannat 2013, Campanha Gaúcha, RS

Produtor: Guatambu (www.guatambuvinhos.com.br)

Preço médio ao consumidor: R$65,00

Onde pode ser encontrado: www.buenosvinhos.com.br

Notas: Aromas intensos de frutas negras, geléia de amora e notas tostadas. Bom corpo, boa acidez e complexidade. Achei muito interessante e acredito ser um bom exemplo de como os tintos nacionais têm surpreendido.

Tinto Novo Mundo

Casillero Del Diablo Devil’s Collection, Rapel, Chile

Produtor: Concha y Toro (www.conchaytoro.com.br)

Preço médio ao consumidor: R$42,00

Onde pode ser encontrado: Pão de Açúcar, Carrefour e principais supermercados.

Notas: Frutas negras com um toque de pimentão verde. Fácil, redondo e frutado. A proposta da vinícola é simplificar a escolha do consumidor, por isso as uvas usadas são segredo do enólogo. Muito justo.

Tinto Velho Mundo Península Ibérica

scala-coeli-fundacao-eugeScala Coeli Syrah 2010, Alentejo, Portugal

Produtor: Fundação Eugênio de Almeida (www.fundacaoeugeniodealmeida.pt)

Onde encontrar: Adega Alentejana (www.adegaalentejana.com.br)

Preço médio ao consumidor: R$560,00

Notas: O Scala Coeli é produzido a partir de castas estrangeiras somente em anos excepcionais. Aromas de frutas negras, cacau e notas tostadas, ótima acidez, corpo e taninos marcantes em boca. É um vinho potente e merece descansar mais uns anos antes de ser consumido. Excelente escolha!

Tinto Velho Mundo Outros Países

Le Vigne Di Sammarco Solemnis Primitivo Salento IGP, Puglia, Itália

Produtor: Le Vigne Di Sammarco – ainda não está disponível no Brasil (www.agricolerizzellospa.com)

Notas: Aromas intensos de frutas negras, compotas, em boca taninos marcantes, ótimo corpo e acidez. Gostei bastante e me surpreendi também com outros rótulos do mesmo produtor.

Fortificado e Doce

Andresen Porto White 10 anos, Douro, Portugal

Produtor: Andresen (www.jhandresen.com)

Preço ao consumidor: deve chegar ao Brasil por cerca de R$150,00

Onde encontrar: Venews (www.venewsbebidas.com.br)

Notas: Aromas de frutas secas, mel, com notas oxidadas. Em boca, boa complexidade e persistência. Muito bom!

 

Um brinde!

Cristina Almeida Prado

 

 

 

A notícia de que o “VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil”, ocorrido entre os dias 8 e 11 de abril no Vale dos Vinhedos, deixou Portugal em segundo lugar a ganhar mais medalhas, dentre os 18 países que concorreram às premiações, só vem ratificar o grande destaque internacional que esse país vem obtendo com seus vinhos.

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Quem compareceu à mostra de “Vinhos do Tejo” que aconteceu no Hotel Tivoli Mofarrej no dia 13 de março passado, teve a oportunidade de constatar que Portugal está realmente fazendo bonito no mundo dos vinhos. Com o apoio da editora INNER, responsável pela REVISTA ADEGA, a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, promoveu um encontro que incluiu várias Master Classes e uma dezena dos principais produtores da região do Tejo.

A região do Tejo, antes denominada Ribatejo, sempre se destacou como sendo o coração agrícola do País e por muito tempo passou uma imagem de região de vinhos a granel, com grandes volumes e preços baixos. Essa imagem vem sendo mudada radicalmente. Uma nova estratégia de marketing, a começar pela mudança do nome da marca (hoje, vinhos do Tejo), vem estimulando os produtores vinícolas do Tejo a buscar alta qualidade em seus vinhos, graças à utilização de tecnologia moderna nas cantinas e à valorização da riqueza de suas castas autóctones, aliadas ao cuidado com o solo e o plantio, objetivando abrir novas frentes de mercado com projeção nacional e internacional.

Rio Tejo, em Portugal, vinhos-do-tejo A região vinícola do Tejo abrange as sub-regiões de Tomar, Santarém, Cartaxo, Coruche, Chamusca e Almerim e é influenciada pelo clima sub-mediterrâneo e pelo maior rio português, o Tejo, gerando vinhos brancos ricos, frutados e de ótima acidez, e tintos complexos e elegantes.
A principal uva branca da região é a Fernão Pires que, em corte com outras castas brancas como Arinto, Verdelho, Viognier e Sauvignon Blanc, dá excelentes vinhos frescos e aromáticos. As principais tintas nativas como a Trincadeira e a Touriga Nacional são combinadas com cepas internacionais como a Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Syrah, gerando grandes vinhos.
Selecionamos aqui alguns dos melhores vinhos degustados na mostra de VINHOS DO TEJO e seus produtores:

CASA CADAVAL:
“Padre Pedro Reserva 2012” – vinho branco elaborado com as castas Viognier (90%) e Arinto (10%).
“Padre Pedro Reserva 2010” – vinho tinto elaborado com as castas Touriga Nacional, Trincadeira, Alicante Bouschet e Merlot.

mythos-e-casal-da-coelheira-reserva-2011-vinho-do-tejo CASAL DA COELHEIRA:
“Casal da Coelheira Reserva 2011” – vinho elaborado com as castas Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Touriga Franca.
“Mythos” – elaborado com as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Cabernet Sauvignon.

QUINTA DO CASAL BRANCO:
“Falcoaria Reserva 2011” – castas: Castelão, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Touriga e Alicante Bouchet.

CASAL DO CONDE S.A.:
“Quinta da Arrancosa 2013” – castas: Moscatel
“Casal do Conde Reserva 2011” – castas: Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon.

FALUA:
“Conde de Vimioso Reserva 2011” – castas: Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah e Aragonez.

QUINTA DA LAPA:
Destaque para o único espumante da mostra, “Quinta da Lapa Espumante Bruto”, elaborado pelo método tradicional com a casta Arinto, muito equilibrado, com boa espumação e perlage intenso.

É bom ficarmos de olho nos vinho de PORTUGAL. Eles estão chegando no Brasil com toda personalidade e conquistando cada vez mais espaços em nossas prateleiras.

Maria Uzêda

INCREDIBLE INDIA!

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Quando pensamos em Índia, logo nos lembramos do fabuloso Taj Mahal, uma das 7 maravilhas do mundo. Lembramos de um país muito populoso, que exporta talentos nas áreas da ciência e engenharia, e de sua riqueza cultural, com suas cores, simbologias e deuses. Mas quem iria pensar que a Índia é também um produtor de vinho? Sim, a Índia produz vinhos e tive uma grata surpresa ao conhecer os vinhos indianos quando estive em viagem naquele país.

Os primeiros registros da produção vinícola na Índia datam de cerca de 4 milênios antes de Cristo quando comerciantes Persas trouxeram uvas para a região. Mas foi somente na época da colonização por portugueses e britânicos que sua produção foi estimulada e amplamente difundida para consumo local.

India_Wine_regionsAo final do século XIX veio a filoxera, uma praga que ataca a raíz da videira, e devastou vinhedos por todo o território. Somando-se a isso, com a independência da Índia, movimentos religiosos começaram a incitar a “lei seca” e alguns estados de fato proibiram o consumo de bebidas alcoólicas.

O cenário, definitivamente, não era favorável. Mas por volta de 1980, sob influências internacionais e com o crescimento da classe média e consequente aumento da demanda pela bebida, iniciou-se uma nova fase na história da indústria de vinhos na Índia.

A Índia é um país com uma ampla diversidade de clima e solo, e as videiras se adaptaram muito bem nas regiões de montanhas, onde há uma boa amplitude térmica, o ar é mais fresco e há proteção natural contra o vento. Algumas das mais importantes áreas produtoras são Maharashtra, Karnataka e Andhra Pradesh onde estão localizados importantes produtores como a Sula (www.sulawines.com) e Grover Vineyards (www.grover-vineyards.com). Algumas das uvas destaque são a Cabernet Sauvignon, a Syrah e a Sauvignon Blanc. Os vinhedos ainda são jovens, mas já mostram o seu potencial e não duvido que em poucos anos já seja possível encontrar vinhos indianos disponíveis no mercado.

Compartilho a seguir as notas de alguns dos vinhos que degustei:

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-Sula Brut, Nashik
Produzido a partir do método champegnoise, possui aromas de levedura com notas defumadas e um toque de mel. Em boca, frescor, bom corpo e acidez equilibrada. Demonstrou muita personalidade e foi o meu eleito.
Preço: $11,00

-Sula Dindori Reserve Shiraz 2012, Nashik
12 meses em carvalho
Um vinho fácil de beber, apresentou aromas de frutas vermelhas com notas de madeira, corpo médio acidez equilibrada e baixa persistência. É um vinho para tomar sem compromisso no dia a dia.
Preço: $14,00

-Sula Rasa, Shiraz 2010, Nashik
Produzido apenas nos melhores anos, o Rasa apresentou aromas de couro, café, com notas de caramelo e baunilha. Em boca, boa acidez, corpo médio e boa persistência. Mostrou-se um bom vinho.
Preço: $20,00

-La Resérve 2011, Grover Vineyards, Cabernet Sauvignon-Shiraz, Nashik
6 meses em carvalho francês
Produzido com a consultoria de Michel Roland, mostrou-se muito agradável e redondo. Com aromas de ameixa preta e chocolate, notas de madeira e um fundo quase químico, lembrando esmalte. Corpo médio e equilibrado. Acredito que agradaria bastante ao paladar brasileiro.
Preço: $12,00

-Sette 2009, Fratelli Wines, Cabernet Sauvignon-Cabernet Franc e Sangiovese, Akluj
14 meses em carvalho francês
Com aromas de couro, pimentão verde e notas herbáceas, em boca, ótimo corpo, boa adstringência e complexidade. Evoluiu bem na taça. Foi meu tinto favorito.
Preço: $31,00

Viajar pela Índia, conhecer fortes e palácios históricos, vivenciar a enogastronomia e desvendar os segredos e riquezas da cultura indiana foi uma experiência singular. Só então entendi porque a chamam de Incredible India.

Cheers!

Cristina Almeida Prado.

Para os amantes do vinho, promover uma degustação em casa é um caminho perfeito para compartilhar, discutir e descobrir novos vinhos com os amigos.

Planejar uma degustação é relativamente fácil. Faça a lista de convidados, escolha um tema e separe todo o material necessário: a toalha que deve ser branca para melhor observação da coloração do vinho, as taças, jarras de água, pãezinhos e azeite. Se quiser sofisticar, capriche na decoração e distribua fichas de avaliação.

Regras e tipos de degustação:

DEGUSTAÇÃO DE VINHOS 1- A mais tradicional regra é partir do vinho mais leve para o mais encorpado; do seco ao mais doce.

2- Procure limitar os vinhos escolhidos a tintos, estritamente, ou a brancos.

3- Estipule uma faixa de preço e solicite a cada convidado que traga o vinho de sua preferência. Essa é uma boa forma de você compartilhar com os amigos seu vinho favorito, descobrir novos vinhos para adicionar a sua lista e, é claro, baratear sua despesa como anfitrião.

4- Degustação Varietal: escolha uma variedade de uva e experimente-a, diversificando a região de origem. Seria muito interessante, por exemplo, degustar um Chardonnay francês, um australiano, um californiano e um brasileiro.

5- Degustação Vertical: escolha um vinho de determinada vinícola e procure as variadas safras desse mesmo vinho. Isso permitirá que seus convidados descubram as diferenças daquele vinho de ano para ano, isto é, a que condições climáticas estiveram sujeitas aquelas uvas e seus reflexos no produto final.

6- Degustação Horizontal: escolha uma safra e uma variedade de uva, mas diferentes produtores. Isso permitirá aos seus convidados perceber o quanto variam os vinhos de produtor para produtor e quão drasticamente podem mudar, dependendo de onde e como foram produzidos.

DEGUSTAÇÃO ÀS CEGAS 7- Degustação às cegas é aquela geralmente adotada nos grandes concursos internacionais de vinhos e exaustivamente praticada pelos entendidos de vinhos. Para esse tipo de degustação, cubra cada garrafa completamente, a fim de que os convidados não possam identificar o que estão provando. Evita-se, dessa forma, qualquer tipo de ideia preconcebida a respeito de qualquer vinho, permitindo que o convidado faça sua avaliação baseado no mais importante fator: sua apreciação, segundo seu paladar pessoal e suas experiências sensoriais individuais. Numere cada garrafa, assim como cada taça, servindo o vinho número 1 na taça número 1, e assim por diante. Nesse tipo de degustação, aconselha-se que sejam distribuídas fichas de avaliação. Peça a todos que registrem suas observações. No final, todos compartilham suas anotações, discutem suas ideias e procuram chegar a uma conclusão, podendo inclusive eleger o vinho que mais agradou a todos e classificá-los numa determinada ordem. Só então revele a identidade dos vinhos degustados. Essa é uma divertida, prazerosa e instrutiva brincadeira.

Se você está pensando em reunir os amigos e degustar alguns vinhos, escolha uma das dicas acima e comece a planejar seu evento. Lembre-se de que para uma memorável ocasião, não importa o quanto você quer se aprofundar no assunto ou até onde você quer chegar; planejamento é o nome do jogo e a única maneira de assegurar que seu evento será um sucesso.

Cheers!!!

Maria Uzêda