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Quatorze bares de São Paulo criam drinques inéditos com cachaça

Em 2011, a Indústria de Bebidas Pirassununga (Ibpira), que produz a cachaça Cambraia, criou o Conexão Cambraia, evento que desafia bartenders da cidade de São Paulo na criação de drinques com a cachaça. Ao mesmo tempo, desafia também o consumidor, convidando-o a experimentar drinques e coquetéis que usam a cachaça brasileira.

Neste ano, o Conexão Cambraia chega à sua terceira edição e reúne 14 bares de diferentes pontos da cidade. De 13 de Setembro a 11 de Outubro cada um dos bares participantes terá drinques especialmente criados para o evento com a cachaça Cambraia. A cachaça usada é envelhecida durante 12 meses em barris de carvalho francês, o que a torna perfeita para a criação de drinques. O evento sugere ao paulistano um criativo e tentador “tour etílico” pelos bares participantes. Como resistir?

De acordo com Carolina Tommaso, responsável pelo marketing da Cachaça Cambraia, a proposta do evento é justamente fazer com que a cachaça chegue mais perto do consumidor, mostrando o quão versátil ela pode ser.

Confira a seguir os bares participantes e suas propostas de drinks com cachaça:

 Cajurica-Bar-Numero-Cambraia BAR NÚMERO
Rua da Consolação 3585, Jardins, 3061-3995 barnumero.com.br

por DANTLEY Monteiro

Cajurica (Cachaça, caju, tangerina, suco de limão-cravo) R$ 38,00
Moscow Pira (Cachaça, suco de limão, mistura de cerveja com gengibre, espuma de gengibre, hortelã) R$ 38,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_DESEMBARGADOR_365  DESEMBARGADOR

Rua Desembargador do Vale 253, Pompeia, 3672-3676, bardesembargador.com.br

por CLAYTON Azevedo

Cambraia 365 (Cachaça, xarope de romã, suco de limão) R$ 18,50
Pink Perua (Cachaça, licor Cointreau, xarope de romã, leite condensado) R$ 18,50

 Conexo_Cambraia_2014_VERSSIMO  VERÍSSIMO

Rua André Ampére 215, Brooklin, 5506-6748, verissimobar.com.br

por LARISSE Fonseca

Ed Mort (Cachaça, bergamota, suco de limão siciliano, chá de frutas cítricas) R$ 20,00
O Analista de Bagé (Cachaça, abacaxi, manjerona, xarope de açúcar, suco de limão galego, água de coco)R$ 20,00

 Conexo_Cambraia_2014_TABACARIA-RANIERI  TABACARIA RANIERI

Alameda Lorena 1221, Jardins, 3062-5504 e 3083-0843, ranieritabacaria.com.br

por MARTINHO Piauí

Cambraia Orange (Cachaça, mandarineto, suco de laranja) R$ 25,00
Honey Coffee (Cachaça, amareto, café, mel) R$ 25,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_PLATZ  PLATZ

Rua Cristóvão Pereira 1252, Campo Belo, 5531-4036, platzbar.com.br

por JÚLIO CÉSAR dos Santos e José Lindolfo NETO

Cambraia Cobre (Cachaça, vermute tinto, licor Cointreau ou Grand Marnier) R$ 28,00
Cambraia Rose (Cachaça, licor de rosa, licor de lichia, lichia) R$ 26,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_NA_MATA-CAFÉ  NA MATA CAFÉ

Rua da Mata 70, Itaim Bibi, 3079-0300, namata.com.br

por MÁRCIO de Souza

Cambraia Peach (Cachaça, licor triple sec, suco de limão, chá de pêssego) R$ 19,90
Cranlec (Cachaça, licor triple sec, suco de limão) R$ 17,90

 Conexo_Cambraia_2014_-_PARIBAR  PARIBAR

Praça Dom José Gaspar 42, Centro, 3237-0771, paribar.com.br

Bartender RICARDO Dias

Pari Red (Cachaça, frutas vermelhas, suco de caju) R$ 19,50
Ginger Braia (Cachaça, xarope de gengibre, suco de limão-cravo, cointreau, curaçau blue) R$ 19,50

 onexo_Cambraia_2014_-_BARNALDO-Lucrécia  BARNALDO LUCRÉCIA

Rua Abílio Soares 207, Vila Mariana, 3885-3425, barnaldolucrecia.com.br

por VLADIMIR Stein

Barnaldo (Cachaça, curaçau blue, limão siciliano, soda limonada) R$ 21,90
Lucrécia (Cachaça, framboesas, suco de cranberry) R$ 21,90

 Conexo_Cambraia_2014_-_DOIS_IRMÃOS  DOIS IRMÃOS

Rua Demóstenes 55, Campo Belo, 5093-1927, bardoisirmaos.com.br

por FLÁVIO Fernandes da Silva

Maria Cambraia (Cachaça, suco de tomate, pimentas malagueta e de- cheiro, sal e, à parte, suco de limão) R$ 16,00
Sangria Cambraia (Cachaça, água de coco, kiwi, abacaxi) R$ 18,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_OLLD_BAR  OLLD BAR

Praça Vilaboim 49, Higienópolis, 2387-8982

por PAULO Sérgio dos Santos

Pimenta Latina (Cachaça,  suco de limão rosa, suco de manga, pimenta dedo-de-moça) R$ 19,00
Rabo de Galo Italiano (Cachaça, prosecco, vermute tinto, angustura, laranja, limão) R$ 19,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_BOTECO_Mandinga  BOTECO MANDINGA

Rua  Carlos Weber 64, Vila Leopoldina, 2925-8666, botecomandinga.com.br

por DANIEL Feijó

Brasileirinho (Cachaça, suco de laranja, maracujá, licor de menta, hortelã) R$ 16,00
Mandinga (Cachaça, maracujá, limão siciliano, manjericão, pimenta rosa) R$ 16,00

 Cambraia-Violet-A-Mineira  BAR DO A MINEIRA

Alameda Joaquim Eugênio Lima 697, Jardim Paulista, 3283-2349, 5507-4125, grupoamineira.com.br

por CLÉBIO Mendes
Cambraia Violet (Cachaça, xarope de violeta, suco de abacaxi) R$ 21,00
Sicília Tropical (Cachaça, xarope de limão siciliano, xarope de melancia, água tônica) R$ 22,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_FRANGó  FRANGÓ

Largo da Matriz 168, Freguesia do Ó, 3931-4281, frangobar.com.br

por FABIANO Bellucci

Da Matriz (Cachaça, limão, hortelã) R$ 18,00
Limão Brasil (Cachaça, limão, hortelã) R$ 18,00

 Conexo_Cambraia_2014_-_DIM_BUTECO  DIM BUTECO

Rua Dr. Amâncio de Carvalho 259, Vila Mariana, 5081-2859

por SILVANA Santos

Dim Cambraia (Cachaça, licor Cointreau, açúcar mascavo, cramberry) R$ 13,00
Frozen Caribe (Cachaça, suco de limão, açúcar mascavo, hortelã) R$ 13,00

Vai dizer que você, que gosta de vinho, não aprecia um bom drink com cachaça?

Fica a dica!

Cristina Almeida Prado.

O mundo dos vinhos conta histórias fascinantes de personagens que realizaram grandes feitos, deixaram suas marcas e que até hoje são lembrados e celebrados. Na semana passada, nós do blog Sommelière, tivemos a oportunidade de nos encontrar com Sebastien Nore (Diretor de Vendas Global) e Thibaut de Braquilanges (Gerente de Exportações), da Baron Philippe de Rothschild. Este feliz encontro nos permitiu conhecer mais sobre a trajetória desta gigante companhia, seus personagens heróicos e suas conquistas.

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Símbolo da família Rothschild: cada seta representa um dos filhos de Mayer Rothschild.

A história da família Rothschild tem início no século XVIII numa Alemanha ainda não unificada, com Mayer Amschel Rothschild, homem de negócios bem sucedido especializado em troca de moedas. Mayer teve 5 filhos, preparou-os com seus conhecimentos e os enviou cada um para um centro comercial europeu: Londres, Paris, Nápoles e Viena, e o quinto filho permaneceu na Alemanha. Rothschild, que significa escudo vermelho, viria a se tornar um reconhecido nome de família, ligado a banqueiros e homens de negócios, com forte influência nas cortes e governos por toda a Europa.

Um dos filhos de Mayer, Nathan, que vivia em Londres, mudou-se para Paris e em 1853 decidiu comprar uma vinícola para poder servir seu próprio vinho a seus ilustres convidados. Foi então que comprou um Château em Bordeaux, o qual chamou de Château Mouton Rothschild. Nathan, no entanto, nunca se envolveu na produção vinícola ou mesmo teve interesse em tornar seus vinhos comerciais. Foi somente com seu bisneto, Philippe Rothschild, já no século XX, que a história do Château viria a mudar de curso.

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Château Mouton Rothschild

Philippe Rothschild adquiriu o Château e criou sua própria empresa em 1933, a Baron Philippe de Rothschild. Sua busca contínua por qualidade e sua habilidade com negócios permitiram o sucesso de sua empresa. Philippe teve um papel muito importante no mundo dos vinhos e um de seus feitos históricos foi a iniciativa de engarrafar seus vinhos no próprio Château, coisa que na época era feita pelos négociants. Logo, inúmeros Châteaux seguiriam sua ideia.

Philippe foi responsável por garantir os mais altos padrões de produção para o Château Mouton Rothschild, o que lhe permitiu em 1973 alcançar o título de Premier Cru Classé. Foi também o idealizador dos criativos rótulos personalizados com obras de artistas contemporâneos para o Château Mouton Rothschild, cujas artes originais podem ser encontradas no Museu de Arte do Vinho no Château. Além disso, foi o criador do Mouton Cadet, o primeiro vinho regional de Bordeaux, que associado ao prestígio do Château, se tornou mundialmente conhecido.

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Primeiro rótulo a levar o título de Premier Cru Classé

Com o falecimento de Philippe em 1988, sua filha, a Baronesa Philippine, assumiu a companhia, dando continuidade ao legado de seu pai. Philippine permitiu a expansão do portifólio da companhia, que passou a trabalhar uma gama de vinhos para uma diversidade de públicos. A companhia firmou, inclusive, uma parceria com a Mondavi Wines e com a Concha y Toro, passando a produzir vinhos também na Califórnia (o renomado Opus One) e no Chile (o premiado Almaviva e o Escudo Rojo). Em 2012, sua produção total atingiu 25 milhões de garrafas.

Mas nas últimas semanas, o mundo dos vinhos chorou a morte de Philippine, personagem carismática e muito estimada, que tanto contribuiu para tornar as mesas dos enófilos mundo a fora, mais viva. Sebastien nos afirma que, com seu falecimento, a companhia pretende dar sequência ao trabalho desenvolvido, mantendo o espírito da família, sua tradição e cultura.

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Baronesa Philippine de Rothschild

Se você pretende fazer uma visita ao Château Mouton Rothschild, a recomendação de Thibaut é procurar com antecedência uma agência local. As visitas incluem um tour guiado pelo Château, degustação de seus rótulos e visita ao Museu da Arte do Vinho. Você pode se informar diretamente no Office de Tourisme de Bordeaux.

Agradecemos a Baron Philippe de Rothschild e a Devinum por nos conceder esta entrevista exclusiva.

Um brinde a Philippine!

Cristina Almeida Prado.

WINE BAR ONLINE

Frequentar o mundo dos vinhos é uma delícia! Participamos de feiras que trazem sempre novidades, confrarias onde aprendemos e compartilhamos experiências, encontros de blogueiros, visitamos vinícolas, fazemos avaliações de vinhos e conhecemos muita gente interessante. Este é um mercado em ascensão onde há muita gente investindo e portanto, há muita gente buscando maneiras inovadoras de ganhar visibilidade e conquistar o consumidor.

Foi daí que conheci o Wine Bar, um projeto que promove degustações ao vivo pela internet. Funciona assim: os patrocinadores do evento selecionam um grupo de convidados e enviam os vinhos em seus endereços. No dia e hora marcados, os convidados se encontram virtualmente para degustar os vinhos assistindo a uma apresentação e interagindo com os demais participantes através de um chat.

Desta vez, nós do blog Sommelière tivemos o prazer de participar. O evento aconteceu dia 02 de setembro e foram apresentados três vinhos do produtor francês Les Amis, importado pela Expand. Compartilho aqui as notas de degustação:

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Espumante Les Amis Rosé Grenache (11,5%)

Provence, França

Notas de Degustação:

Coloração rosé salmão com perlage persistente. No nariz, possui aromas de morangos, brioche e frutas secas. Em boca alta acidez, boa personalidade e refrescante.

Harmonização: Combina também com a comida asiática a base de peixe, como sushi, ou mesmo, um lombo de porco assado.

Preço: R$ 64,80

Onde Comprar: Expand

Les Amis Pinot Noir 2011 (12,5%)

Borgonha, França

Este vinho é feito a partir de uvas provenientes das regiões de Côte de Beaune, Côte de Nuits e Côte Chalonnaise.

Notas de Degustação:

Coloração vermelho rubi. No nariz, aromas frescos de frutas vermelhas com um toque herbáceo. Em boca, elegante, fácil de beber e muito frutado.

Harmonização: Combina muito bem com carnes mais leves grelhadas e assadas, como um frango ou um porco.

Preço: R$ 125,00

Onde Comprar: Expand

Les Amis Bordeaux 2010 (13,5%)

Bordeaux, França

60% Merlot e 40% Cabernet Sauvignon

Notas de Degustação:

De coloração vermelho rubi com reflexos violáceos. Apresenta aromas de frutas negras, como ameixas e amoras, com final herbáceo. Em boca, apresenta taninos aveludados, corpo médio e bom equilíbrio.

Harmonização: Carnes vermelhas, aves e queijos.

Preço: R$78,00

Onde comprar: Expand

Deixo meus parabéns aos amigos Alexandre Frias e Daniel Perches, idealizadores do Wine Bar, projeto inovador e oportunidade deliciosa para os amantes do vinho.

Um brinde!

Cristina Almeida Prado.

 

 

A história dos vinhos da Borgonha remonta a 2.000 anos, com registro de relatos sobre produção de vinhos que datam de 312 D.C. A presença dos monges constatada a partir de 500 D.C. é associada ao cuidado com a terra, à seleção das melhores parcelas e à escolha de castas apropriadas à região. Nos séculos XIV e XV, os Duques de Borgonha têm enorme influência no incentivo ao aperfeiçoamento do vinho, na sua comercialização e divulgação por toda Europa.

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Mais tarde, com a Revolução Francesa, não só a nobreza como também a burguesia tornam-se proprietárias de terras. Na época, o código napoleônico, com suas leis de sucessão, determinava que as terras fossem divididas igualmente entre os herdeiros. Assim, as propriedades foram se dividindo cada vez mais e os vinhedos ficaram bem reduzidos, formando um verdadeiro mosaico de inúmeras pequenas parcelas de terras. Por isso, o conceito de propriedade na Borgonha é diferente do resto do mundo.

Com vinhedos tão fragmentados, os produtores e os négociants (comerciantes) são obrigados a comprar vinhos de propriedades vizinhas e a vinificar e comercializar vinhos de variadas origens. Se você pensa em comprar um Borgonha, é essencial conhecer os bons négociants da região, assim como os produtores de renome. Ou seja,na Borgonha, vale muito mais o nome do produtor ou do négociant que aparece no rótulo, do que a indicação da origem.

Localizada no Sul de Champagne e a Sudeste de Paris, a região da Borgonha é constituída de sub-regiões que compõem as seis AOC, que são: Chablis, ao Norte, Côte de Nuits e Côte de Beaune que formam a famosa Côte D’Or (Colina Dourada), Côte Chalonnaise e Mâconnais e, na extremidade Sul, Beaujolais.

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As principais uvas vinificadas na Borgonha são a Pinot Noir, utilizada na maioria dos vinhos tintos da região, a Gamay, cultivada em Beaujolais e a branca Chardonnay, empregada na elaboração de praticamente todos os vinhos brancos. Vale aqui citar o cultivo da uva Aligoté na comuna de Bouzeron, em Côte Chalonnaise, que produz um vinho branco ácido famoso, pouco aromático, refrescante e de corpo leve que harmoniza muito bem com peixe.

Solos calcários são excelentes para o cultivo da Chardonnay, enquanto nos solos que misturam argila e calcário a Pinot Noir se dá muito bem. O solo granítico favorece o plantio da uva Gamay. Dessa forma, os vinhedos da Borgonha estão distribuídos de forma adequada ao tipo de solo.

Os vinhos da Borgonha são, hierarquicamente, classificados em Regional (Vin de Bourgogne), Village (levam o nome da comuna), Premier Cru (levam o nome da parcela) e Grand Cru, os quais respondem respectivamente por 53%, 30%, 15% e 2% de toda a produção vinícola da Borgonha.

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Vinhedos Nuits-St-Georges, Borgonha

Chablis é a sub-região dos famosos vinhos brancos feitos exclusivamente com a uva Chardonnay. Os Chablis são vinhos sublimes: secos, metálicos, ricos, de ótima acidez, mistura de fruta madura com toque mineral. Alguns produtores de destaque são: Bernard Billaud, Jean-Paul e Benoït Droin, Michel Laroche, Vincent Dauvissat, William Fèvre e Jean-Marc Brocard. A cooperativa La Chablisienne é uma boa dica para quem procura por um Chablis de qualidade a preço acessível.

A Côte de Nuit, conhecida como o ponto nobre da Borgonha, concentra o maior número de vinhedos Grand Cru, produzindo assim os melhores tintos da região. Os amantes dos Borgonhas afirmam que em nenhum outro lugar do mundo a Pinot Noir se mostra tão rica, elegante e sedutora. Suas AOCs mais conhecidas são: Gevrey-Chambertin, Vosne-Romanée, Vougeot, Chambole-Musigny, Marsannay, Morey-St-Denis e Nuits-St-Georges. São produtores confiáveis dessa região: Charles Rousseau, Bruno Clair, Jean-Claud Boisset, Denis Mortet, Louis Jadot, Méo-Camuzet, entre outros.

Côte de Beaune produz vinhos tintos de variados estilos e excelentes brancos. Fora de Chablis, é o único lugar da Borgonha que produz brancos Grand Cru. O único Grand Cru tinto é o magnífico “Corton” cujo produtor é responsável também pelo magistral Grand Cru branco “Corton-Charlemagne”. De Pommard originam-se os tintos mais rústicos da região. Mersault, uma grande vila conhecida pelos brancos excepcionais, possui vários Premiers Crus e inúmeros brancos de características únicas. De Puligny-Montrachet e Chassagne-Montrachet saem os vinhos brancos mais famosos do mundo. Alguns produtores da região, estão entre os melhores da Borgonha e são bem conhecidos pela alta qualidade constante de seus vinhos: Domaine Drouhin, Domaine de Comtes Lafon, Domaine de la Romanée-Conti, Domaine Jaques Prieur e Laflaive.

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Prensa e tanques de fermentação Domaine Camus – Gevrey Chambertin

A Côte Chalonnaise possui cinco principais “appellations”: Bouzeron que produz vinho branco com a uva Aligoté; Rully que produz o espumante “Crèmant de Bourgogne” e onde a maior parte dos vinhos é produzida por négociants como Olivier Laflaive, Antonin Rodet e Domaine Druhin; Mercurey que oferece muitos tintos robustos e frutados de qualidade; Givry produz elegantes tintos de Pinots e aromáticos Chardonnays; e Montagny que dedica-se aos brancos de Chardonnay.

Mâconnais é uma região conhecida pela grande produção de vinhos brancos de uva Chardonnay. Sua principal “appellation” é Puily-Fuissé cujos vinhos são sempre brancos fabulosos e possuem preços geralmente inflacionados.

Por último, temos a região de Beaujolais com características e estilo de vinho bem distinto das outras. Nos solos graníticos, são plantados vinhedos de uva Gamay com as quais são elaborados todos os vinhos Beaujolais. São classificados em Beaujolais Nouveau, Beaujolais Village e Beaujolais Cru com dez AOCs (St.-Amour, Juliénas, Chénas, Moulin-à-Vent, Fleurie, Chiroubles, Morgon, Régnié, Brouilly e Côte de Brouily). O maior négociant de Beaujolais é Georges Duboeuf, além de outros como Jean Calot, Louis Jadot, Jean-Paul Brun e Jean-Marc Burgaud.

O fenômeno do Beaujolais Nouveau surgiu por volta dos anos 60, quando os produtores disputavam para ver quem conseguia fazer chegar primeiro, aos bistrôs e distribuidores, seus vinhos recém lançados. Assim é a “corrida anual do Beaujolais” em que ele é vinificado e engarrafado o mais rápido possível, e comercializado logo na terceira semana de Novembro, antes de primeiro de janeiro. Por isso carrega a reputação de vinho popular, agradável, sem grandes pretensões, puro frescor e fruta vívida.

Beaune-Borgonha-vinhos-franceses-cristina-almeida-prado

A charmosa cidade de Beaune, capital do vinho na Borgonha

Esperamos que esse ligeiro relato o ajude a entender um pouco mais sobre a Borgonha, considerada uma das regiões vinícolas mais confusas do mundo.

Se você planeja ir à França e não terá tempo de visitar a região da Borgonha, saiba que em Paris, na Place des Vosges, o Bistrô “Ma Bourgogne” oferece uma ampla variedade de vinhos da Borgonha, um verdadeiro templo para os admiradores de Bacco.

Bonne chance!

Maria Uzêda.

O Ceviche ou Cebiche é um prato de origem peruana que tem como base peixe branco cru de carne firme, marinado em suco de limão, cebola e pimenta. Outros ingredientes, como abacate, batata doce, milho ou temperos como salsa e coentro também podem ser usados.

Dizem historiadores que o ceviche nasceu nos tempos da colonização espanhola, quando as mulheres mouras trazidas por Francisco Pizarro marinavam o peixe cru dos Incas em suco de laranja e adicionavam a cebola para quebrar a acidez.

Embora tenha se tornado prato típico em outros países da América Latina, somente os peruanos o transformaram em orgulho nacional, sendo parte do Patrimônio Cultural do país.

Confira uma versão deliciosa de ceviche harmonizada com um belo vinho.

Bom apetite!

CEVICHE

ceviche-harmonização-william-cole-sauvignon-blanc

Ingredientes:

1kg de peixe (Meca ou Robalo)

1 limão siciliano

1 limão tahiti

1 cebola roxa

Pimenta rosa

Azeite

Sal

Modo de Preparo:

Corte o peixe em cubos e tempere com sal. Corte a cebola roxa em rodelas bem finas e acrescente ao peixe. Tempere com o suco dos limões, azeite e a pimenta rosa. Deixe marinando na geladeira por 30 minutos. Sirva frio.

Rendimento: 4 porções.

Harmonização:

William Cole Mirador Selection Sauvignon Blanc 2013

Casablanca Valley, Chile

Notas: Cor amarelo palha com tons esverdeados. No nariz destacam-se aromas cítricos, com toques herbáceos. Em boca, exibe refrescante acidez, corpo leve, álcool equilibrado, sabor marcante e delicioso retro-gosto. Com o ceviche, o vinho se transformou, mas continuou delicioso. Vale experimentar!

Onde Comprar: Rei dos Whiskys ou VinoMundi

Preço: R$51,90

 

mapa-regiões-vinícolas-chileO Chile, país de geografia curiosa, com 4.300km de extensão e 175km de largura, é um destino muito procurado por visitantes de toda parte por suas riquezas naturais. Quem nunca sonhou em conhecer o deserto do Atacama, as geleiras da Patagônia, as montanhas Andinas ou a Ilha de Páscoa? Mas suas riquezas naturais vão muito além, e atravessam continentes para chegar às mesas de enófilos do mundo inteiro.

O Chile é hoje o oitavo maior produtor de vinhos do mundo, exportando para mais de 150 países e chegando a mais de 1,5 bilhão de consumidores por ano. Sua diversidade geográfica, clima privilegiado e solos muito propícios para o cultivo da uva, permitem originar vinhos dos mais leves e frutados aos mais complexos e estruturados, agradando a uma infinidade de paladares. No Brasil, os vinhos Chilenos ocupam a primeira posição em volume de importação e certamente preenchem um lugarzinho especial nas adegas de muitos apaixonados por vinhos.

No último dia 06 a Wines of Chile organizou em São Paulo um evento para imprensa e profissionais do vinho para promover uma diversidade de vinhos de 31 produtores das 14 regiões vitivinícolas chilenas. Registro aqui alguns destaques do evento e deixo minhas impressões:

VIÑA CONO SUR

Reserva Especial Sauvignon Blanc 2013

Vale de Casablanca

Notas: De coloração amarelo palha, apresenta aromas cítricos de maracujá e notas de maçã verde. Em boca, apresenta mineralidade, boa acidez e equilíbrio. Excelente custo benefício. Recomendo!

Preço: R$54,00

cono-sur-single-vineyard-pinot-noirSingle Vineyard Pinot Noir 2012

Vale de San Antonio

Notas: De coloração vermelho rubi, apresenta aromas ricos de frutas vermelhas maduras. Em boca, boa acidez, equilíbrio e elegância. Delícioso!

Preço: R$78,00

Barrels Limited Edition Pinot Noir 2011

Vale de Casablanca

Notas: De coloração vermelho rubi, apresenta aromas de frutas vermelhas como cereja, morango e framboesa e notas tostadas. Em boca, elegância e ótima personalidade. Excelente!

Preço: R$125,00

www.lapastina.com

DE MARTINO

de-martino-alto-los-toros-wines-of-chileSingle Vineyards Alto Los Toros Syrah 2011

Vale de Elqui

Notas: Apresenta aromas de frutas negras, como amora e mirtilo. Em boca, bom corpo e equilíbrio. Excelente!

Preço: R$131,00

Single Vineyard Quebrada Seca Chardonnay 2012

Vale de Limarí

Notas: Aromas cítricos de maracujá com notas herbáceas de capim. Em boca, muito frescor, bom corpo, acidez equilibrada e boa intensidade. Está delicioso.

Preço: R$131,00

Single Vineyard Alto de Piedras Carmenère 2011

Vale de Maipo

Notas: Aromas de cereja e amora com notas de mate e tabaco. Em boca, bom corpo, taninos redondos e bem equilibrados. Muito bom.

Preço: R$131,00

www.decanter.com.br

VIÑA MIGUEL TORRES

manso-de-velasco-devinumCordillera Carignan 2008

Vale de Maule

Notas: De coloração vermelho rubi, apresenta aromas de frutas vermelhas maduras, lembrando framboesas com notas tostadas. Em boca, toques de especiarias, bom corpo, equilíbrio e taninos sensuais. Muito bom.

Preço: R$84,00

Manso de Velasco Cabernet Sauvignon 2009

Vale de Maule

Notas: Aromas intensos de frutas maduras, compotas com notas tostadas. Em boca, boa estrutura e complexidade e ótima personalidade. Belo vinho!

Preço: R$198,00

www.devinum.com.br

MONTES

montes-alpha-m-mistral-wines-of-chileMontes Twins Cabernet Sauvignon e Malbec 2012

Vale de Colchagua

Notas: De coloração vermelho rubi, apresenta aromas de frutas maduras, como ameixas e cerejas. É um vinho fácil, frutado e muito bem equilibrado. Ótimo custo benefício.

R$61,00

Montes Classic Outer Limits Sauvignon Blanc 2011

Vale de Casablanca

Notas: Um vinho cheio de frescor e vivacidade que apresenta aromas de maracujá com notas de capim cidreira e toques minerais. Possui excelente acidez, equilíbrio e persistência. Dos brancos, foi o meu eleito do evento. Achei incrível!

Preço: R$110,78

Montes Alpha M Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot 2011

Vale de Colchagua

Notas: De coloração intensa, apresenta aromas de frutas vermelhas maduras, cassis e groselha com notas de baunilha. Em boca, apresenta estrutura, complexidade e ótima personalidade. Muito bom!

Preço: R$420,00

www.mistral.com.br

CASAS DEL TOQUI

casas-del-toqui-pinot-noir-bodegas-wines-of-chileCasas Del Toqui Reserva Pinot Noir 2013

Vale do Cachapoal

Notas: Aromas de frutas vermelhas maduras. É um vinho muito elegante, fácil e correto. Ótimo custo benefício.

Preço: R$51,00

 

Casas Del Toqui Terroir Selection Gran Reserva Syrah 2010

Vale do Cachapoal

Notas: De coloração intensa, apresenta aromas de amoras com notas herbáceas e toques florais. Em boca, bom corpo e equilíbrio. Muito bom.

Preço: R$75,00

www.bodegas.com.br

ODFJELL

Wine Maker’s Travesy by Odfjell Malbec, Carignan, Syrah 2009

Vales de Lontué, Cauquenes e Maipo

Notas: De coloração vermelho violáceo, apresenta aromas de frutas vermelhas com notas florais e um leve toque de verniz. Em boca, boa intensidade e complexidade, frutas suculentas com toques de chocolate. Muito bom.

Preço: R$97,50

www.worldwine.com.br

VIÑA REQUINGUA

Potro de Piedra Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc 2010

Vale de Curicó

Notas: De coloração vermelho rubi, apresenta aromas intensos de frutas negras e compotas com notas de chocolate e tabaco. Em boca, boa estrutura equilíbrio. Muito bom.

Preço: R$107,25

www.norimport.com.br

VIÑA SAN PEDRO

Cabo de Hornos 2010

Notas: De coloração vermelho rubi, apresenta aromas de cassis, cerejas com notas de tabaco e café. Em boca, bom corpo, equilíbrio e taninos marcantes. Muito bom.

Preço: R$273,00

www.interfood.com.br

CHATEAU LOS BOLDOS

chateau-los-boldos-viellies-vignes-cabernet-sauvignonChateau Los Boldos Vieilles Vignes Cabernet Sauvignon 2013

Vale do Cachapoal

Notas: Aromas de compota de frutas negras com notas de chocolate. Em boca, bom corpo e estrutura. Ótima complexidade.

Preço: R$125,00

www.zahil.com.br

VIÑA VENTISQUERO

Ventisquero Grey Pinot Noir 2012

Vale de Leyda

Notas: Aromas de cerejas e morangos maduros. Em boca, frutado e elegante com notas picantes. Muito bom.

Preço: R$97,99

Ventisquero Vertice Carmenère, Syrah 2009

Vale de Colchagua

Notas: Apresenta aromas de frutas vermelhas maduras com notas de especiarias e toque herbáceo. Em boca, bom corpo e taninos macios.

Preço: R$149,99

www.cantu.com.br

Compartilhe você também suas impressões sobre seus vinhos chilenos favoritos.

Um brinde!

Cristina Almeida Prado.

Quanto mais tempo se vive em SP, mais nos encantam suas incríveis opções enogastronômicas. A imaginação e a criatividade dos donos de restaurantes e seus chefs são como o céu: não têm limites.

Rodolfo-Spielmann-Maria-Uzeda-Cristina-Almeida-PradoUma novidade na cidade vai surpreender os amantes da boa mesa. A recente parceria entre a proprietária do Restaurante CHEF ROUGE, Vanessa Fiúza, e o produtor de vinhos Rodolfo Spielmann, inspirou a criação de um evento enogastronômico intitulado “Autour du Vin”. Para isso, o chef Wagner Resende elaborou um menu especial para harmonizar com os vinhos da SPIELMANN ESTATES.

Essa vinícola boutique de Mendoza participou da última edição da Decanter World Wine Awards e conquistou uma medalha de prata com seu vinho “Vinhedo 1910”, safra 2012, e uma medalha de bronze com seu vinho “Canal Flores”, safra 2011, além de distinções para as safras 2010 e 2012. Essas são, então, as estrelas que chegaram ao Restaurante CHEF ROUGE para harmonizar com o saboroso menu feito especialmente para o evento “em torno do vinho” que acontece até o dia 7 de setembro de 2014.

Num encontro especial que reuniu inúmeros representantes da imprensa, o menu “Autour du Vin” e os vinhos da Spielmann States foram apresentados por Vanessa Fiúza e Rodolfo Spielmann. Abrindo o encontro, Vanessa discursou sobre a oportuna parceria e Rodolfo contou-nos a história de sua vinícola e falou sobre os processos de vinificação de seus vinhos. Foi,então, dado início ao almoço que teve a seguinte sequência:

Entrada: Rosbife com ovas de salmão – harmonização com Canal Flores Malbec Reserva 2011

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Primeiro prato: Codorna Recheada de Trompettes e Purê de Batatas – harmonização com Canal Flores Malbec Reserva 2011

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Segundo prato: Javali com Tutano e Favas Verdes – harmonização com Vinhedo 1910 Malbec 2012

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O “Canal Flores” é um vinho tinto frutado, com aromas frescos de amoras e ameixas pretas, e toques de café e tabaco. Em boca apresenta-se equilibrado, aveludado e com boa persistência ao final. Harmonizou muito bem, tanto com o rosbife da entrada quanto com a suculência da codorna.
O “Vinhedo 1910” é um vinho tinto de maior estrutura, com aromas de frutas negras e sutil baunilha. Em boca mostra-se elegante e equilibrado, com taninos maduros e notas expressivas de chocolate e a baunilha decorrentes do longo estágio em carvalho. Ótima persistência ao final. Harmonizou perfeitamente com o peso e a untuosidade da carne de caça com o tutano.

O restaurante CHEF ROUGE fica na rua Bela Cintra, 2238, Jardins. Telefone:3081-7539. Site: www.chefrouge.com.br

Contatos com a SPIELMANN ESTATES: www.spielmannestates.com ou pelo email rodolfo@spielmannestates.com e telefone (11)99453-5983.

Maria Uzêda

confraria-vinhos-húngaros-degustaçãoApreciar bons vinhos no Brasil ainda é um hábito caro, se compararmos à acessibilidade de outros países. Por outro lado, a variedade de rótulos que encontramos por aqui, de todas as partes do mundo, não encontramos igual em outros países. Isso nos permite explorar o mundo inteiro na deliciosa tarefa de apreciar vinhos.

Assim, reunimos nosso grupo de confraria, desta vez, para degustar vinhos da Hungria. Conforme contamos no post Hungria em Destaque, a Hungria teve a sua história marcada por inúmeros conflitos e guerras ao longo de séculos. Mas a produção de vinho sempre se fez presente: nos momentos de glória, enriquecendo a mesa de reis e nobres, e nos momentos de guerra, acalentando a alma de soldados e de uma população esperançosa por dias melhores.

Com essa diversidade de fatos marcantes, hoje é possível encontrar produtores de vinhos da mais alta qualidade como também produtores que trabalham vinhos simples, com bom custo-benefício. E foi buscando esse custo-benefício que selecionamos os vinhos de nossa confraria:

1) Hungaria Grande Cuvée Brut

Notas: De coloração amarelo palha e perlage persistente. Aromas cítricos e notas minerais. Em boca, corpo leve, média acidez e muito frescor.

Preço: R$50

2) Bárdos Irsai Olivér 2013

Uva: Irsai Olivér

Notas: De coloração amarelo palha, apresenta aromas de lichia e notas florais. Em boca, corpo e acidez médios.

Preço: R$48,00

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3) Royal Tokaji Furmint 2011

Uva: Furmint (6 meses de barrica)

Notas: Um vinho simples e fácil de beber, com aromas de frutas brancas maduras e notas de mel. Em boca, possui corpo leve, média acidez e persistência.

Preço: R$75,00

4) Vesztergombi Bikavér 2009

Uva: Kékfrankos, Cabernet Sauvignon, Merlot e Kadarka (12 meses de barrica)

Notas: De coloração rubi, apresenta aromas químicos com notas de frutas negras. Em boa apresenta acidez equilibrada, bom corpo e expressão. Muito interessante!

Preço: R$65

5) Stephan’s Crown Tokaji Aszú 3 Puttonyos 2005

Uva: Furmint e Harslevelu

Notas: Aromas de frutas secas, com notas de caramelo e mel. Em boca, ótima acidez, untuosidade e personalidade. Delicioso!

Preço: R$110,00

Onde comprar: Empório Húngaro

Se você tiver a oportunidade de visitar a Hungria e conhecer Budapeste, uma visita ao DiVino Wine Bar lhe permitirá conhecer vinhos maravilhosos “by the glass” de mais de 20 produtores. Fica a dica!

Cristina Almeida Prado.

 

Localizada na Europa Central, na planície da Panônia, sem saída para o mar, a Hungria possui uma história repleta de sucessivos períodos de ocupação, diversos regimes de governo e algumas revoluções, que afetaram diretamente a história da atividade vitivinícola do país. Alternando entre auge e queda através dos tempos, hoje os viticultores da Hungria vêm recuperando aos poucos a glória antiga, quando seus vinhos abasteciam todo o Império Austro-Húngaro.

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A Hungria possui sete principais regiões vinícolas e conta com inúmeras cepas com nomes bem complicados como as tintas Kékfrancos (Blaufränkisch) e Kadarka (autóctones), Kékoportó (Blauer Portugieser) e as brancas Furmint, Olasz Rizling (Riesling Itálico usada na maioria dos espumantes brasileiros), Hárslevelú, Zénite, Szürkebarát (Pinot Gris), Ezerjó, além das conhecidas Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

tokaji-aszu-vinho-dos-reis-hungriaSeu melhor e mais famoso vinho é o Tokaji Aszú. Proveniente da região de Tokaj Hegyalja, a nordeste do país, o Tokaji Aszú é um vinho branco deliciosamente doce e sensual, produzido com uvas afetadas por botrítis (botrytis cinerea), uma espécie de fungo que consome e reduz a água contida nas uvas, desidratando-as e concentrando assim os níveis de açúcar, acidez, viscosidade e sabor. Entra na sua elaboração a uva Furmint em maior proporção, que confere ao vinho estrutura e acidez, com pequenas partes de Hárslevelú e Muscat Blanc à Petits Grains (Muscotály).

Específicas condições climáticas são essenciais para que a botrítis, também chamada de “podridão nobre”, ocorra. Nos morros vulcânicos que circundam a cidade de Tokaj, onde os rios Bodrog e Tisza se unem, a precisa combinação das enevoadas manhãs frias e úmidas de outono com as tardes quentes e ensolaradas favorece a formação dos fungos que perfuram a pele da fruta, mas deixam a polpa intacta. Essa é a magia desse vinho declarado “vinho dos reis e rei dos vinhos” por Luis XIV, em meados do século XVII.

De acordo com o grau de doçura, os vinhos Tokaji Aszú recebem uma classificação que vai de 3 a 6 Puttonyos. O nome “puttony” refere-se às tinas portáteis usadas para carregar as uvas botritizadas. Vinte litros de pasta de uvas botritizadas equivalem a um Puttonyo. Quanto mais Puttonyos adicionados ao vinho base, mais doce é o vinho resultante. Acima do Tokaji Aszú, há uma versão ainda mais doce chamado Aszú Eszencia que é muito raro e muito caro.

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A Hungria também produz vinhos brancos secos, principalmente com a uva Furmint. Esses vinhos, em geral, apresentam caráter intenso, com sabor de maçã verde (nozes e mel quando envelhecidos).

Outra região importante denominada Eger produz o Bikavér (conhecido como sangue de boi), vinho tinto muito consumido no país e que atende bem ao paladar húngaro. Atualmente, novas regras estabelecem para esse vinho origem, safra e tempo mínimo de carvalho, visando melhorar a qualidade.

Apesar dos inúmeros revezes por que passou, a Hungria vem, cada vez mais, ganhando mercado e tem oferecido boas opções de vinhos para os enófilos entusiastas, mas nada se iguala ao seu maravilhoso vinho doce, detentor de tal importância para o país que é citado no Hino Nacional. Como podem ver, amigos leitores, esse é um vinho que se deve degustar pelo menos uma vez na vida.

Maria Uzêda.

Nascida em 16 de dezembro de 1777, na cidade de Reims, Barbe-Nicole era a filha mais velha de Nicolas Ponsardin e Jeanne-Clémentine. Nicolas administrava negócios ligados à indústria têxtil fundados por seu pai. Naquela época, a principal economia da região de Champagne ainda nem era o champagne. A produção de tecidos e vestuário tornou Nicolas Ponsardin um homem rico muito influente, possuindo inclusive certa facilidade para frequentar os palácios e circular entre a nobreza da França. Sua ambição e envolvimento com a realeza o levou a gastar uma enorme quantia na construção de sua mansão, instalada no coração do importante centro comercial de Reims, em estilo extravagante, associado a Luis XVI. Rodeada por luxuoso jardim, foi aí que Barbe-Nicole passou sua infância ao lado de seus irmãos. Dessa maneira, Barbe-Nicole viveu sua juventude à sombra de seu pai, o grande empresário têxtil.

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Barbe-Nicole tinha 11 anos quando a Revolução Francesa estourou. O período que vai de 1789 a 1799 foi de intensa agitação política e social na França inteira. E foi nesse clima que Barbe-Nicole se casou em 1798, aos 20 anos de idade, com François Clicquot, herdeiro da Maison Clicquot-Muiron. Curiosamente, o casamento foi celebrado com discrição e em segredo numa adega subterrânea e, diga-se de passagem, nenhum outro local teria sido mais adequado para celebrar um casamento que mudaria a história do vinho. Até o momento de sua união com François, ela não tinha conexão pessoal alguma com o champagne do qual o nome Clicquot um dia seria sinônimo.

Os recém casados receberam de Nicolas uma grande fazenda, dois moinhos de vento e uma boa quantia em dinheiro. Philippe, o sogro, deu a eles mais capital, um bosque em Quatre-Champs e extensos campos em Tours-sur-Marne e Bisseuil, excelentes propriedades no coração do país do vinho francês. Tinham assim, recursos para sonhar, e sonharam com vinhos desde o começo.

Tal qual o sogro, François possuía grande habilidade para os negócios, além de ser profundo conhecedor do ramo dos vinhos. Barbe-Nicole costumava lhe fazer companhia em suas andanças pelos vinhedos e em suas viagens de negócios por diversas cidades européias. Em 1805, a empresa já exportava cerca de 110.000 garrafas por toda a Europa. Nesse ano, tendo contraído uma febre infecciosa, François morreu subitamente, deixando Barbe-Nicole viúva aos 27 anos de idade.

Veuve-Clicquot-champagne-bottle-sommeliereRecusando-se a fechar a empresa do marido conforme os planos de seu sogro, Philippe, Barbe-Nicole tomou a decisão de assumir os negócios de seu falecido marido, mesmo sem treinamento ou experiência anterior. De início, associou-se prudentemente a um empresário que entendesse de comercialização de vinhos. Aos poucos, ela foi familiarizando-se com as operações de compra e venda, e aprofundando seus conhecimentos a respeito de plantio de uvas e elaboração de vinhos. Dessa forma, em pouco mais de uma década, ela conseguiu transformar o pequeno negócio de vinhos de família na mais importante casa de champagne do século XIX.

O início daquele século trouxe a era napoleônica e com ela as guerras, restrições econômicas e bloqueios comerciais por terra e por mar que dificultaram demais a vida do inimigo, mas, em contra partida, atingiram diretamente os comerciantes franceses, trazendo sérias consequências ao setor dos vinhos.

Enfrentando complicados tempos políticos e incontáveis revezes financeiros, com firmeza, astúcia e perseverança, Mme. Clicquot tornou-se uma das mais ricas mulheres de seu tempo. Mas faltava-lhe ainda vencer a batalha pela qualidade.

remuage-champagne-veuve-clicquotDe sua inquieta busca por um produto melhor, nasceria o “remuage”, uma suave rotação semanal por que passam as garrafas de champagne durante a segunda fermentação. Após várias experiências, ela viu que as garrafas deveriam permanecer levemente inclinadas, permitindo assim que os resíduos se concentrassem no gargalo. Após um resfriamento controlado, esse líquido congelado do gargalo era removido, resultando numa bebida de limpidez absoluta. Essa, com certeza, foi a maior contribuição de Mme. Clicquot à história dessa incomparável bebida.

Aos 40, Mme. Clicquot já era uma das mais ricas e mais celebradas mulheres de negócio em toda a Europa. Por muitos anos, ela liderou o império comercial internacional do champagne. Ela foi, de fato, uma mulher revolucionária, pois abriu novos horizontes para as mulheres no mercado de trabalho, quebrando estereótipos e tradições sociais machistas. A ela seguiram-se a viúva Louise Pommery, Lily Bollinger e Mathilde-Émile Laurent-Perrier. Ainda hoje, a casa de Champagne Veuve Clicquot Ponsardin é tocada por uma mulher, Mme. Bennefond, desde 2001.

Quando ela faleceu aos 89 anos, era ainda mais milionária do que quando nasceu. Mas o legado que ela deixou é imensurável. Hoje quando pensamos em champagne, pensamos em Veuve Clicquot. A garrafa do rótulo laranja está presente no mundo inteiro, para nossa felicidade.

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Espero que esse breve relato sirva de subsídio a nossos estimados leitores, para ampliar seus conhecimentos ligados ao champagne, encorajando-os a se aprofundar um pouco mais, a espoucar outras garrafas e a degustar mais vezes a “bebida dos reis”. Afinal de contas, esse é um vinho convidativo e caloroso para um aperitivo entre amigos, festivo para um aniversário, uma vitória ou um réveillon, romântico para um jantar íntimo, solene para um casamento, enfim, ele simboliza alegria, festa e celebração.

Um brinde à vida!

Maria Uzêda