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DESCORCHADOS 2015

Foi lançado na semana passada o “GUIA DESCORCHADOS 2015”, o mais completo guia de vinhos da América Latina, que nesta edição adicionou novidades ao destacar as recentes mudanças na viticultura do Chile (novos estilos, novas regiões…), avaliar vinhos uruguaios e incluir conceituados espumantes brasileiros.

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O evento promovido por Patrício Tapia, autor do Guia, e pela INNER Editora, responsável pela Revista Adega, reuniu inúmeros jornalistas e profissionais ligados ao setor do vinho. No restaurante Praça São Lourenço, em São Paulo, todos puderam desfrutar da presença de mais de 55 produtores da Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, que apresentaram os rótulos melhor pontuados pelo Guia.

Foram destaques da Argentina o “Imperfecto Malbec 2012”, do enólogo Daniel Pi do grupo Trapiche, ao lado do clássico “Achával Ferrer Bela Vista 2012”, um Malbec de elegante complexidade, da região de Pedriel. O “White Stones Chardonnay 2012″, da conhecida vinícola Catena Zapata, foi eleito o melhor branco argentino.

Do Uruguai, o melhor tinto foi o emblemático ” Amat Tannat 2009″, produzido com uvas de um único vinhedo de 30 anos de idade, na região de Cerro Chapeu, pela Bodegas Carrau. Uma surpresa foi a escolha do “Arneis 2014”, da vinícola Vinhedo de los Vientos, como o melhor branco do Uruguai.

Dois Cabernet Sauvignon do Chile alcançaram 96 pontos: “Silencio 2010” da Cono Sur, e o “Casa Real 2011” da vinícola Santa Rita. Os tintos “Marques de Casa Concha Limited Edition” da gigante Concha Y Toro, juntamente com o “Specialties Tinto Malbec 2013”, da vinícola Santa Carolina, e o “Cousino Macul Lota 2009”, também se sobressaíram com excelente pontuação.

Dentre os brancos chilenos destacou-se como melhor Moscatel o “Viejas Tinajas Muscat 2013” da De Martino, ao lado dos melhores Sauvignon Blanc, o “Leyda Lot 4 2014” e o “Laberinto 2014”.

Os espumantes do Brasil tiveram especial atenção ao integrar pela primeira vez a lista de vinhos do Guia Descorchados. O destaque nacional foi o espumante “Terroir Nature 2009”, elaborado pelo enólogo Mario Geisse, da vinícola Cave Geisse. Tiveram uma boa pontuação o “Champenoise” (Chardonnay e Pinot Noir) e o “Moscatel” (método Charmat), ambos da Casa Perini, o “Casa Valduga Gran Reserva Nature”, o Adolfo Lona “Pas Dosé Nature” e o Pizzato “Vertigo Brut Nature”. Foram premiados como revelação do ano o Rosé “Espíritu Pacômico Ancestral” de Eduardo Zenker e o “Nature 2007” da vinícola Estrelas do Brasil.

Essa é apenas uma pequena mostra dos vinhos avaliados e citados na décima sétima edição deste respeitável Guia que chega ao mercado como preciosa fonte de informações, com mais de 1000 páginas e cerca de 400 vinícolas. Parabéns ao autor Patrício Tapia, aos seus colaboradores e à INNER Editora, que se empenharam na importante tarefa de por em evidência os melhores vinhos da América Latina, dar destaque a produtores menos conhecidos, e, principalmente, nortear  consumidores e profissionais na escolha segura de seus vinhos.

Maria Uzêda

Uma das melhores coisas da vida é viajar. Uma viagem não precisa de motivos, ela simplesmente é consequência de um natural impulso aventureiro que todo ser humano possui. E para os enófilos de carteirinha, é uma excelente oportunidade para desbravar o mundo do vinho, tornando o seu passeio muito mais interessante. É o que chamamos hoje em dia de “enoturismo”, um segmento da atividade turística que vem conquistando cada vez mais adeptos.

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Vinhedos do Douro, Portugal

Segundo a “Condé Nast Traveller”, uma das mais prestigiadas revistas de viagens do mundo, Portugal foi eleito em 2013 como o melhor destino do planeta para se viajar, em especial, pelas regiões do Alentejo e do Douro. Mas, é claro, outros inúmeros destinos por regiões vinícolas mundo afora oferecem maravilhosos atrativos. Aqui mesmo, no Brasil, por exemplo, há vários circuitos pelas diferentes regiões vinícolas, com roteiros especiais no tema da enofilia, quer para leigos como para especialistas.

“Rota do Sabor” e “Caminhos de Pedra” são boas opções de passeio na Serra Gaúcha. Um jantar harmonizado com vinhos locais no Hotel-restaurante Casacurta, em Garibaldi, ou ainda um piquenique no parreiral da pequena vinícola familiar Cristófoli, no distrito de Faria Lemos, próximo a Bento Gonçalves, são encantadoras alternativas para o turista apaixonado por vinho.

A vinícola Casa Valduga, no Vale dos Vinhedos, é responsável pela implantação do primeiro complexo enoturísticos do Brasil, dispondo de ampla sala de degustação, restaurantes e aconchegantes pousadas com vista para os parreirais. A famosa vinícola Miolo oferece visitas guiadas por enólogos, passando pelos vinhedos, pelas instalações de elaboração do vinho, terminando na sala de degustação. São verdadeiras aulas. E para quem não abre mão das mordomias, uma das melhores paradas é o Hotel Spa do Vinho no Vale dos Vinhedos, em frente à Miolo.

garrafas em autólise no pupitre remuage

Outra região vinícola é destaque no sul do Brasil: a Campanha Gaúcha. Apesar de menos conhecida que a Serra Gaúcha, vem chamando a atenção pelos bons vinhos ali produzidos. A vinícola Guatambu, por exemplo, que recebeu em 2014 o prêmio de melhor vinho tinto nacional na maior feira de vinhos da América Latina, a Expovinis de SP, oferece aos visitantes a “Guatambu Estância do Vinho”, um complexo enoturístico com visita guiada às suas instalações vinícolas consideradas uma das mais modernas do País, com um respeitável restaurante especializado em parrilla e cavalgadas pela propriedade. Localizada próximo à cidade de D. Pedrito (RS), no km 265 da BR 293, a vinícola Guatambu é uma atração enoturística imperdível.

Entretanto, se por acaso, você planejar uma viagem ao Nordeste, saiba de antemão que há por lá a chamada “Rota da Uva e do Vinho” que vem fortalecendo o turismo no Vale do São Francisco, com várias vinícolas situadas entre o norte da Bahia e o sertão pernambucano. Essa área vitivinícola abrange os municípios pernambucanos de Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, além de Casa Nova, cidade baiana que implantou o enoturismo na região, graças à vinícola Miolo que vem fazendo grandes investimentos nessa região.

A Miolo possui atualmente excelente infraestrutura para acolher o turista. Inaugurou um passeio pelo velho Chico a bordo do “Vapor do Vinho”. O roteiro enofluvial começa, na verdade, em terra firme, acolhendo, em Juazeiro, os viajantes que seguem num micro-ônibus até Sobradinho, onde, na represa, embarcam no vapor, passando pela eclusa para desembarcar mais adiante na vinícola Ouro Verde, sede da Miolo no NE. No trajeto, que dura cerca de duas horas e meia, com algumas paradas pitorescas, o turista pode desfrutar de uma degustação de comidas típicas e dos vinhos e espumantes “Terranova” da Miolo, animados por música ao vivo. Uma vez na vinícola, pode-se visitar as instalações e conhecer (e comprar) toda a linha de vinhos produzidos, inclusive o “Testardi Syrah” 2011, premiado na Expovinis de 2012, como o melhor tinto nacional.

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Em Lagoa Grande, a vinícola Vinibrasil oferece também uma boa programação enoturística, proporcionando ao visitante a oportunidade de conhecer todo o processo de produção de seus vinhos de latitude, como também almoçar, harmonizando a refeição com os vinhos locais, além de poder fazer um passeio pelo rio.

Essas são algumas das opções de passeios que os apreciadores de vinho podem fazer sem ter que sair do Brasil. Outras sugestões podem ser encontradas no blog “www.sommeliere.com.br” que fala tudo sobre vinhos e compartilha experiências incríveis do mundo do vinho.

“O que boa parte dos viajantes busca hoje são experiências enriquecedoras – o conhecimento que se pode trazer de uma viagem é considerado mais importante do que qualquer mercadoria” (Aguinaldo Záckia). Dessa forma,os destinos enoturísticos descortinam um mundo fascinante moldado especialmente para você que é apaixonado por essa bebida secular tão sedutora: o vinho.

Maria Uzêda de Almeida Prado Xavier

Contatos:

www.sommeliere.com.br

www.casavalduga.com.br

www.miolo.com.br

visita@guatambuvinhos.com.br

www.vinibrasil.com.br

www.degustadoresemfronteiras.com.br

Matéria publicada na edição de fevereiro da revista do Círculo Militar de São Paulo.

A autora dessa matéria é sommelière formada pela ABS (Associação Brasileira de Sommelier).

Na última semana de novembro, o Consulado Libanês em São Paulo abriu suas portas para a realização de uma exposição de vinhos libaneses, com o apoio da União Vinícola do Líbano (UVL), o patrocínio do LIBANK e a assessoria de Cristina Neves Comunicação.

Estiveram presentes no evento muitos convidados membros da comunidade libanesa no Brasil, profissionais do ramo do vinho e inúmeros representantes da imprensa que tiveram a grata oportunidade de degustar e conhecer dez importantes produtores de vinhos do Líbano.

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O Líbano é um país com uma história de viticultura de mais de seis milênios que o torna um dos mais antigos países a produzir vinho. No entanto, muitas guerras e inúmeras complicações sociopolíticas prejudicaram o pleno desenvolvimento da produção vinícola ao longo dos séculos. Somente nas últimas décadas, tendo superado recentemente uma guerra civil de 15 anos, a viticultura libanesa vem renascendo e se projetando no palco mundial. A crescente reputação dos vinhos libaneses, tanto em seu próprio país quanto nos mais exigentes mercados mundiais como França, Inglaterra e EUA, comprova o seu notório progresso.

Localizado na costa leste do Mediterrâneo, o Líbano possui duas importantes cadeias de montanhas ao norte (Montanhas do Líbano e Montanhas do Antilíbano) entre as quais estende-se o longo Vale do Beqaa, a principal região vinícola do país, de onde sai a maior porcentagem da produção vinícola libanesa.

Apesar de possuir algumas cepas autóctones como as brancas Obaideh e Merwah, com as quais é elaborada uma bebida destilada, típica do país, com aromas de aniz, o Arak, as cepas francesas dominam a viticultura libanesa, devido  ao vínculo histórico com a França. Tanto a vinificação quanto as técnicas de plantio possuem influências francesas, daí a semelhança de seus vinhos com esse estilo.

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Os vinhos que pudemos degustar na grande prova dessa noite, na residência do cônsul do Líbano, mostraram muita personalidade e nos surpreenderam pela elegância, equilíbrio e concentração.

Veja abaixo a lista dos produtores que participaram do evento:

  1. ADYAR (pioneiro em vinhos orgânicos, mantém a herança dos monges Maronitas; sem importador no Brasil)
  2. ATIBAIA (seu único vinho tinto é produzido em quantidade limitada, em Smar Jbeil, região de Batroun; distribuído no Brasil pela Zahil Importadora LTDA)
  3. CHÂTEAU KEFRAYA ( com várias medalhas em concursos internacionais de vinho, o seu Comte de M 2009 foi laureado com 92 pontos por Robert Parker; importadora Zahil)
  4. CHÂTEAU KSARA (a mais antiga vinícola e o maior produtor do país, exportando para mais de 40 países, mostra não só quantidade,mas acima de tudo qualidade; distribuído no Brasil pela Interfood Importação LTDA)
  5. CHÂTEAU NAKAD ( vinhos premiados com medalhas de bronze e prata pela “Decanter World Wine Awards”-UK e medalhas de ouro e prata pela “Seleção Mundial de Vinhos”-Canadá; sem importador no Brasil)
  6. CHÂTEAU OUMSIYAT (com vinícola localizada na área de Mtein e utilizando uvas plantadas no Vale do Beqaa, produz 400.000 garrafas por ano; sem importador no Brasil)
  7. CHÂTEAU QANAFAR (vinícola familiar estabelecida desde 2005, seus vinhos de safra 2011, foram bem pontuados em avaliações na França, Nova Yorque e Hong Kong; sem importador no Brasil)
  8. CHÂTEAU ST-THOMAS (vinícola familiar fundada em 1990, seus vinhos têm conquistado inúmeras premiações em competições internacionais desde 2002; sem importador no Brasil)
  9. PNIX- Clos du Phoenix ( vinícola familiar, localizada ao norte do país, na cidade de Eddé (Batroun), procuram seguir ao máximo as tendências globais de vinificação orgânica; sem importador no Brasil)
  10.  IXSIR ( com vinhedos plantados de Batroun a Jezzine, a quase 1800 m de altitude, seus vinhos refletem elegância e complexidade; importados pela Grand Cru Importadora Ltda.)
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Adyar, o vinho dos monges.

Dentre as inúmeras provas degustadas, destacaram-se os seguintes vinhos:

-IXSIR Grande Reserve 2009, um corte de Syrah e Cabernet Sauvignon.

-Reserve du Couvent 2011, um corte de Syrah, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, produzido pelo Château Ksara.

-Comte de M 2009, Le Grand Cru du Château Kefraya, um corte de Cabernet Sauvignon, Syrah e Mourvèdre.

-Monastère de Kfifane 2009, vinho orgânico com premiação internacional de ouro; belo vinho de guarda.

-Atibaia 2010, um corte de Cabernet Sauvignon, Syrah e Petit Verdot.

-Château Oumsiyat Le Passione 2009, elaborado com 50% de Cabernet Sauvignon e 50% de Syrah.

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A estratégica entrada no Brasil parece ser um caminho correto para os vinhos libaneses que vêm conquistando de forma crescente e contínua o mercado internacional. O comprometimento da indústria vinícola do Líbano para alcançar altos níveis de qualidade, aliado ao secular “know-how” dos viticultores libaneses e sua paixão pela arte do vinho garantem a qualidade excepcional de seu produto. Portanto, você que é apaixonado por vinho, fique de olho! Vale a pena conferir!

Maria Uzêda.

A Califórnia é o maior estado americano produtor de vinhos, contando com inúmeras regiões bem conhecidas, tais como o vale do Napa, Sonoma, Mendocino e Santa Barbara, de onde se originam vinhos de renome, como por exemplo, o famoso “Chateau Santa Helena”, vencedor do célebre concurso que aconteceu em Paris em 1976 e ficou gravado na história como o “Julgamento de Paris”. Contudo, existe na Califórnia uma pequena área vinícola bem menos divulgada que vem se destacando e merece especial atenção do público enófilo: o Vale de Temecula. Há pouco mais de um mês, visitei essa região e gostaria de passar aos leitores o meu testemunho.

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Localizado ao sul da Califórnia, há cerca de uma hora de San Diego, o Vale de Temecula é uma agradável surpresa para aqueles apaixonados por vinho e que apreciam a natureza. As suaves colinas cobertas com centenas de acres de vinhedos plantados, as inúmeras vinícolas que estão sempre de portas abertas ao visitante e a intensa programação turística da região garantem uma excitante experiência de tirar o fôlego de qualquer um.

O turismo local é diversificado, criativo e organizado, bem ao estilo americano. As atividades vão de passeios de balão sobre os vinhedos a café da manhã com champagne, além da possibilidade de fazer um piquenique entre as parreiras e também poder realizar eventos corporativos ou casamentos. À noite, o agito se concentra na charmosa Old Town de Temecula com sua arquitetura peculiar que nos faz lembrar do velho oeste.

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A maioria das vinícolas possui sede com construção moderna, espaçosas salas de degustação, gift shops, finos restaurantes, muitos dos quais envidraçados, descortinando magníficas vistas para os vinhedos. Opções de acomodação também são oferecidas por algumas vinícolas que possuem hotel luxuoso, resort e spa. Tudo, enfim, conspira a favor de uma inesquecível experiência em Temecula.

Os vinhedos de Temecula deixaram de florescer quando uma praga, disseminada por insetos, se alastrou pela Califórnia: o mal de Pierce. Somente recentemente a região renasceu graças aos grandes investimentos e persistentes trabalhos de recuperação e ampliação dos vinhedos, experimentos de enxertia e dedicação esmerada dos vitivinicultores, privilegiados por um microclima único, um solo granítico com boa drenagem e a brisa fresca proveniente do Pacífico que aí chega através do corredor conhecido como “Rainbow Gap”. Isso vem se refletindo diretamente na qualidade dos vinhos produzidos na região, muitos deles com premiação reconhecida.

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Um dos exemplos de sucesso é a portentosa “South Coast Winery Resort and SPA”, uma das mais renomadas da região. Instalada desde 1968, a vinícola planta 18 variedades de uvas, produz 45 diferentes vinhos e conta com cerca de 1800 prêmios recebidos em concursos regionais e internacionais. Dos vinhos que degustei, eu destacaria os seguintes:

“Carter Estate Private Reserve” 2012

Casta: 100% Viognier

Notas: fermentado inicialmente em inox para acentuar a fruta, finaliza a seguir em barricas novas de carvalho francês. É um vinho com aromas de flor de laranjeira, mel e pêssego; em boca é delicado, elegante, madeira integrada, equilibrado, apesar dos 14,4% de álcool.

“South Coast Tempranillo” 2009

Casta: 100% Tempranillo

Notas: estágio em barricas novas de carvalho americano, combinado com barricas usadas de carvalho francês; aromas de cerejas e amoras silvestres e notas defumadas; em boca tem bom corpo, é bem balanceado com taninos aveludados, mantendo discretos os 14,8% de álcool.

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Já a “Callaway Vineyards and Winery” é uma vinícola especializada em pequena produção que se destaca pelos seus vinhos Reserva premiados. Além de possuir um dos primeiros vinhedos estabelecidos no Vale, a Callaway foi a primeira vinícola na região a abrir ao público uma sala de degustação. Essa vinícola impressiona tanto pela beleza de suas instalações quanto pela alta qualidade de seus vinhos. Dos vinhos aqui degustados, cito os seguintes:

“Winemaker’s Reserve Syrah” 2010

Notas: aromas de geleia de frutas negras, especiarias como pimenta do reino e noz-moscada; em boca, ameixas pretas, amoras e groselha, taninos finos, notas de chocolate e toque de pimenta, com longo e delicioso final. Muito bom!

“Winemaker’s Reserve Cabernet Sauvignon” 2010

Castas: 94% de Cabernet Sauvignon e 6% de Petit Verdot

Notas: de coloração rubi com reflexos granada, apresenta aromas exóticos de menta e aniz, pimentão e frutos negros; em boca, amoras e cassis, novamente o aniz, um toque herbáceo, taninos redondos e elegantes com final persistente levemente picante. Excelente!

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É muito fácil circular pelo vale e visitar as vinícolas de Temecula, pois ficam vizinhas umas das outras ao longo da Rancho Califórnia Road (a principal) e da Portola Road. Com uma taxa de dez dólares em média, o visitante pode degustar de três a cinco vinhos diferentes, dependendo da vinícola. Em Temecula, não importa se você é um profissional ou apreciador de vinhos, o que conta mesmo é o espírito aventureiro e desbravador que anima o coração dos verdadeiros amantes do vinho.

Contatos:

http://www.temeculawines.org

http://www.southcoastwinery.com

http://www.callawaywinery.com

Maria Uzêda.

A indústria de vinhos no Brasil está em franca expansão. Novas vinícolas vêm despontando com conceitos boutique ou com propostas de custo-benefício que têm surpreendido. Da mesma forma, algumas grandes marcas neste segmento, como a Miolo Wine Group, têm investido bastante em tecnologia e em know-how, permitindo uma interessante evolução de seus produtos de pouco tempo para cá.

Esta semana, participei de um jantar harmonizado promovido pela Miolo no restaurante Sta. Maricota, em São Paulo. A proposta era conhecer um pouco mais sobre os vinhos da Miolo e as diferentes regiões onde são produzidos e harmonizar alguns de seus vinhos com pratos bem brasileiros do Sta. Maricota.

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Lourenço Pedrotti (Miolo), Maria Uzêda, Cristina Almeida Prado, Luiz (Sta. Maricota)

O evento começou com uma apresentação conduzida por Lourenço Pedrotti, enólogo consultor da Miolo, que foi acompanhada por uma taça de Miolo Cuvée Tradition Brut, um espumante bem elaborado que pode ser encontrado facilmente em qualquer grande rede de supermercados. Com mais de 25 anos de existência, a Miolo possui hoje mais de 1.200 hectares de vinhedos próprios em 4 diferentes regiões no Brasil e produz 62 vinhos com preços que variam de R$15 a R$300.

Cada região com suas características, permite originar vinhos com personalidades distintas:

-No Vale dos Vinhedos (RS), única D. O. (Denominação de Origem) oficial do Brasil e região mais preparada para o enoturismo no país, o terroir é considerado perfeito para a produção de espumantes e de alguns vinhos tintos ícones da Casa, como o Merlot Terroir e o Lote 43.

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-Na Campanha Gaúcha, segunda maior região vinícola do país, são produzidos vinhos como Almadén, Quinta do Seival e Bellavista (marca de Galvão Bueno), que vão de vinhos mais simples a vinhos ícones como o tinto Sesmarias.

-Na região de Campos de Cima da Serra, é produzida a linha RAR, de Raul Anselmo Randon, com vinhos tintos e brancos, premiuns e ícones.

-No Vale do Rio São Francisco, onde são realizadas até 2,5 colheitas por ano em função do clima, são produzidos os espumantes da linha Terra Nova.

Após a apresentação, iniciou-se a harmonização de vinhos com comidas especialmente elaboradas pelo Sta. Maricota:

Entrada:

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Polenta Frita com Cogumelos Shitake, Porcini e Funghi

Harmonização:

1) Bueno Sauvignon Blanc 2014

Bellavista Estate, Campanha Gaúcha, RS

Notas: Apresentou aromas minerais com notas cítricas, muito frescor, leveza e boa acidez em boca. O vinho casou bem com a entrada, considerando sua acidez pronunciada casada com a gordura da polenta frita. Ficou muito bom.

2) RAR Pinot Noir 2013

Campos de Cima da Serra, RS

Notas: Apresentou aromas de cassis, cereja, com notas licorosas e toques herbáceos, lembrando mate e folhas molhadas. Em boca, revelou taninos elegantes e acidez equilibrada. Sua estrutura mostrou um bom casamento com o preparo de cogumelos. Boa combinação.

Prato Principal:

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Picadinho Cozido por 18 horas no Molho Rotie, com Farofa e Arroz

1) Merlot Terroir 2012

Vale dos Vinhedos, RS

Notas: Ainda muito jovem e fechado, apresentou suaves aromas de cerejas com notas de café. Em boca, revelou taninos aveludados, acidez equilibrada e retro-gosto frutado. O casamento com o prato ficou bom, mas talvez ficasse melhor com uma safra mais antiga.

2) Testardi Syrah 2013

Vale do São Francisco, BA

Notas: Apresentou aromas de frutas negras com notas de couro muito marcantes e especiarias. Em boca, boa estrutura, toques de especiarias e acidez equilibrada. Foi o melhor casamento com o prato, rico em sabor, devido à sua estrutura combinada com as especiarias características da Syrah. Confesso que fiquei bem impressionada.

E assim, terminamos mais uma saborosa experiência enogastronômica, que os amigos leitores poderão facilmente replicar em suas casas ou, quem sabe, visitarão o Sta. Maricota para se deliciar.

Restaurante Sta. Maricota

Al. Campinas, 1289 – Jardins

Um brinde!

Cristina Almeida Prado.

Esta semana a confraria “Bem de Vinho” se reuniu para mais um encontro enogastronômico. Desta vez, a proposta era degustar alguns vinhos da vinícola Torres às cegas e perceber o estilo de cada vinho, produzidos a partir de diferentes castas e em diferentes regiões da Espanha.

Aproveitamos o tema Espanha para harmonizar os vinhos no tradicional estilo espanhol: com os famosos “tapas”. Cogumelos shitake com queijo brie, tomates frescos com burrata e manjericão e jamón serrano compuseram nosso cardápio.

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Os vinhos se mostraram surpreendentes, cada qual com sua personalidade, revelando traços interessantes de sua região de origem, do tempo de descanso em barris de carvalho e das uvas utilizadas em sua composição. Confira a seguir nossas impressões sobre os vinhos degustados:

Viña Esmeralda 2013

País: Espanha

Região: Penedès

Casta: 85% Moscatel, 15% Gewürztraminer

Graduação Alcoólica: 11,7%

Notas de degustação: De nariz exótico, perfumado e sensual, apresentou aromas delicados de flores (rosas e lírios) e frutas brancas maduras com notas de baunilha. Em boca apresentou uma riqueza de sabores, elegância e frescor. É uma proposta diferente que vale conhecer.

Envelhecimento: Carvalho Francês novo durante 18 meses

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Salmos 2007

País: Espanha

Região: Priorato

Casta: Garnacha, Mazuelo, Syrah

Graduação Alcoólica: 15%

Notas de degustação: De coloração rubi com reflexos atijolados, apresentou aromas de frutas vermelhas com notas de baunilha, couro e caramelo. Em boca, apresentou bom corpo e complexidade, taninos aveludados e acidez equilibrada. Muito bom!

Envelhecimento: Carvalho novo francês durante 12 meses

Gran Coronas 2010

País: Espanha

Região: Penedès

Casta: 85% Cabernet Sauvignon, 15% Tempranillo

Graduação Alcoólica: 14,05%

Notas de degustação: De coloração vermelha com reflexo violáceos, apresentou aromas de ameixa, com notas de baunilha e couro e um leve toque de pimentão verde, aroma característico da Cabernet Sauvignon. Em boca, apresentou boa estrutura e adstringência e acidez equilibrada. Delicioso!

Envelhecimento: Envelhecido em barricas novas de carvalho americano e francês durante 15 meses

Altos Ibéricos 2011

País: Espanha

Região: Rioja

Casta: 100% Tempranillo

Graduação Alcoólica: 14,05%

Notas de degustação: De coloração rubi com reflexos violáceos, apresentou aromas de frutas negras e vermelhas, lembrando cerejas e framboesas, com notas de baunilha e leve mineral. Em boca, apresentou taninos aveludados, acidez equilibrada e um delicioso retro-gosto de frutas maduras. Muito bom!

Envelhecido em barricas de carvalho americano e francês durante 12 meses

Com mais de 100 anos de tradição e experiência na produção vinícola, a Torres revela, através de seus vinhos, o caráter da Espanha, proporcionando aos enófilos do mundo inteiro deliciosos momentos. Fica minha dica.

Cristina Almeida Prado.

SABORES DO CHILE

Nesta primeira semana de novembro, o espaço Rosa Rosarum abriu suas portas para a realização de um distinto jantar promovido pelo Pró-Chile, com assessoria e divulgação da CH2A Comunicação.

Estiveram presentes o Ilmo. Embaixador do Chile no Brasil, Sr. Jaime Gazmum Mujica, o Diretor Comercial do Chile em São Paulo, o Sr. Oscar Paez Gamboa, muitos representantes da comunidade empresarial chilena residentes no Brasil e inúmeros profissionais da imprensa.

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Foto: Norio Ito

A noite começou com seleto coquetel, quando então foram servidos variados petiscos acompanhados de Pisco Sour, espumante Brut Casillero Del Diablo, coquetéis de frutas e refrigerantes. Esse foi um momento de encontros, bate-papos e descontração dos convidados que aos poucos iam chegando.

Em seguida, o salão principal foi aberto e os convidados, conduzidos a suas mesas. Após o pronunciamento de abertura feito pelo Sr. Oscar e um breve discurso do Ilmo. Embaixador, foi exibido um vídeo de apresentação que enaltecia as belezas e as riquezas do Chile.

A hora que se seguiu descortinou um mundo de prazeres, transportando todos os presentes a uma verdadeira viagem pela soberba gastronomia chilena, com aromas e sabores incríveis que expressaram muito bem a fama de sua cozinha, conhecida como uma das melhores do Cone Sul. O menu foi especialmente elaborado pelo Chef chileno Francisco Mandiola para esse evento, com a harmonização de belos exemplares da Vinícola Concha y Toro. O jantar teve então, a seguinte sequência:

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Foto: Norio Ito

Entrada: Mexilhões branqueados sobre purê de limão, finalizado na mesa com caldo marinho infusionado em limão verbena. Harmonizou com o Gran Reserva Sauvignon Blanc, safra 2013. Vinho de cor amarelo palha bem claro, com toque herbáceo no aroma e em boca, e ótima acidez.

Primeiro prato: Salmão grelhado texturizado e lula com crumble de coentro, brotos e lavanda. Harmonizou muito bem com o Marques Chardonnay, safra 2012. Vinho elegante, com toque amanteigado e untuosidade, e boa persistência. Delicioso!

Segundo prato: Chuletas de cordeiro braseadas e douradas, batata doce e laranja, mais suco de queijo de cabra. Harmonizou perfeitamente com o Terrunyo Cabernet, safra 2011. Vinho de coloração rubi, aromas de frutos vermelhos maduros, com notas de chocolate e baunilha; em boca equilibrado, taninos aveludados, toque de especiarias e final de longa persistência.

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Foto: Norio Ito

Sobremesas: Sorvete de berries com azeite de oliva (na mesa); cerejas maceradas com pisco sobre crumble de baunilha e passas; creme gelado de maçã, com pinholes e amêndoas. Harmonizou com o Late Harvest, safra 2006. Vinho de coloração dourada, com o sabor exuberante da Moscatel, cheio de amêndoas e mel. Muito bom!

Esperamos que esse breve relato sobre nossa deliciosa experiência ligada às maravilhas do Chile tenha despertado no leitor o interesse e o desejo de visitar e conhecer esse fascinante País.

Maria Uzêda.

 

Quem pretende ir ao Encontro de Vinhos de Curitiba, que vá se preparando: saiu a lista dos vinhos Top 5.

O Encontro de Vinhos, que acontecerá neste sábado, dia 8 de novembro, promoveu nesta semana uma degustação para eleger os cinco melhores rótulos dentre os inúmeros que serão apresentados no evento. O resultado foi surpreendente, porque, curiosamente, houve alguns empates. Assim, ao invés de cinco, foram oito os selecionados. Eis os destaques:

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Primeiro lugar:

“Iscay” 2008, Malbec e Cabernet Franc, vinícola Trapiche, Argentina.

Vinho de coloração violeta intensa, com aromas de frutas negras e notas de chocolate; apresenta acidez equilibrada, álcool bem integrado e agradável e longo final em boca. Um belo vinho!

Segundo lugar 1:

“Jerarquia Reserva” 2011, Malbec, vinícola Fermasa, Argentina.

Vinho de coloração granada, por sua complexidade, vai abrindo-se aos poucos, revelando sabores condimentados, baunilha, taninos marcantes e longo final em boca.

Segundo lugar 2:

“Gáudio” 2011, Touriga Nacional, Aragonês, Tinta Miúda e Alicante Bouschet. Vinho Regional Alentejano.

De cor rubi com reflexos violáceos, esse vinho estagiou em barrica de carvalho francês, é bem equilibrado, com notas de couro, cravo e leve herbáceo, apresenta elegante perfil e longa persistência.

Terceiro lugar 1:

“Brunello di Montalcino” 2009 DOCG, Itália.

Bela expressão da cepa Sangiovese (Brunello), um vinho elegante, rico em frutas silvestres, notas de couro, especiarias e ervas.

Terceiro lugar 2:

“OPI” 2012, Cabernet Sauvignon, vinícola Mascota, Argentina.

Vinho de cor vermelho rubi, cheio de frutos vermelhos, sutil herbáceo, boa adstringência e taninos aveludados.

Quarto lugar 1:

“Mamertino Rosso” 2008, Nero D’Ávola, Itália.

De cor granada translúcida, esse vinho exala aromas de frutos maduros, com nota medicinal e animal; em boca apresenta-se equilibrado, com taninos macios e corpo leve e delicado.

Quarto lugar 2:

“Vernus Blend” 2012, vinícola Santa Helena.

Vinho de coloração rubi com reflexos violáceos, aromas herbáceos, notas de chocolate, pimentão verde, mate, corpo médio, leve picância e taninos marcantes.

Quinto lugar:

“Unânime”, Bodegas Santa Ana.

Vinho de coloração rubi intenso, com aromas de frutos vermelhos, notas de chocolate e couro; em boca, equilibrado, taninos macios e bom corpo.

Agora, com essas dicas, o público apaixonado por vinhos perderá desfrutar melhor ainda desse evento tão vibrante, generoso e caloroso que é o Encontro de Vinhos. Boa feira para todos!

Maria Uzêda.

Mais uma novidade foi apresentada no Wine Bar Online esta semana: Bellini, um drink italiano feito a partir de Prosecco, suco de pêssego e gotas de framboesa. Uma proposta super refrescante para curtir no verão.

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Em entrevista realizada por Daniel Perches com Otávio Piva, da Expand, e Fabio Lunardi, da vinícola Canella, pudemos conhecer um pouco mais sobre a bebida, sua proposta e a história de seu produtor.

Bellini é produzido pela vinícola Canella, fundada por Luciano Canella em 1948 na Itália, que desde o início prezava pela inovação. Nos anos 80, especializou-se na produção de vinhos espumantes, utilizando as melhores uvas da região de Piave, assim como Prosecco em Conegliano e Valdobbiadene. A paixão de Canella pelo Prosecco e o seu amor pelo desafio e pioneirismo o levou a criar coquetéis de vinho com frutas, como o Bellini, que se tornou um sucesso internacional.

O drink é composto de duas partes de Prosecco, uma parte de suco de pêssego branco e algumas gotas de framboesa, que conferem uma sensual coloração rosada à bebida. É uma combinação inusitada e deliciosa. O nome Bellini foi inspirado no pintor renascentista Giovanni Bellini (1430-1516), considerado renovador da escola veneziana com o uso de toques coloridos em suas pinturas. Assim como é feito com o Bellini.

Refrescante e leve, o Bellini pode ser consumido como aperitivo, após as refeições ou mesmo acompanhando algumas comidas. Pode ser harmonizado, por exemplo, com antipastos, saladas ou finger foods. Na Europa e nos Estados Unidos, onde a bebida já é um sucesso, tem sido servido como coquetel em casamentos e outros tipos de evento.

Aproveitando que o verão já está aí, fica a dica de uma proposta diferente de bebida que vale a pena experimentar.

Onde comprar: Expand

Preço: R$ 85,00

Mais informações: Wine Bar Online

Um brinde!

Cristina Almeida Prado.

Falar da vinícola Torres é falar de um império que impõe respeito no mundo dos vinhos. Com mais de 1.300 hectares de território plantado, a Torres é hoje a maior vinícola da Espanha. Sua reputação lhe conferiu inúmeras premiações, como a de melhor vinícola européia do ano, promovida pela revista “Wine Enthusiast” em 2006. A Torres administra também a Miguel Torres no Chile e a Marimar Estate nos Estados Unidos.

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Vinhedos de Mas Rabell, vinícola Torres, Espanha

Na semana passada, em um agradável encontro promovido pela importadora Devinum, tive a oportunidade de conhecer o simpático Jordi Franch, Diretor Comercial da Torres, que me contou um pouco da história da vinícola, que já está em sua quinta geração da família, de seus principais feitos e de seus vinhos.

Fundada em 1870, em Penedés, a nordeste da Espanha, a vinícola Torres nasceu de uma parceria entre dois irmãos de uma família que desde o século XVII cultivava vinhas, mas sem apelo comercial. Jaime Torres era o irmão que dominava o comércio com as Américas, enquanto Miguel Torres dominava a produção de vinhos. Juntos começaram o negócio familiar focados no mercado externo, vendendo seus vinhos em barris, sem imaginar a dimensão que a Torres tomaria. A vinícola logo começou a ganhar visibilidade e recebeu ilustres visitas em sua sede, como a do rei Afonso XIII em 1904.

Poucos anos depois, já na segunda geração da família, nasceu a primeira marca da Torres: a Coronas, marca que deu fama mundial à vinícola e que é reconhecida até os dias de hoje. Essa mesma geração foi também responsável pelo início da produção de brandies, o vinho fortificado da Torres. Tamanha fora sua aceitação e sucesso no mercado externo que tornou a Torres a maior exportadora de brandy do país.

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Produção de brandies, vinícola Torres, Espanha

Os negócios iam bem, até que veio a guerra civil espanhola e em 1939 a vinícola foi parcialmente destruída por um bombardeio. Ao fim da guerra, iniciou-se a reconstrução da vinícola e os vinhos passaram a ser vendidos pela primeira vez em garrafas.

Nos anos seguintes, nasceram marcas como Sangre de Toro, produto de entrada da Torres produzido a partir de Garnacha e Cariñena, e Viña Sol, feito a partir das castas Parellada e Garnacha Blanca com uma proposta de frescor. Próximo ao centenário, a vinícola aderiu à vitivinicultura moderna, começou a cultivar variedades estrangeiras, como a Cabernet Sauvignon e a Chardonnay e a utilizar tanques de inox para a fermentação.

Em 1979, a Torres expandiu seus negócios para outros territórios. Nasceu a Miguel Torres no Chile e alguns anos depois, a Marimar Estates em Sonoma, nos Estados Unidos. Seus vinhos traduzem a tradição e o conhecimento da família aliados à riqueza do terroir dessas regiões.

Na Espanha, a Torres ampliou seu negócio para outras terras e está hoje em regiões como Ribera Del Duero, Rioja, Jumilla, Toro, Rueda, Priorato e Penedés, produzindo uma variedade de castas autóctones, como Tempranillo, Monastrell, Garnacha e Cariñena e castas internacionais, como Syrah, Merlot, Sauvignon Blanc e Riesling. Sua produção chega a atingir mais de 40 milhões de litros por ano e seus vinhos estão presentes em mais de 140 países.

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Castelo de Milmanda, vinícola Torres, Espanha

A reputação deste império que é a vinícola Torres a tornou um ponto turístico muito procurado por amantes do vinho de diversos países, chegando a receber mais de 130.000 visitantes por ano somente na sede de Penedés. Se você estiver na Espanha e tiver a oportunidade de visitar, vale gastar algumas horas desfrutando de seus vinhos, ampliando seu conhecimento sobre esta marca histórica e apreciando a natureza incrível no entorno de suas sedes. São três os locais que permitem visitação: a sede de Penedés (Parcs Del Penedés), principal local de visitação, a vinícola de El Lloar no Priorato e o Castelo de Milmanda, em Conca de Barberà. Mas se não for à Espanha, por sorte, seus vinhos são facilmente encontrados por aqui.

Mais informações no site da vinícola Torres.

Um brinde à Espanha e suas preciosidades!

Cristina Almeida Prado.